domingo, 28 de agosto de 2011

Com fusão.

O que deveria ser “mercado livre”, já não se baseia mais nessa máxima. Onde tínhamos bancos competindo entre si por “menores taxas”, fiscalizados pelo fenabran, hoje é apenas uma expectadora de movimentos de absorção e alianças entre bancos. Em um futuro próximo é possível dizer que teremos só dois bancos de porte global, e os dois com certeza devem fazer um acordo de “cavalheiros” para um bem-comum, dito oligopólio.

Onde tínhamos supermercados, que deveriam em tese, fazer uma concorrência saudável, para diminuir os preços e de alguma forma, ser útil aos consumidores, hoje se tornam empresas únicas, já que apenas um ou dois supermercados tendem a existir comprando ou incorporando outros atacadistas e varejistas.

Em breve, teremos dois supermercados globais, que ainda mudam de nome em especificada região, para alterar o preço de acordo com o público, mas que pela razão social, vemos que fazem parte do mesmo conglomerado.

Como se tornará um mercado livre, se o mesmo se subverte na forma que bem lhe convém? A ganância desenfreada já não possui muitas máscaras. Tudo em nome do luxo e da glória. Do “ter” ao invés do “ser”... Mas isso são coisas pequenas. Empresas que “compram” as licitações de reformas e construções públicas, e pagam com certa parcela para o favorecido político.

Empresas de TV a cabo fazem acordos para cobrir determinada área para que um não “roube” o cliente do outro. Para toda forma de concorrência que deveria ser saudável, inventam parâmetros para subvertê-lo. Empresas de ramos diversos incorporam teóricos concorrentes, e como fica a livre competição?

O descrédito é enorme, independente de plano econômico A ou B, ou ideologia política A ou B, enquanto a mão do homem não encontrar adversidade ou algum tipo de controladoria, o alto escalão vai se apoderar cada vez mais aos pequenos passos da dominação total do meio financeiro.

Desde as vendas de varejo a taxas bancárias, tudo será voltado a 4 ou 5 empresas globais, que já não possuem sede em países, e sim, uma estrutura orgânica global, com suas próprias regras e forte presença política.



terça-feira, 23 de agosto de 2011

Percepções.


Já sentistes necessidade? Imagine a superação de algo intransponível.
Pense na falta da visão, e sua capacidade de ter que caminhar mesmo sem ter como enxergar.
Pense na falta da locomoção e a capacidade de ter que andar enormes distâncias usando os braços.

Imagine a ausência de alimento, não por algumas horas, mas por dias.
Pense na ausência de audição e ter que viver sem saber o que é o som.
Pense nas diversidades que enfrentamos, e a capacidade adaptativa de cada um de sobrepujar as adversidades maiores.

Pense que, o que te separa daquele deficiente visual, deve ter sido um pequeno detalhe da vida. Pense em que a vida ainda não terminou e com o passar do tempo, pode haver reviravoltas mirabolantes. Pare, olhe e reflita. Há muito mais do que podemos enxergar, há muito mais que nossa percepção pode alcançar.

Há muito mais do que se pode mensurar. Percebemos nossa fragilidade na dor, nossa mortalidade no momento de fatalidades, quando o sangue que corre pelo corte feito. É a dor, é o que sentimos, além das alegrias e das rosas no campo. Há dor, em pequenos quartos, e em diversos cativeiros.

Não podemos esquecer quem somos; o que somos e de onde viemos. Ser invulnerável até o dia que se ferir, ser imortal até o dia em que ver a face viva da morte.
Receba o abraço como se fosse o
único, sorria como se fosse o último, esteja entre os seus como se não houvesse mais ninguém.

Perceba, és apenas uma sombra pálida. Pense. Só existe esse momento até o amanhã chegar. Enxergamos sempre mais o que queremos ver, do que realmente tem para se ver.

Abra os olhos. E veja. Só temos esse momento para ter todas essas percepções.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

não vou implicar com suas verdades...

Esta certo, não vou implicar com suas verdades. Não espere que eu entenda suas convicções, mas não irei desrespeitá-lo. Me de meu espaço e entenda minhas virtudes e vícios.
 

Está certo. Imaginar-se que esteja certo. Ter certeza em meio a tantas perguntas. Não se importe em querer mudar o mundo e sim em reconhecer as diferenças e dificuldades alheias.

Sentimento de egoísmo se aprende desde pequeno. É isso que aprendemos a carregar desde os tempos de berço. Não se importe em querer saber tudo. Não precisa dizer que venceu. Não estamos competindo. Não queremos sua derrota.

Esta certo, sempre em querer saber sobre o dia de amanha, mas entenda e compreenda além do seu pequeno espaço no mundo. É difícil, às vezes dolorido, mas tente. 


Tão certo quanto dois e dois é cinco, são as certezas absolutas que carregamos desde sempre. Nossa ideocracia, nossas experiências mal-resolvidas. Esta certo, esteja sempre certo... mesmo quando o errado pareça mais exato.

Vou tentar tirar meus pés das nuvens.


Vou tentar tirar meus pés das nuvens. Vou tentar não beber o vinho da nobreza. Quero sumir desse pasto, não quero viver nessas pastagens. Não quero ser seduzido por toda essa certeza. Aquilo que você mais deseja só se interessara em ser seu, quando você não o quiser mais. Quero abdicar do meu lugar nas vassalagens, mas não quero nenhum titulo de nobreza.

Não quero me deixar seduzir pelo vinho centenário, e não pretendo vir a morar nos aposentos reais. Meus planos não me permitem encontrar um lugar nessa corte.
Não devo me deixar levar pelas facilidades. Tenho um caminho aparentemente infindável longe dessas futilidades, e meu opositor mais cruel esta dormindo por tempo indeterminado logo à frente em seu forte.

Quero aproveitar esse sono, quero reinar em seu descanso. Um reinado de satisfação, sem coroa ou trono.
Quero cobrar toda a penúria, toda a lagrima derramada, quero deixar de sentir toda essa injúria e ver realmente como o sol brilha para nós, nessa forma imaculada.

Quero sentir essa alegria, quero estar junto aos outros e entender porque gostam tanto desse reino que sentem tanta euforia. Não entendo seu rei, e não pretendo usurpar sua coroa, só quero meu espaço e meu nome como deveria de ser, só mais uma pessoa. Quero ter a satisfação de saber os porquês e os poréns. Somente, nada mais que o simples, só para fugir da vida desses clichês.

domingo, 21 de agosto de 2011

Calma Coração!


Calma coração, é só uma batida por vez, não pense que é coração de beija-flor. Calma coração que são apenas os sentimentos a flor da pele. Descansa a tristeza no fundo da sala, pede para a ansiedade dar uma volta.

Calma pequeno músculo, não adianta bombear tanto sangue, pois não é assim que o corpo responde. O suor escorre, a energia se esvai, e você não conseguiu o que pretendia, liberou tanta adrenalina para que?

Calma pobre coração e deixa a massa encefálica trabalhar sua calma. Deixa o mundo dar um passo de cada vez, acompanha essa translação. Você precisa aprender com o tempo. Precisa se comunicar mais para não deixar o encéfalo esquecer.

Por cada passo, por cada emoção, você que trabalha incessantemente, ainda sim precisa relaxar, e perceber que o tempo não esta aqui para lhe vencer, nem mesmo esta competindo. Perceba pobre coração, que não são todos que possuem um coração de leão.

Peço-te calma, pois me falta palavras para te pedir o que quer que seja. Às vezes falta força para ignorar; e o mais grave, ainda lhe falta inteligência emocional para poder separar mundos que se colidem.

Calma coração, estamos apenas na metade da história, e a cada dia, é nosso destino que cavamos em jazigo perpétuo. Falta tão pouco, e o que incomoda é que a ansiedade de tudo se resolver logo.

Nos tempos de calma, se sente como no olho do furacão, esse marasmo que parece anteceder a tormenta. O coração vive em atenção, como suricatos observando a toca, sempre em busca de absurdos caóticos que venham a lhe acontecer.

Quando tudo lhe parece calmo, aí que a suspeita é maior. Quando tudo parece bem, é que reside o medo de algo ruim posso acontecer subitamente... por isso que, digo-te: calma coração! Não se alimente da ansiedade, que essa é venenosa.

sábado, 20 de agosto de 2011

Vilão Necessário!


Às vezes é necessário um vilão, para seu filme ter um final feliz. Um adversário para ser superado e se sentir melhor. Um oponente que o fará se superar e vencer a batalha. Às vezes é necessário ferir as mãos com espinhos, para sentir o cheiro das rosas. Sentir a dor do parto para ter o abraço de uma nova vida. 

Sentir a dor da perda para reconhecer a memória daquele que se foi.
Às vezes é preciso ter um inimigo em comum a ser vencido. Um obstáculo impertinente que parece invencível. Às vezes, não sempre...
Temos que enfrentar o inimigo, mesmo com o medo. 


A garganta paralisada, de onde não sai o grito, e a angustia fica presa dentro do corpo. E o pior, ter que engolir a seco certas palavras, para poder usufruir de algo maior. O pior é saber que realmente é necessário se ferir para passar por esse momento. É preciso enfrentar e ir além da vitória e da derrota.

Às vezes o inimigo vem bem a calhar. Um oponente é algo visto como necessário. O vilão é um dos motivos principais do livro. E o mal parece existir para que o bem pareça realmente bem. O medo de sentir medo atrapalha. O medo de se machucar acaba machucando também.

Que a desilusão sirva como aprendizado, mas que não deixe de almejar o quase impossível. Que o medo da queda não impossibilite de vez em quando de andar nas nuvens (providencialmente de pára-quedas). Às vezes, não sempre...

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Estamos cansados de estarmos sempre errados.


Estamos cansados de estarmos sempre errados. Estamos cansados de perder o último ônibus. Estamos fartos de sempre perder nos jogos ditos como de "azar".
Estamos cansados de sermos os cavaleiros errantes. Os esquecidos que possuem Alzheimer. Cansados de sermos os príncipes sem reinado que viraram sapo. Os flagelados que sofrem de indigestão.

Estamos sem ânimo para assistir novas coroações, ler cartas de amor ao luar e mandar beijo para a sogra ao vivo na tv. O último suspiro sempre foi dado por nós. As lágrimas que caíram passaram pelos nossos rostos. As rugas do rosto não escondem a imaturidade presumida.


Os erros ainda são nossos amigos, e agora nos vemos como crianças crescidas, assim como nossos pais. Sabemos dos erros e inseguranças, sabemos dos medos e os confrontos infindáveis que nos perseguem. E agora, percebemos pelos olhos nos espelhos, como estamos cansados disso tudo.

Vivemos desconcentrados e fora de foco, a atenção é repartida entre diversas opções. Nossa opinião não vale mais como valia. (Talvez nunca tenham nos ouvido). Só esperamos as bestas passarem de carro gritando e disseminando seu ódio.

Sempre esperamos: o ódio passar, o desejo latejar, o mundo girar, o senso fictício de justiça nos alcançar e a forca de vontade se esmorecer. Só nos basta esperar, reclamando como “velhos-gagas imaturos” e sermos o que já estamos sendo... Cansados de tudo isso.

sábado, 6 de agosto de 2011

Queria cessar toda a tristeza.

 
Queria cessar toda a tristeza, mas como viveria o mundo só de alegria?
Queria poder deixar a dor pra lá, mas como viverei só de prazer?
As sensações se perderiam no mundano. Os sonhos seriam o cotidiano (para que dormir afinal?)


Poderia deixar de chorar, mas como seria viver só de risadas?
Se meus dias fossem somente sol, as plantas não morreriam de sede?
Queria que não fosse o idealismo tão extremista. E que não fosse preciso culpar os anjos e absolver os demônios para poder se exaltar os idéias super-humanos e inalcançáveis.

Queria não ter que discutir com quem amo, mas como seria nossa vida vivendo somente da “paz”?
Quando a sensação se perder, quando a realidade for aquilo que apenas “se acha” que lhe parece melhor... Até parece que está no olho do furacão, aguardando a destruição em meio a uma falsa calma. Como sentir o prazer sem sentir a dor? Como saber o verdadeiro sabor dessa vitória?

Em momentos ruins dizem que nem tudo é feito de cravos, pois há rosas! Em momentos bons, devemos também perceber que ainda existem cravos, nesse mar de rosas.
O que devemos, é vencer a morfina, e sentir a dor. Viver e vencer, da forma que pudermos fazer. E os sonhos... Serão para sempre sonhos, a serem realizados como ideais. E quando chegarmos ao ideal, o que nos faltará então?