Tento esquecer o tempo, como fui esquecido por ele...Ando por dias sem parar, meus pés calejados já nem sentem mais o chão!Mas eu continuo, não sei por que e nem como.
Vejo poucas coisas no meu caminho, o meu tempo já se passou...Faz tempo, nem sei mais quem sou.A memória se foi, todos se foram, e o caminho é interminável!Minhas pernas tremem, mas nada sentem.
Não me preocupo com o fim, e nem vivo da nostalgia do passado, meu presente é contínuo, até infindável e tento vivenciá-lo, mas me pergunto:- sou eu que vivo a vida?Ou sou parte de algo maior?Tão imensurável que não me arrisco a enlouquecer com tais devaneios.Será?
Não sei mais quem sou, acho que sou você...Faz tanto tempo andando, minha visão se extingue aos poucos, a minha voz não se ouve mais...Do que adianta os sentidos agora?Sem rancor ou raiva, só me resta continuar, nem que seja me arrastando, mas continuo...!
Toda a minha vida eu tentei ser alguém, mas o que é ser alguém?Ter carro, dinheiro e fama?Tudo se extinguiu, não existe mais nada a se reclamar, o que é ser alguém, então?Ser dono de si e do seu próprio destino?O destino se foi junto com a morte de braços dados para o fim.
Quem sou eu?Quem é você?Eu era um ser humano, costumava sentir e viver, mas agora;
Sou apenas uma personagem, uma criatura criada para fazer parte de uma pequena;
História.Isso me aborrece?Não, pois ainda de alguma forma tomo vida, me recrio;
Pelas palavras e pela imaginação daquele que me escreve, não sei se existirei;
Depois, não sei o que me tornarei.
Talvez um vírus que entre nas cabeças alheias e vivas nos sonhos daqueles que me lêem...Mais ainda não sei o que sou.Vivo.
Ou não vivo?Devo ir.Meus passos se esgotam e meu caminho é longo, não sei para;
Aonde vou, mas não importa; o fim está próximo e espero que seja tão bom quanto;
Foi o meio...
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