terça-feira, 15 de março de 2011

Príncipe Encantado!



O cavalheiro no cavalo branco não chegou. Hoje em dia ele usaria uma Harley Davidson, talvez. Mas ele não vem. Deve estar parado na fila de carros... Mas saiba que ele não vem!

As juras de amor são apenas para saborear a sua carne. Sentimento antropofágico do canalha. O sapo foi beijado e contaminou seu lábio com veneno. O último romântico foi morto com uma dose de cicuta, em um ato impensado de ignorância.

As preces não serão atendidas... Não da forma que espera. A armadura reluzente foi comprada a prestações, e o nome está sujo na praça. Seu príncipe está sem reinado, é bastardo e brigou com os pais. Não aceite propostas fantasiosas, pule com os pés descalços nos cravos, para sair do transe que o frescor da rosa lhe deixou. O céu é ensolarado, mas o arco-íris não é jura de amor. Não acredite nas promessas vazias, não durma no ponto.

Seu príncipe não vem, pois se perdeu em outro harém. O conto de fadas está quase no fim, e o lobo mal está comendo a vovozinha. Não espere fugir dos defeitos, não espere a perfeição, não espere. O mundo é mais que seus planos, a vida é mais real que seus sonhos. Planos traçados e objetivos em papel: Esqueça e se atenha aos planos “B”!

A idealização do parceiro te fará sofrer. A vontade de querer lhe fará sofrer. Quer mais do que pode conseguir, se mantêm fora dos limites humanos da compreensão dos erros. Lembre sempre que errar é humano e repetir o erro faz parte de um final “feliz”. Saiba que sempre há um fim, sempre.

O mundo gira e com ele suas adversidades. Novas opções e realidades, e tudo se modifica para formas estranhas, sons dissonantes. O ideal morreu faz algum tempo, fumaram suas cinzas. O verdadeiro perigo é acreditar que ele ainda existe. O verdadeiro momento de sofrimento foi esperando por algo inexistente e inalcançável.

A paixão foi espetada por um anjo cego e sem remorso de ter errado. Não se iluda com os olhares, não hesite em errar. Relaxe sobre o mundo, sem pressa, sem a pressão do que imagina ser o amor indo embora. Príncipes não existem mais, agora é tudo na base do parlamento ou falsos governos totalitários.

Seu grande amor mentiu. Sua cara metade se foi. Seu príncipe encantando na verdade é uma bruxa... Mas não se desespere. Aceite a derrota. Das cinzas há de sair uma fênix mais do que folclórica. Reaja e saberá que o verdadeiro doce vem quando se experimenta o que é mais amargo.

Não beije mais os sapos esperando se tornarem príncipes ou vai acabar ficando envenenada além de não ser muito higiênico. Não espere que a magia da fantasia resolva seus sonhos. Aceite o que tem de melhor para você, aceite os defeitos e não durma dentro desse sonho. Acorde, reaja e viva o momento como tem que ser. E aceite esses sapos como são, apenas anfíbios (escolha um que não seja venenoso, que seja limpinho e o ame da forma que ele o é!)



domingo, 13 de março de 2011

Nosso tempo e nós.


“5 minutos, é o necessário para se perder desde um ônibus a todo sentido da vida. Momento efêmero que se passa. É o momento do tudo e do nada. É apenas um momento.”

Preso nesse calabouço, no alto dessa torre. Trancou-se e engoliu a chave. Sozinho em meio a multidões, o pânico se instaura em não poder se comunicar nessa terra de estranhos, com seus rostos estranhos e suas conversar fora do seu foco.

“4 minutos, foi o tempo necessário para tudo acabar. Há muito o que se fazer, e o tempo nunca é suficiente. Houvesse o estampido, um cheiro de pólvora, gosto de sangue. Por minutos. O tempo não reflete nossa angustia.”

Tantos assuntos e nenhum lhe interessa. A cama está cada vez mais vazia. Esse silêncio todo incomoda, ainda sim, vive e anda no meio dessa multidão. Calados e apressados. O mundo gira apesar de suas preocupações.

“3 minutos é o tempo necessário para tomar a decisão. Toda a concepção de sua vida mudará após esse ato, um mundo inteiro de opções se abre para você, e você tem apenas alguns instantes para escolher e resolver o que ser e sentir."

Preso. Está preso por vontade própria em um reino tão vasto. Não existe rosto amigo nessa imensidão. Todos são párias que idolatram o momento.

"2 minutos, a escolhas são a cada instante. O tempo de parar para pensar é curto, e ações a serem tomadas são imediatas. O Tempo necessário para acabar mudando a rota do seu rio."

Mundos separados por conexões virtuais. Vontades guardadas a sete chaves. Sofrimento bate a porta com a recordação do amor perdido. As variações não se modificam mais; se tornaram constantes. Perigo constante. Nada será como foi ou como deseja que seja.

"1 minuto, um leve suspiro, perdido no meio do tempo entre o agora e o nunca. A idade é apenas uma referência cronológica, a maturidade vem independente dela."

Parece desnorteada, os quadros na parede trazem lembranças que a fazem sofrer. Parece triste, aqueles que deveriam estar ao seu lado, esqueceram-se de perguntar "você quer ir conosco?". A memória parece ser uma criatura ingrata, remoendo seu amago e se alimentando de todos os momentos bons que agora se tornam lembranças tristes.

"30 segundos, para tudo que se foi, para todos que não estão aqui, foi necessário apenas um momento, um risco no tempo, um lapso na vida. O minuto entre o tudo e o nada. A vida e a morte"

Não importa mais sentir, o que passou não pode voltar. Não precisa esconder o esqueleto no armário. As mesmas perguntas sempre retornam em diversos momentos da vida. Basta encarar a situação contornando-a da melhor maneira possível. Não ha teatro em cena. Não há vampiros sedentos por sangue. Apenas o "não", e o vazio que o precede. Apenas a sensação, de que tudo está vazio de forma irremediável.

“Agora, já passou. Foi o tempo perdido. Nada será com foi. Só esse momento é o que podemos usar. Só essa vida que nos sobra. Mais alguns segundos e tudo mais restarão mudados.
Enfim, será o começo de tudo...."

quinta-feira, 3 de março de 2011

Intrépido


Forte e corajoso como o reflexo de um leão. Mas sua imagem esconde o cristal que é seu âmago.
Essa força que aparenta, é às vezes ilusória. Sua mente se torna vulnerável a todo tipo de pesadelo.
Forte e destemido, sua imagem não reflete os perigos que sente os medos que esconde!

Não há fuga de si, não há como se perder. Não há escapatória, e sua imagem é de um ser impávido.
Sua vida gira em torno de um sistema não linear.
Tudo contra sua vontade e sua força é apenas o que imagina ser o suficiente.

O coração bate, bate para não ter que apanhar! Se esquiva para não ser atingido.
Consome um mundo de informações, com medo de ser consumido no final.
Pensa nas dúvidas e perplexidades do cotidiano, se abate ao ataques furtivos.

O mundo dos sonhos bate a porta. Mas tem que acordar.
Os sonhos batem a sua porta, mas realidade quer bater em você!
Precisa pensar em si e não se perder.
Precisa estar forte apesar de tantas derrotas.

Precisa mais do que ontem, em acreditar no futuro.
Difícil está pensar sem ter que parar e os desestímulos que se abatem no ser, as portas que se abrem de forma estranha...
Todo o mundo parece esperar suas decisões.Os moldes pré-estabelecidos que regem todo o resto, é o que esperam que ele faça, é o que esperam que ele seja.

E você, que aparenta ser tão forte e tão dono de si e protetor daquilo que gosta, se encontra perdido nas virtudes que almeja, e no ideal que explana.
Vive perdido em um mundo fantasioso esperando se tornar real.
No final da estória, parece que o personagem não é tão heróico em seu perfil.
Seu foco parece disperso em sonhos, e seu ideal se torna mundano.


Ele é apenas humano, mais do que gostaria de ser, mas literal que da forma com que lhe ensinaram-no a ser.
Amanhã é sempre outro dia, mas não espere por ele em busca de decisões. Mantenha a calma, mas viva em todo o seu esplendor o dia em que suspira.
Nas contradições que nos encontramos e vivemos, temos que nos aceitar. Grande e infalível ser, você não existe como deveria de ser.