quinta-feira, 26 de junho de 2014

Mais Burros que uma Porta!

Enquanto chegava perto de casa ouvia um velho praguejando:

"Burros, burros como portas...tão burros que fazem meu fígado doer. Burros filhos das putas!
Enquanto brigam pela internet por sistemas arcaicos, digladiam com pessoas que não conhecem e nunca vão encontrar, os donos do mundo continuam seus planos diabólicos!

Não há direita ou esquerda. Não liberalismo ou socialismo. Existe a grana! O que talvez pareça um sistema justo equilibrado pela lei da oferta e da procura, é na verdade esmagado por aquisições de ações de empresas concorrentes,e formando oligopólios, controlando tudo que deve parecer concorrência, comprando deputados e juízes federais para que pareçam que estão cumprindo a lei.
É para isso que existem os Lobbystas e o financiamento de candidaturas! Financiamento de armas, e de guerrilha para tirar pequenos grupos da parte de exploração da terra. 

Socialismo pareceu como uma proposta para acabar com a exploração do homem pelo homem. Mas se mostrou uma exploração do homem pelo estado. Se deteriorou, e se tornou falha e escandalizada pelos seus defeitos explorados ao máximo pela concorrência. Não existe o certo e o errado. Existem os bilionários, os acionistas, e aqueles que adoram manter tudo da forma que está.

E do jeito que está é forma com que vocês desprendem energia um contra o outro, debatendo sobre ideologias antagônicas moribundas e que são alimentadas pelos verdadeiros donos do poder. 
Os socialistas de ontem, são capitalistas de hoje e emprestam dinheiro para os maiores capitalistas de ontem, e tudo fica por isso mesmo. 

E nós estamos nos matando, elogiando, babando ovo de ídolos mortos, escritores mortos com seus livros embaixo do braço, repetindo tudo o que foi dito a 200 ou 300 anos, repaginado por aqueles que querem inflar seu ego ou morder um pouco do ouro que tem por ai.

Não existe 'Sistema", só existe egoísmo, vontade de se dar bem, vontade de ter tudo que pode se imaginar. ter aquele enorme bem-estar de alguma forma, não importa de que maneira. Enquanto isso, os socialistas maldosos querem destruir o bom capitalismo, e os porcos capitalistas querem corromper o pouco que o estado pode fornecer a quem precisa...na verdade estão todos errados. 

E que se foda o Fidel e os Chineses, e se foda os EUA e Wall Street... E vocês são burros que dói meu baço, são tão burros que não sabem soletrar TV, e eu estou de saco cheio de tudo isso! Seus burros filhos das putas!"

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Fugindo do Reflexo - Complexo de Mumm-Rá


Resignar é preciso, viver não é preciso. Talvez o destino fosse seguir do jeito que é e sempre será. Talvez a vida seja apenas existir independente do que a consciência pede. Para que consciência afinal? 
Quando o esforço parece ser lutar contra a correnteza, o que resta a nos pobres mortais, a deriva nesse mar de ignorância?

Eis que percebo que eu sou eu. Existo perante a mim, e quando percebo essa atrocidade, vejo que existe o Outro. No absurdo social antropofágico, percebo como tenho que me alimentar perante o outro, devoro ou serei devorado. Todavia, percebo também que existem outros tão parecidos comigo, que me percebo perdido em mim.

Que sejamos nós então. Sou aquele que me vejo perdido no reflexo abusivo do espelho e da imagem fosca da miopia. Odeio odiar, mas o faço mesmo assim.  Amo a humanidade, mas não a suporto. Amo e odeio. Principalmente se estiver por perto e for parecido comigo. O individuo se confunde comigo na apreciação da existência. E a odeio.

Como Mumm-Rá, que foge de seu próprio reflexo, tenho medo da minha própria imagem. Odeio aquele que mais se parece comigo, justamente por refletir minhas imperfeições, odeio essa imagem refletida, meus medos, minhas incertezas, ser deveras humano.  O monstro que se vê não é nada agradável e me faz voar para longe.
Como se viesse de um mundo bizarro. Onde Narciso acha feio o que é espelho. Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso...


segunda-feira, 2 de junho de 2014

Que Sinta as Dores;


Para quem nunca se feriu realmente, e acha que é invulnerável, espero que corte não só a pele como a carne.
Para quem nunca sentiu a fome, e não sabe como é; espero que tenha dias de fome;
Para quem nunca sofreu com a seca e pouco se importa, espero que sinta dias de sede;
Para quem acha que demais são ignorantes e detêm conhecimento aquém dos semelhantes; espero que descubra quão incapaz é.
Para todos os monstros que acham ser humanos, que reflitam sua horrenda imagem em um espelho, pela primeira vez na vida.

Para aqueles que sempre enxergaram, um dia de cegueira.
Para aqueles que sempre tiveram tudo, alguns meses perdidos com nada.
Não espero que perca a esperança, pois essa nunca deve se esvair.
Para todo o mal que ocorrer, espero que sofra o suficiente para ter compaixão.
Para todos que hoje estão sorrindo, que sintam as dores, que sintam algo, ou que apenas sintam.
Para todo mal que sofrer, esperamos que tenha força para se levantar. E no final, superaremos tudo, como sempre fazemos.

O que nos acomete é a cumplicidade, não de ser mais um na cena do crime, não por esconder o crime; simplesmente por deixar acontecer. 
Calados, atônitos e inertes a toda a falcatrua, barbaridade e obscenidade a espécie que juramos ser próximo a nós em diversas ideologias e religiões.
Somos cúmplices, ao deixarmos acontecer tudo que temos certeza que está fora do que se defini como correto. 

Talvez sejamos mais culpados do que aqueles que cometem as atrocidades ao sermos extremamente complacentes, e deixamos nosso coração mais gélido que o iceberg que traçou o destino de Titanic.
Um dia o copo transborda, o grito sai da garganta e as revoluções do papel talvez aconteçam.