quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Ópio do Povo.



Sou fã de futebol, grito pelo meu time, torço pelo gol...mas não consigo mais me negar a ver tanta inversão de valores, manipulação de empresários e de interesses próprios. A seleção que reflete um sentimento patriótico raro, é gerida por um órgão que poucos sabem como funciona e a quem responde. Gritamos gol e quebramos patrimônio publico quando nosso time perde, enquanto somos manipulados paulatinamente pela TV e revistas. Até parecemos omissos, ou só sentimos urgência em agir em assuntos fúteis como futebol ou carnaval.

O que deveria ser um hobby, acaba sendo uma válvula de escape de nossa incapacidade de resolver problemas que postergamos ou fingimos não ver. Problemas sociais e políticos são varridos para debaixo do tapete.
O ópio do povo nunca foi tão ópio quanto agora. Nosso individualismo não permite união a não ser para gritar gooool!
Nossa indignação é pelo salário do jogador, e não de deputados que não exercem sua função e utilizam dinheiro público para suas negociatas. Nos revoltamos com futilidades e assuntos genéricos, e o social que deveríamos nos preocupar, é subjugado e atribuído a agentes ocultos a culpa negligenciável.

Temos o time de coração, a paixão, a raça e a habilidade, mas não devemos deixar que sejam o principal de uma população. Não podemos ser apenas o país de “Samba, carnaval e futebol”.
O pão e circo, ficou refinado...agora são brioches e o circo é de Soleil!Não podemos nos ater a sermos ufanistas e devemos nos concentrar em problemas que deveriam gerar revolta tanto quanto um time cai para a segunda divisão!



Beleza Sentida.



Há beleza que é sentida, beleza que pode ser imaginada, enaltecida, vislumbrada ao horizonte, amada de forma platônica. Mas a beleza nada é mais do que um consenso social, quase uma imposição de valores: do que é bonito ou feio; bom ou ruim; certo ou errado.

Quem diz primeiramente que determinada pessoa é bonita? Antes mesmo de formamos uma opinião, carregamos conosco toda uma carga de conceitos desde crianças, imagens idealizadas de uma minoria que imagina aquilo que lhes parece ser o agradável. O hedonismo é embalado e vendido em cartazes, pôster e comerciais de TV.

Não é questão apenas de consumo e valor econômico, vender cremes e formas impossíveis para todas as pessoas. É a glorificação do ego, celebração máxima do reflexo de Dionísio para que todos possam enaltecer aquilo que é pré-definido como belo. Adônis se sentiria feio em meio a tamanha pressão sobre sua beleza.

Há padrões de beleza para diversos grupos étnicos e sociais. Há países que enaltecem mulheres acima do peso, como simbologia de saúde e fartura, assim como há culturas que enaltecem mulheres alvas com seios fartos...

Os diversos tipos de beleza são demonstrados a quem quer olhar, e a verdadeira beleza pode estar perto de nós sem mesmo sabermos, e não enxergaremos, por imposição daqueles que julgam algo bonito ou feio, insegurança por assumir uma beleza que não esteja em conformidade com a maioria, ou por se sentir se “marginalizando” por achar o belo, algo “feio”!

Além da superficialidade da pele, dos traços que cativam, também existe a beleza que poucos demonstram por medo de retaliação, de qualquer tipo de inveja frustrada. A maior beleza é aquela que poucos conseguem enxergar a olho nu a primeira vista, e essa beleza é a que perdura por mais tempo que a beleza que enxergamos sobre a pele, olhos e lindos cabelos.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Despertar da Consciência "_EU_"


Maior que a pergunta: "Porque estamos aqui?" "Deus Existe, e se existe, existe o capeta?". Maior que a necessidade de apenas querer saber, ou de se vangloriar com a resposta, é a sensação de certeza. Sem fantasias ou crendices, apenas a certeza verdadeira daquilo que sempre procurou. Não é a existência de Deus ou do Capeta, e sim a existência da consciência.

O porquê de ser consciente da própria consciência. Ver e vivenciar os erros como um protagonista que não consegue mudar o desfecho da história como em um RPG. Saber de sua própria existência, vivendo-a e esperando pelo desfecho final.  Conviver com as dúvidas e o seu ponto de vista defectivo e simplório sobre a concepção do que é a realidade e do que tens sentindo sobre a pele e seus sentidos.

O porquê da consciência? Qual o motivo a faz existir e moldar a sua personalidade em algo que se consegue definir como pessoa? O momento da percepção, no fatídico momento em que se percebe como pessoa inserida em um contexto social. Os fatos, acontecimentos que se relacionam com você e sem você. Amizades, amores, vidas cruzadas, momentos de meditação... Qual o propósito de se perceber sobre tudo que se acarreta sobre sua pessoa?

Os limites da consciência se esbarram nas limitações humanas e suas percepções. A realidade que vivemos e que nos acaba moldando, pode também ser moldada. A perspectiva que temos provindas de nossos sentidos podem criar uma realidade diferente a nossa capacidade cognitiva. A forma com que pensamos, com que vivemos e como tomamos nossas ações podem ser moldadas tanto pelo nosso consciente quanto pelo subconsciente. 

Mas e o que faz nossa percepção esbarrar em nossa identidade criada, nosso conhecimento adquirido e por fim, a consciência que percebemos tomar forma e tomar posse de nossas ações? Qual o objetivo do saber de sua própria existência?

Essa distinção talvez seja a mais importante dentre os animais, e ainda sim, o termo "ser racional" não seja completamente eficaz sem se perceber como individuo inserido em um meio, uma realidade e qual papel exerce em tal meio e que diferenciação ou propósito aguarda a sua percepção existencial.

Há diferença entre as pessoas inteligentíssimas com as que se perguntam em algum momento sobre o despertar de seu ponto de vista. Pessoas cultas, mas que não se aprofundam em seu próprio ser, em busca de conhecimentos, se rendendo a facilidades e crendices milenares pré-formatadas a sociedade, talvez seja o primordial motivo da evolução de certos tipos de dogmas. 

A comodidade de não querer saber a verdadeira resposta que pouquíssimos procuram, sejam por medo de se perceber quem realmente são ou por medo da desilusão do que encontrarão como objetivo de sua consciência e existência. Porque "eu" sou "eu"?