quarta-feira, 30 de junho de 2010

Mais dias, menos dias.


Mais dias, grandes dias....e cada dia que se passa é mais difícil. Cada obstáculo que se passa se sucede de um pior. Para cada etapa, a etapa seguinte parece ser pior. Para cada degrau, o restante parece ser rumo ao infinito.
Não sei se é preciso muita coragem ou ignorância para continuar. Queria mil vezes mais ignorância em algumas concepções.

Para cada suspiro, existe uma força que pede para continuar. Para cada lembrança, um momento que inspira um passo à frente, mas nem todos os momentos são assim.
Ainda existe a esperança, tênue esperança, de se continuar. Suspiros jogados ao nada, força gasta em nada. Sem motivos para persistir ou desistir.

Momentos tristes de choro e de raiva, momentos incrédulos da vida. Basta imaginar além de todas as possibilidades para vislumbrar os erros. Basta querer tecer a memórias com todos os erros. Já não se importa mais com os detalhes, e todas as opções são apenas uma. Tudo desaba sobre você, o sistema desanda, a multidão se cala. Todos os momentos são só esse. E o terror é imaginar o segundo seguinte. Todos os segundos seguintes.

É preciso ter coragem para ser, é preciso ser ignorante para ser. É preciso ter coragem para prosseguir, é preciso ser menos loucos para continuar....nessas horas a ignorância faz falta.
A imagem se torna fosca, do que já não era belo, se contorna em forma obscura. O mundo se contorna em suas sensações e percepções: “Será o mundo realmente da forma que vejo?”

Não existem respostas, pois as perguntas não têm direção. Quem ousaria dizer que sim ou não? Quem seria o onisciente a ter razão? Não existe desespero nos olhos de quem não querem enxergar, tampouco surpresa na concepção conservadora que vive. É tudo assim, dessa forma que é.

 É tudo assim dessa forma que tem que ser. O suspiro de agonia é abafado, para não incomodar. Porque se importar? Porque querer saber? È tudo tão vivo na memória, cada suspiro te faz pensar, cada pensamento te questiona a continuar...e essas escadas! Quantos degraus mais devemos subir? Quantas perguntas mais ignoramos com nossa prepotência de não sabermos nada?


Mais dias, menos dias...tudo se segue intermitente. Todos os passos, várias vidas. Não se sabe a definição que procura, a palavra mágica que substituirá o “Abracadabra”. A definição espera nossa ignorância. As perguntas não mais esperam ser respondidas.
Cada dia é mais difícil que o anterior, cada combate é perdido com menos luta. O relógio já está contando. Cada segundo que não quer passar, cada segundo eterno. Só falta passar todo o tempo do mundo em sua vida, e tudo continuar na mesma. E continuar subindo esses degraus...


terça-feira, 29 de junho de 2010

Erros passados.



Quanto tempo demora a apagar os pecados? Quantos filhos teus nascerão sem essas máculas? É preciso perdoar os pecadores, mas nunca esquecer os pecados?
Até quando os erros devem ser lembrados, até quando devemos chorar os fortes golpes nas costas? Nossos pais não sentem mais as dores, nossas costas parecem ser mais fortes.

Quanto tempo persiste o erro? Ele que persiste e vive em nossa história. O erro macula nossa vida passada. Esses erros difíceis de esquecer. Esses erros que devem ser esquecidos.
Como esqueceremos os seus pecados e nos juntaremos em sinal de honra?
Sua bota ainda tem um pouco de sangue, sua mão ainda é sentida em nossa garganta...quanto tempo para sumir as marcas? Quanto tempo será necessário para poder esquecer e ultrapassar os erros?

O mundo mudou desde os últimos erros. Talvez tenha sido para melhor, talvez não tenha mudado tanto assim. A nossa amizade cresce a cada dia, mas ainda choro pelos golpes nas costas, que transcendem nosso sangue. O velho golpe que transcende todo esses pensamentos. E cá aqui estou, lembrando de todos os maus momentos, para ter uma resposta para ti....Quanto tempo depois, nós devemos esquecer os velhos erros?

Essa força que tiveras, dominou toda a concepção de mundo. Mudou a forma e a razão. Transformou tudo da forma que era antes...mas e agora, nossa imaginação é livre, nossa vida é nossa, e sua força ainda se sente através do tempo. Admirável até nos dias obscuros. Estranho ter tamanho apego após tanto mal que causaste. Nos pegamos pensando: “Quanto tempo após os erros, devemos esquecer?”

Todas essas lembranças, parecem até mágoa. Você na forma do seu filho, não deveria ver tanta mágoa. Essas cicatrizes, são a lembrança viva na pele. Um pouco de você, um pouco ser seu filho. Um pouco das suas idéias, um pouco do filho deles. Faz tempo que passaste por aqui. Faz tempo que não causaste mal...mas até quando vamos lembrar, para esquecer logo em seguida? 


Seria melhor não chorar por essas mágoas, seria melhor não ter sentido tanta dor. Seria...talvez. Para cada passo que nós temos, nos tornamos diferentes que fomos no começo. E a cada dia, esperamos esquecer todos esses erros, lembrando-nos de que não devem ser repetidos. E suas desculpas não se têm muito efeito. Que venha sua absolvição!

It´s Just a Ride.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Ser completo



Quando você sente que não precisa mais procurar alguém, é porque você não só achou,  como se completou. Essa é uma necessidade quase intrínseca de união entre duas pessoas.
O mundo pode separar, a vida pode se modificar...mas as lembranças te fazem lembrar de quem você não poderia nunca esquecer. 


Não há mais sentido correr ao vento sem um propósito. Não tem como se esquivar de sua metade chata. Aquela pessoa chatinha e irritante, que sempre te dá motivos para tomar um bom suco de maracujá e alcançar o nirvana...sem essa pessoa, suas irritações não teriam sentido e suas preocupações seriam um tédio. 


É bom lembrar que pode amar, e ainda sim, é melhor ainda lembrar que foi amado.
Quando se vê o rosto da pessoa que te proporciona tamanha leveza, há satisfação e a certeza de saber que não precisa mais procurar. Não importa o que dizem, não importa o que aconteça, o mundo já está feito para acontecer das formas mais insanas e insólitas possíveis.

Suas ações sempre vão fluir em único rio. As vontades se tornaram únicas e as pretensões serão parecidas.Quando você sente que não precisa mais procurar alguém, é porque você não só achou,  como se completou.

Quando....o “quando” se torna à expectativa, a espera é extenuante, a demora para se reencontrarem é uma tortura. Quando essa pessoa faz parte do cotidiano; um cotidiano tão necessário como respirar e dormir:
Um sorriso rejuvenesce até os bons tempos uterinos, onde mamãe te alimentava pelo cordão umbilical. A voz te faz sentir bem, como poucas vezes sentirá antes.

É bom lembrar que pode amar, e ainda sim, é melhor ainda lembrar que foi amado.
É bom saber que existe alguém que é parte de você em algum lugar além de dentro de você . É bom saber o que é realmente bom. Poucos momentos, raros momentos, momentos únicos!
Momentos que se tornam eternos na memória fotográfica, elegantemente quase amnésica. 

Memórias que vivem para te fazer chorar, te fazer sorrir , te fazer feliz e triste, em uma combinação estranha que só a pessoa que te completa pode lhe conceder.
Quando você sente que não precisa mais procurar alguém, é porque você não só achou,  como se completou.

Nesses turbilhões de emoções, o que prevalece é a paz. Essa paz conflitante e inquieta. Uma paz parcialmente calma, e não raramente indecisa...Mas é essa paz que te faz lembrar dos sorrisos, das conversas, do cheiro!

Ah, o cheiro! Inconfundível e viciante, mais forte que as papoulas da Índia, mais suave que o vento no litoral. 
O sentimento que se passa na cabeça é algo semelhante com a felicidade, mas a falta de costume com essa maté, deixam dúvidas.

Quando você sente que não precisa mais procurar alguém, é porque você não só achou como se completou. É bom lembrar que pode amar, e ainda sim, é melhor ainda lembrar que foi amado.
Melhor viver e conviver com os eternos momentos do que nunca ter imaginado o poder que um sorriso faz, um sorriso que faz parte de você. Um riso irônico eternizado em pequenas pecuinhas e discussões que terminam com: “eu te amo!”

quarta-feira, 23 de junho de 2010

A onda que banha seu futuro!



Passos no escuro, indefinidos pelas incertezas que imergem dia após dia. Tudo muda em uma velocidade vertiginosa. O cotidiano se modifica irremediavelmente.
Os planos são quase exatos, as idéias são pertinentes...não é nenhum segredo, é algo tanto  quanto óbvios e necessários.

Mas ainda sim, revoltante, vem à maré e muda tudo...destrói os planos e muda as metas. A corrente é forte e as mudanças são necessárias. Só é poupado um pouco de sua vontade, relutante contra si mesma. Só um pouco dessa vontade estranha, que tenta arrumar toda a bagunça gerada pela onda.

E o Futuro? Pergunta-se incessantemente, e intimamente sem resposta aparente. Indagando-se sobre as possibilidades e caminhos a percorrer. Preocupado com uma nova onda que venha a destruir seus sonhos litorâneos. E o futuro, maleável e paradoxalmente irredutível em suas ações. Os desejos são perdidos entre as angústias, e vem sempre a memória daquela onda encobrindo o futuro.

Mais forte que qualquer maremoto ou pororoca jamais vista. Essa maré é terrível ! Atravessa a barreira psíquica e temporal. Abala suas crenças e sua vontade. É uma força irresistível. Uma forma incógnita, silenciosa e fatal...e o futuro descansa sempre a sua mercê, inocentemente, bobeando sobre sua calma aparência, brincando em suas ondas; sem saber que o pior pode acontecer sem aviso!

O pior de imaginar o futuro é o tiro no escuro, e a pergunta: “O que ou quem acertei?”. O pior para se imaginar o futuro são as incertezas. Ou talvez a falta de imaginar um futuro para si seja o mais terrível futuro.Os passos em falso para o rumo indeciso. Um monte de dias sem saber o que fazer, e as indecisões atormentam esperando uma resposta decisiva.
Pense, pense, pense...antes que a onda volte e dê um caldo no futuro de novo!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Um pouco de silêncio.



Quero me guardar um pouco sobre meu silêncio, para não pensar em tudo que sempre penso.
Ciclicamente, pensamentos vêm e vão; os temas sempre são parecidos, assim como os dias de sempre.
Quero guardar um pouco de mim nesse silêncio mudo, bem mudo, mas que tenta ensandecidamente falar. Falar pelos cotovelos; falar mais que a boca. Falar por meio de sinais ensurdecedores.

Quero um pouco de mim, sem pensar e falar... Sem os olhos curiosos e das perguntas inquietas. Sem as reflexões intimistas de sempre.
Só um pouquinho de silêncio, até de mim mesmo. Um pouco afastado do mundo barulhento, que diz tanto sem saber do que precisa falar.
Diz tanto, sem querer dizer nada que preste; O som do mundo vem de bocas cheias de razão e certas de si e do mundo.


Eu não quero ouvir, eu só quero dormir. Só um pouco de silêncio; silêncio que percorre cego no meio da multidão e não me encontra.
Quero só um pouco mais de paz e que venha junto com o silêncio para mim e de mim. Um pedaço de mim que repercute dentro do que sou e do que não me tornei.
Que o silêncio represente a ausência; que represente a eterna ânsia pelo vazio; que seja parte de todos os objetivos inócuos, mas sumariamente importantes para todo mundo.

Grande silêncio, que não diga para que exista; não seja meu modelo; Apenas fique por alguns instantes. Eu só quero me esquentar nessa coberta, esperar o frio passar e escutar alguns ruídos harmônicos.
Quero me guardar um pouco de mim e me reservar de toda a loucura externa em razão da interna. Quero um pouco de mim, guardado e arquivado. Um pouco só, porque muito enjoá.

Quero querer sem querer querendo.... Na filosofia chaviana da simplicidade humana. Sem querer pedir demais, quero tudo que posso; mas para esse momento só quero eu. Longe das contusões e confusões.
Descanso a cabeça no meio das incertezas futuras, presentes e passadas mais-que-perfeitas. Em alguns sonhos a realidade se desmancha em momentos certos e desejados, quase certos, quase...

Um pouco de mim e um pouco do silêncio, no final, seria uma combinação linda... Mesmo que durasse poucos instantes (ainda sim, fossem parte de um bom momento). Quero me guardar um pouco sobre meu silêncio, só um pouco, antes que alguém me ligue (cobrança!), ou que estourem meu tímpanos com sub-cultura televisiva.
Sem ser repetitivo, mas já sendo, mas com intuito de fechar o meu pensamento: Quero me guardar um pouco sobre meu silêncio, para não pensar em tudo que geralmente sempre penso.

sábado, 5 de junho de 2010

A mesma caixa invisível!



A mesma coisa, a mesma cama,
Mesma rotina, mesmo ônibus,
Mesmas ações, mesmas vozes e pensamentos.

As ações que se encontram na rotina,
As idéias que se encontram na mesma rota.
O mundo que anda no mesmo ritmo.
A mesma igreja, o mesmo mito, a mesma coisa de sempre.

A ousadia morreu algum tempo atrás,
As formas diferentes de pensar não se pronunciam mais.
A mesma rotina: acordar, se apressar para não perder o ônibus, a mesma rota de sub-existência de antes, que fora passado de pai para filho.
O mundo muda a passos curtos, a tolerância com o próximo se torna algo raro.
E tudo continua na mesma maneira.

Estamos trancados nessa caixa, de paredes invisíveis.
Cada qual possui uma caixa, sua caixa individual.
Cada qual com seu mundo, que de tão diferente se torna igual ao da maioria.
Essa caixa invisível, limitadora, que impõe o que ser e ter.
E aparentemente, o mais importante do que ser é ter.

A mesmas coisas, mesmos atos e ações.
A história muda de personagem, mas o enredo muda pouco.
O final sempre é parecido, a rota para o desfecho raramente muda.
E essa caixa, causa claustrofobia em alguns. (mesmo sendo invisível)
Essa caixa que cerca e que nos mostra até onde podemos ir.
Não existe padrão de fuga, não demonstram razão para querer sair.
Mas o mundo não parece coeso. A realidade não parece certa.

Apesar de todas as nossas imperfeições,
Mostramos-nos contentes em estarmos dentro da caixa, mesmo sem saber.
Somos limitados até o último homem, pela existência vazia que tentamos preencher com qualquer coisa que pareça fazer sentido, mesmo não sendo lógico ou vagamente real.
Somos algo que pensamos, idealizamos e que nos foi passado para ser.

Um modelo, um molde e uma cria.
O futuro parece cíclico, apesar de todas as evoluções.
E a caixa, maldita caixa invisível, parece ser inquebrável.
E sempre a mesma rotina, a mesma coisa, as mesmas igrejas e os mesmos mitos.
Limita-nos e pondo-nos em realidades convenientes, caixa maldita, quem te desenhou?
E o maior obstáculo para sair dela, somos nós mesmos.





Ah, saudade...



Ah, saudade, maldita saudade...
Às vezes acho que é só uma desculpa para ficar triste.
Saudade das conversas, olhares, a voz e a companhia.
Mas talvez seja só uma desculpa para ver o dia nublado.

Saudade que não sai do peito, e tenta parar o coração;
Parece até de propósito, ter um propósito de se entristecer.
Mas a saudade parece se contorcer, se mostra e desgosta.
A lembrança é o que dói mais, o mundo parece um pouco sem sal.

O sabor de tudo que é bom perde-se em um apetite estranho.
E tudo que se visita na mente, lugares e pessoas, vive para sempre.
Lembrança imortal e revisitada de todas as formas.
E nela se encontra a saudade, esse sentimento estranho e agonizante.
Não perdoa nem por um minuto, não dá descanso a essa pessoa cansada.

Saudade que bate no peito; bate forte; bate até quase derrubar.
Mas é só uma desculpa para ficar triste.
E o mundo continua girando, os sorrisos continuam refletindo os raios de sol
A saudade está lá, tentando ser esquecida, tentando ser morta pela vida nova.
Mas a lembrança, grande amiga da saudade, parece se fortalecer em momentos inoportunos.

E a saudade, sempre volta para reivindicar seu trono.
É a saudade que deixa mais vagaroso e divagando.
Deixa mais “Down”.... Mas talvez ela seja só uma desculpa para te deixar triste.
O sol continua batendo na janela, as crianças continuam brincando.
E a tristeza que se origina da lembrança rebate na saudade.