quarta-feira, 28 de julho de 2010

Liberdade Virtual


Ai está, o seu mundo virtual. Sentando em frente ao pc, esse espaço que separa seu nariz do monitor se torna sagrado. O seu passaporte para a liberdade. Seu interior exteriorizado no interior de uma rede, externa a tudo isso que vive no mundo externo.(que na verdade tens que viver “interiorizando” tudo o que pensa e o que gostaria de falar!). Complexo! E não deixaria de ser simplesmente paradoxal por si só.

Você é livre. Meio-livre, aliás, desde que não cometas crimes (e for pego!)...mas até lá, você é a representação da liberdade.
Já deves ter um avatar. Um codinome também lhe será útil, quando não, será anônimo.
Tantas máscaras e todos os sorrisos falsos que teve que proporcionar aos outros, tantas regras insólitas que obedeceu, tanto moralismo falso que seguiu (para o bem comum!).
Agora, nesse espaço inexistente, você vive! Existe mais do que ai fora, nesse mundo que não deveria ser real.

Quando se conecta a esse mundo virtual, o mundo externo se torna obsoleto. As fontes pré-definidas e pobres, que te faz se irritar com a provável alienação em massa....agora se tornam diluídas.
Você está livre! Seu pensamento pode correr países em segundos, tens a velocidade da luz ao seu favor...coisa que Einsten não pode usufruir.
Imagine como seria se Pessoas como Einsten, Da Vinci, Tesla, Schopenhauer, Beethoven , Bach, Nietzche ,Ghandi, ímpares e geniais aos seus modos, possuíssem esse mundo a disposição. Agora a opção é sua: Evoluir ou se adequar a tudo que lhe vendem.

Estás em um oceano relativo. Uma infinidade de informações, como uma biblioteca para o semi-analfabeto. É preciso saber onde e quais são as fontes. Tens que distinguir a água nessa fonte, do veneno. Nesse mar, ou melhor, oceano estranho, há poucas embarcações, e não há nenhuma arca salvadora no horizonte. Para onde ir, e como chegar? Muitos nem mesmo se perguntam, apenas se debatem até que um tubarão apareça...ou se tiverem sorte, se afogarão no meio de tanta informação.

Mas não se preocupe, a evolução chega a cavalo, enquanto não constroem um trem-bala.
Preste atenção, nessas formas patriarcais que remodelam o mundo: velhos conceitos e protecionismo do que é seguro e certo para o “ontem” e que hoje se encontram décadas defasadas. Todas essas formas de controle passivo e por vezes, ostensivo que somos expostos. Todo tipo de falsidade, moralismos débeis e ultrapassados, e todas essas conformidades que tem que se adequar para não se excluir da paisagem. Esse olhar de indiferença sobre o mais básico e necessário à constituição orgânica do que seria uma sociedade, e a necessidade de não aparentar ser tão diferente...

O mundo de outrora não te entende. Você é estranho, fala uma linguagem particular. Fala sobre coisas fora desses assuntos ordinários e simples do jornal do bairro. Seus pais, sabem que você é tão estranho quanto o mundo dessa nova geração. Parece discutir sobre tudo e não ligar tanto para as coisas da Tv. Tudo parece tão monótono se não estiver conectado com esse maldito computador....mas parece mais livre que os seus velhos. Seus velhos conceitos não estão mais ai. Estão livres (ou faleceram).

Pelo menos, a sua capacidade de entender a liberdade se mostra máxima. Mas tens que entender que existe mais. Que o mundo é mais.
Que tudo que você procura é pouco. Tens que entender que essa sua capacidade ainda não é o seu limite real. O seu agora não é tudo e nem mesmo o absoluto.

Você não é sua profissão, você não é o que come, você não é a roupa que veste e o modo com que fala, você não é aquilo que gosta...você é muito mais, ou muito menos se quiser!
Você é mais livre que seus avós. Muito mais do que possa imaginar. É um escravo aos olhos dos seus futuros filhos. Um limitado: Se assim desejar ser! Isso que vos digo não é auto-ajuda, e sim uma pequena e simples afirmação!

 Tu és um homem livre...pegue sua carta de alforria e se conecte com o mundo, absorva dele tudo que lhe pode ser útil e lhe devolva tudo que possa fazer crescer esse mundo, não só para você, mas para as gerações futuras, que viverão fora desses grilhões velhos e pesados que nossos pais viveram.
A maior liberdade vem de dentro de nossa mente, enquanto nosso corpo cansado e limitado não vai muito além da esquina, a nossa mente vai até onde nós quisermos que ela vá!
Você é livre, usufrua disso e celebre, para que as correntes não mais te prendam nesse mundo tão analógico, mas não tão “lógico” como se imagina que é!



segunda-feira, 26 de julho de 2010

Via Láctea.


Universo conspirante. Vive imensa, se expandindo, crescendo como um jovem adulto.
E daqui, não vejo o seu olhar, na verdade não sei se me vê como vida qualquer...
Pode ser que nem mesmo a terra me veja como um organismo.
Apenas uma partícula de água nesse deserto.
Só mais um grão de areia dentro do Oceano.

Pequeno e cheio de suas pequenices, vivendo, transpirando e remoendo o mesmo pão velho... e dentro desse sistema vivo chamado “Mundo”, talvez,  esse planeta seja apenas mais uma célula de um corpo infinitamente maior. È bom admirar essa beleza, ou pelo menos ter noção da infinidade. É bom se perder nesse véu, mesmo que não tenha janelas para observá-lo... Pelo menos dentro da mente, o espaço é próximo.

Nesse respaldo de não conhecer o infinito nem mesmo na matemática, esse gigante abissal repleto de estrela e vivendo nesse vácuo, nos foge da definição qualquer. Foge até da imaginação humana de se contemplar algo tão imensurável. Fico aqui parado preso nessa roda viva, girando todos os dias em torno de si sem ficar tonta.

Não há como não admirar seu corpo negro, sua vastidão de brilhantes. No meio de tantas coisas importantes como o resultado da loteria que nunca acerta e o casal mais lindo da novela, vive sem explicação. Talvez nem seja tão grande assim. Talvez seja mais uma célula dentro de outro corpo... E a nós, só nos cabe o papel de ser rebaixados a átomos, ou quiçá apenas Quarks!

Apenas um pedaço de átomo, um tanto atônito de se descobrir aos poucos nessa imensidão de microscopia universal. Apenas mais um formiga, nem um pouco biônica, muito mesmo “atômica” como acontecia muito na minha infância.

                                        

sábado, 24 de julho de 2010

Complexismo.


Nem um e nem outro, sem polarização....Nada de Comunismo ou Capitalismo,
Sem Corporativismo, Nazismo, Fascismo ou qualquer Totalitarismo.
Tampouco um mundo baseado em Feminismo ou Chauvinismo.
Políticas voltadas ao Populismo, que empobrecem a verdadeira razão existencial em que se baseou o Parlamentarismo.

E essa vontade viva, que perpetuam .... esbarra-se em um sentimentalismo que muitas vezes se confunde com Regionalismo, Nacionalismo ou até protecionismo, mas que no fundo é puro Racismo camuflado, com todo os pré-conceitos pré-existentes que moram nesse falso Moralismo.

Somos um organismo que sofre constantemente Traumatismo, que vê a vida se sustentando em total Surrealismo.
E esse Pessimismo que se assola não é nada, pior é viver em volta desse Sensacionalismo.

E a transformação sofrida? O Humanismo se transformando em Egocentrismo.
Quando o Humanitarismo perde para o puro Egoísmo...
De camarote, criamos o Ilusionismo, de que vivemos em Igualitarismo.

Encontraremos um Abismo, junto a todo esse Niilismo.
Quando toda fé, se tornou Fanatismo.
Teremos assim o Islamismo, Judaísmo, Protestantismo, Cristianismo, Evangelismo,   
E Todos os fundamentalismos voltados para a grande verdade que se baseiam no Simbolismo.

Até a ação contestatória do Darwinismo e seu Racionalismo encontra , às vezes, sua face voltada para  o Radicalismo.
Precisa ser feito um grande Exorcismo e até mesmo para afastar as teses do Ateísmo.
Para que tudo deixe de ser apenas mais uma face do Misticismo.

Nunca houve Abolicionismo real dos conceitos em meio a tanto Barbarismo.
Só o que nos sobra  são vícios: o Alcoolismo, o Conformismo e o Sedentarismo.
Esse sopro sem vontade, essa face que se espelha do abismo e se transforma em Comodismo.
Sem mais, "Complexismos" ou qualquer tipo de “-ismos”,  e suas faces com ares de Absolutismo!

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Olá, célula querida.


Não converso muito com você, porque você nunca me responde.
E agora lhe pergunto: “ E ai, o que tá pegando?”
Sei que tens o seus próprios problemas com se preocupar.
Fagocitoses, Pinocitoses e outras neuroses...

Você vive ai no seu canto...comendo, excretando e se reproduzindo...
Não se preocupa com nada além disso?
Por favor, não me leve a mal, não quero que se revolte e vire uma célula rebelde.


Células rebeldes são perigosas, podem sair por ai, contrariando os outros e se reproduzindo de forma desordenada.

Não quero que você vire alguém mal, não quero que seja meu câncer!

Então, minha cara célula, você nada mais é do que uma cópia microscópica do que eu sou.
E por ser assim, tão cópia minha, imagino que tenha seus pensamentos inquietos...
O que tens dentro de você além do seu núcleo? Por onde queres navegar além desse plasma?

 O seu mundo tão meu, te faz feliz?
Esse seu mundo tão estranho, imagine, o que existe além disso?
Bom, é melhor ficar por ai mesmo, talvez seja menos pior do que o Mundo Macroscópico....


Não se esqueça que faz parte de um corpo maravilhoso como todos são (ou não), e mantenha limpo seu lugar de vida e trabalho, ok?!
Não sei quando voltaremos a nos falar, cara célula, mas desejo melhoras! Quero o melhor para você! (e para mim).

Quero te ver alegre e saltitante (nem tanto), e quero ver funcionando da melhor maneira possível. Caso precise saber porque deve existir, eu já lhe digo de antemão: Você é parte de um todo, e para esse todo sobreviver você deve viver....

É até provável que viva sem você também, mas você viverá para sempre "in memorian" para nós, desse corpo que vos fala! Saúde célula, saúde!!...e Viva bem comigo e consigo...e às vezes com os outros.

Sistematicamente falando.


Sistematicamente falando, há um sistema.
Dentro desse sistema, há fluxogramas e hierarquias.
Nos fluxogramas encontramos os procedimentos e diretrizes.
Nas diretrizes englobam-se as regras; e nos procedimentos, o costume.

É nesse sistema que fica petrificado todas as maneiras:
Como agir, como falar, com quem falar e o que fazer.
Dentro das regras há as leis:
O que fazer , e o que não fazer.

Na hierarquia, temos quem é superior a quem.
A quem se obedece e a quem se deve ouvir de cabeça baixa.

Nos fluxogramas, onde os processos ocorrem, tudo é pré-estipulado.
Qualquer situação estranha ao estipulado deve ser corrigido, ou será excluído do sistema.
As formas de como agir, como trabalhar e o que fazer estão pré-estabelecidas, basta escolher uma opção que lhe deem ou uma que goste mas que caiba em sua hierarquia.

Para todos os procedimentos há um controle.
Para todo controle há uma hierarquia.
Deve se conformar com o pré-estabelecido.
As opções estão nesse quadro: aceite-as do que jeito que são!


O sistema está em funcionamento, e ele deve ser mantido para não ocorrer nenhum dano colateral.
Infelizmente não deve ser impresso manuais (ainda!), mas o seu funcionamento deve perpetuar por mais alguns milênios além do que de costume.

E assim, que é, e assim que tem que ser ...sistematicamente falando!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

A Hora do Pesadelo

Você não consegue acordar desse pesadelo estranho.
Te chamam, chacoalham, tentam te acordar...mas não consegue sair desse pesadelo.
Os vizinhos gritam a noite, os cães ladram e mesmo com todo esse barulho, não acorda do pesadelo.

O mundo pode se abalar a sua volta, mas dentro do seu sono, não existe nada que te auxilie.
Tentou acordar de todas as formas, mas não conseguiu.
Isso não é um sonho, é um cárcere!

Mesmo com toda ajuda, não conseguiu sair dessa prisão onírica.
Seus esconderijos prediletos se tornam as casas do inimigo.
Já não consegue distinguir a realidade do sonho.
O que é real, e o que faz parte do pesadelo que não tem fim?

Pior que qualquer filme de terror. Não se segue roteiro, e o herói não vence no final.
Pior que qualquer estória de terror, não se sabe o fim da trama e não se espera absolvição.
Não existe enredo, você não se lembra mais do começo, e espera que o fim chegue logo.

Não adianta beliscar a sua pele, a dor maior é emocional e não te excluirá desse terror.
Nesse pesadelo sem fim, é difícil aguentar toda essa eterna noite de sono.
Nesse pesadelo que te faz gritar sem ter voz.
Nesse pesadelo que faria Freddy Krueger se urinar de medo.

Parece não ter saída desse sono pesado e medonho.
Tua realidade se transforma nesse sonho horrível.
Não existe a quem pedir abrigo, não existe ajuda, não existe fim do sonho triste.
Não sabe mais qual o sentido de tanto desespero, não entende esse horror infindável...

Não se vê propósito para tantos sustos, tantos traumas.
Onde está Morpheus quando se precisa dele?
Onde está a luz que nunca se apagaria?

Os seus gritos não são ouvidos. O mundo está surdo.
Suas mazelas não são enxergadas. O mundo está cego.
Estenda a mão para ninguém e ouça os cochichos daqueles que não te querem bem.
Não consegue se lembrar de bons momentos, o que sobra é só o agora e a sua tristeza.

Esse sonho estranho, não sabe como começou, e nem como sair dele.
Em que momento se caiu nesse sonho e foi tragado para o terror?
Quem sabe se um dia acordar, saía desse pesadelo horrendo, e se encontre viva nessa realidade...
Quem sabe um dia acordar, seja um alívio ou o despertar para outro pesadelo.



Livro Mágico



Esse livro mágico, que fica na sua cabeceira, tem muito contos bonitos.
Este livro é um best-seller....mas é difícil acreditar nesse escritor.
É um lindo conto de fadas, mas é um mundo absurdo para se esconder.

Pobre dessa alma que se esconde em qualquer tipo de ficção.
Pobre dessa alma que se acorrenta a qualquer verdade vendida.
Quando Shakespeare escreveu: “ Ser ou não ser, eis a questão”, ele se esquivou em não ler seu livro.
Perdeu tempo em pensar. Perdeu tempo em raciocinar. Perdeu tempo, um pedaço dessa eternidade...

Esse livro mágico me encanta. Assusta muitas crianças, e nem mesmo os irmãos Grimm poderiam escrever séries de contos tão fantásticos. O mundo se faz e desfaz com simples palavras.
A verdade é dita em porções cavalares. Os versos são repetidos de forma quase divina.
Pobre da alma daqueles que duvidam; um mundo negro se apossa de suas vontades.
Pobre daquele que não se encanta, acaba se tornando um pária nessa terra de cegos.

Queria ter sua obsessão na ignorância do ser. Queria me interessar mais em seus contos de fadas.
Esse livro ainda faz mágica. Lindo livro de poesia . Gostaria de acreditar nessas palavras de conforto, gostaria ainda mais de ignorar todos os pensamentos racionais. Esse mundo invisível e cheio de regras. Esse mundo perfeito cheio de absurdos paradoxais.

Leitura difícil, facilmente capciosa. Leitura amarga. Fechar os olhos e enxergar o mundo a sua maneira. Tapar os ouvidos e ouvir apenas o que quiser ouvir. Calar a boca, e falar apenas o que está escrito. Mundo limitado, forma limitada, dimensão estranha. Assim tudo parece mais fácil, assim tudo tem razão, e porque não teria?! Um bom livro tem começo, meio e fim!

Deve ser estranho se esconder atrás de suas explicações. Deve ser difícil viver se limitando tanto... mas se não interessa saber muito, porque se importar, então?! Esse é o livro certo, quase mágico.
Um ótimo livro para seguir e planejar suas condutas. E o tempo nunca mais poderá ter algo melhor que suas palavras.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Custo da vida.


Você nasceu...beba dessa água, coma desses frutos, opa, espera aí...acabaram-se os frutos.
Ok, respire desse ar....você já está na vantagem de respirar e beber água (se achar algum rio que não desboque em um esgoto), talvez consiga até achar algum fruto.


Será bom voltar aos tempos dos ameríndios, e ignorar a toda a evolução tecnológica para sobreviver, porque tudo tem seu gasto, não?!
Por alguma razão estranha sua mãe te pôs no mundo.


Antes que possa responder (caso queira), o porque da sua existência, não se esqueça de ter dinheiro, pois para viver é preciso comer...e não existem muitas árvores por ai te dando seus frutos para saciar sua fome.


Para viver, precisará de um teto, pois não espere ficar embaixo das chuvas, do inverno e das altas temperaturas. Não viverá muito tempo assim (se esse, for seu desejo).

Tenha dinheiro, pois o mesmo é tão importante quanto o ar que respirará, a água que beberá, e com ele talvez, até consiga algum alimento.
Com alguma sorte, um pedaço de terreno para construir um teto para tentar isolar de todas as intempéries da natureza.


Você está vivo, fabuloso! Agora arrume um trabalho! Seja mais um elo nessa corrente, tenha seu dinheiro , para poder continuar vivendo.

Qual é seu custo? Quanta vale sua vida? E toda a sua “grana” serve para que quando estiver morto?

A vida vale muito. Vale tanto que estão cotando na bolsa. 

Em alguns momentos, a queda nas cotações e as especulações destrói o valor ordinário dessa vida...até que valha menos que uma moeda de cruzeiros novos.

Quando a vida não valer mais nada, sairá da bolsa de valores e será comercializada na vielas de bairros projetados por acidente, como já vem acontecendo em alguns momentos da história.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Era Glacial.




É sempre inverno, não importa a estação do ano.
O cobertor já não aquece mais como deveria.
Faz sempre frio, não importa se usas roupas ou um traje mundano.
O calor não chega da forma que deveria.

Sempre chove, com raros momentos de sol.
Sempre faz frio desse lado do hemisfério.
Ás vezes até cai granizo e nos fere sem igual.
Nesses momentos, não é bom pensar nesse frio .

Faz um frio terrível todo dia do ano.
Há geadas, seguidas de temperaturas glaciais.
Há um movimento de massas de ar, que mudam nosso ânimo.
Não há muita esperança na volta do verão e o calor só se for dos maternais.

Não tem como fugir do frio...ele é tão raro e imprevisível.
Não existe fogo que espante esse pesadelo gelado.
Vive eternamente no seu momento mais difícil.
Tudo dentro de ti, reflete nesse sentimento congelado.

O sorriso do seu rosto está quase triste.
É o tempo necessário de fingir alegria.
O frio é eterno, muda tudo que houve de belo, nada persiste .
É o tempo necessário para aquecer um coração.
Mas o frio é implacável e reconhece a ironia.
Arranca de um pobre coração o valor do brasão.


Esse frio me assusta, num sei até quando ele perdura.
Sentimento que congela até a alma, não sei se há calor.
Essa era glacial que transforma nossa mais tenra vontade pura.
A esperança é que o coração esquente o corpo, a esperança é um pouco de amor.

sábado, 3 de julho de 2010

Um sábado qualquer...



Nada para se fazer, a não ser pensar em mim.
Nenhum jogo na TV, nenhuma conversa interessante, nenhuma terra para se descobrir.
Nada muito para se fazer, a não ser preencher o tempo com letras no papel e pensamentos supérfluos.

Esse é mais um sábado qualquer, buscando matar o tempo, dar risada e ser um pouco do rascunho do projeto de vida que havia feito outrora. Dia de pensar, o último dia da criação. Dia para pensar, o que vem do além, para nossas vidas.

Um dia qualquer, tedioso como ele só. Para quem gosta de badalação, a aventura é não ficar parado...é tentar mexer o corpo para não se encontrar parado pensando. É triste se encontrar parado e pensante. O Tédio não ajuda. O mundo parece mais desinteressante. A vida parece estar sem sal.

E a existência? Ela esbarra em um sábado, esbarra nos pensamentos introspectivos, esbarra em tudo que não pensamos em movimento constante. Talvez seja melhor assim. Enganar a própria sorte, enganar a própria sensação de que se tem de que está tudo bem... está tudo ok, não é?!

As sensações não se enganam, a verdade só se esconde. Mas está tudo bem, né! O importante é não olhar para o lado, não sentir nada além dos seus próprios pensamentos. O importante é não olhar para dentro, não sentir muitos sentimentos, pois pode lhe dar dúvidas do que faz e o que se tornou.

É só outro sábado, outrora sagrado, mas hoje é só mais um dia. Para alguns é descanso. Para outros é apenas uma pausa indefinida, pois domingo é a pronuncia de uma odiosa Segunda-feira.
É dia de sair e se divertir...talvez. É dia de orar...talvez. O mais importante é não pensar muito. Evitar o reflexo, evitar a reflexão.

É só outro sábado. Um tédio só. Um mundo de oportunidades perdidas. Um mundo de opções esgotadas. O mais importante é estourar o champagne e comemorar com sorriso no rosto todas as coisas boas da noite que virá. O mais importante é curtir esse sábado, como todos os outros durante todos os anos possíveis. O mais importante é não ficar parado refletindo sobre si.