quarta-feira, 28 de abril de 2010

Razão e fé


Quando não se tem mais razão, nada resta a não ser dobrar os joelhos e orar.
Quando não se conhece a lógica que persiste na vida, nada sobra além de ter fé.
Mas fé em que, e porque?


Quando não se sabe mais em que acreditar, quando não se acha a razão para todos os fatos da vida.
Mas porque procurar insistir na razão?
Temos fé, quase instintiva...precisamos acreditar em tudo em que não faz sentido.

Precisamos acreditar que tudo o que sofremos tem um propósito maior.
Precisamos acreditar em compensação de todos os males.
Precisamos....


É lógico, ser racional.
É lógico, racionalizar todas as ações em nossas vidas.
Somos criaturas pensantes, imersos em problemas criados por nós mesmos.
Somos racionais, como jamais imaginariamos que pudesse ser.
Pensamos em todas as razões de ser e ter, e o grande porque de tudo.


Mas e quando a razão falha?
Quando o sentimento fala mais alto, quase irracional no peito.
Como medir o que é fé, ou apenas desespero camuflado na incapacidade de descobrir?
Descobrir algo que não consegue se mensurar....pensar em algo tão vasto que não se pode calcular.
Quando recorrer a fé e desistir do raciocíonio?


Acredita-se, em algo maior quando se ora.
Acredita-se que tudo tem explicação lógica.
Acredita-se que a vida não tem razão.
Acredita-se que a fé, muitas vezes, reflete fanatismo.


A razão se confunde, se mistura e se perde em meio ao desconhecimento.
Situações maiores, universo muito maior que nosso pequeno universo.
Vários mundos dentro de um só mundo.
E a fé, é um recurso para nossa falha racional.
A fé é a escapatória para tudo que não podemos e não conseguimos descobrir.

sábado, 24 de abril de 2010

O medo do fim.



Todos tememos o fim...o fim inevitável e que evitamos de pensar a respeito.
Temos o medo institivo que todo animal possuí, dos mais complexos as mais simples criaturas:
De uma simples ameba a um complexo cachorro perneta.


O final da vida, é algo indesejado pelo medo indesejável de se pensar: "O que vem a seguir?"
Onde todas as afirmativas e convicções que se construiu durante a vida , caem por terra.
É nesse momento em que se pensa no real sentido da vida.

Ser bom ou mal, ajudar a outros ou passar os dias dentro si, perdido em vaidades?
As grandes experiência da vida, as grandes descobertas e todos os sentimentos....
Nunca se pensa no final sem ser com um pesar no pensamento.
Quando se terá fim a todos os momentos carnais e sentimentos que possuí.


Não se pensa que um dia irá morrer quando se é jovem.
Não se pensa que irá se ferir até que aconteça.
Nada põe em crédito o pensamento sobre a morte.
Só quando ela a incomoda passivamente a sua frente.


Todos os momentos perdidos, todos os momentos no passado.
Quando sua carne apodrece sobre a madeira na terra.
Quando seres consomem sua carne em decomposição, e o odor pútrido empesteia o ambiente,
Talvez se pense a respeito sobre a morte.

O momento final, a forma como se dará a morte...pensamentos funestos.
Temos centenas de motivos de não querer pensar nisso.
Motivos que dizem que existem coisas para se pensar e não se entregar a esse pensamento.
Formas de ver o final como um novo começo.


Até os animais irracionais evitam a morte.
Talvez eles não conversem entre si sobre isso.
Mas nós podemos falar, pensar e raciocinar sobre a morte.
(Mas será que dará tempo de pensar nisso tudo, quando a morte acontecer?)

domingo, 11 de abril de 2010

Um pouco de nada e o resto de tudo...




Um pouco de nada e o resto de tudo...
É o que sobrou, memórias vivas e ilusão.
A voz de um poeta morto, canções de amor de um momento triste.


Um pouco do nada e o que restou de tudo...
É o que se tem, é o que se pode ter depois de tudo que aconteceu.
A música funciona como um gatilho para as lembranças.


Um pouco do nada e o que restou de tudo...
Só lembranças, momentos estranhos e a velha tristeza.
Quando a mente viaja mais do que qualquer corpo, além do espaço/tempo.


Um pouco de nada é o que sempre sobra depois de tudo.
Saudosos fantasmas que voltam e assombram, o passado que vive sempre no presente.
E aquele velho poeta, morto e cantando sobre esses momentos.


De nada, só um pouco, sobrou quase tudo...
Aquela voz, aquelas imagens, aquele futuro, aqueles planos.
O que faltou foi um pouco da perfeição: a perfeição das histórias com final feliz.
Como uma histórias feliz, que se mente para ter o final ideal.


Que nada, nada demais;
As canções, a vida, os desígnios, as metas.
A alma gemêa se desprende com uma operação cirúrgica lenta e perigosa.
Os  momentos passados são vivos e dolorosos.
Mais forte que qualquer golpe, mais forte que qualquer força física.


Depois de tudo, quase nada...
É bom lembrar, melhor do que estar vazio.
Melhor lembrar, para saber do que sente mais saudade.
A memória serve apenas para servir a realidade dos bons sabores do passado.


Não tem porque brigar, não tem porque discutir.
As lutas já tiveram propósito, as razões pareciam mais lógicas.
O que falta é entender, o que falta é a amnésia.
O que sobra é quase nada, mas só um pouco de tudo que foi vivido.


Tantos amores, tantas caminhos , tantas lutas....
O mundo gira apesar de você não querer.
A chuva cai apesar de você odiar.
A vida segue apesar de você sempre lembrar.

sábado, 10 de abril de 2010

Estranho



É estranho se sentir estranho, e ruim se sentir eternamente incomodado.
É estranho se sentir incomodado, e ruim se sentir eternamente estranho. 
Estranho, além de ser o cúmulo da bizarrice bisonha.


Com tamanha evolução tecnológica e intelectual, ainda nos prendemos a pequenas emoções.
Emoções pequenas, pequenas atitudes, pequenas reações e preocupações.
Tudo beira a futilidade extrema, tudo se curva a banalidade dos acasos.
Temos muito no exterior e pouco no interior.


A preocupação maior é o dinheiro, depois coisas pequenas como gastá-lo em dispositivos revolucionários que caibam no bolso.
O coletivo é um acidente, a comunidade é um aglomerado individual em harmonia competitiva, com fome antropofágica.
Esbarramos nos outros como esbarramos em objetos, utilizamos de outrem como se fossem uma ferramenta.

E alguns dias são de chuva,
Todos os dias chovem, mesmo que o dia esteja ensolarado e todas as pessoas estejam rindo.
Todos os dias chovem, mesmo que não caia água do céu.
Todos dias chovem para quem não consegue ver através das nuvens negras que pairam sobre a cabeça.
Todos os dias chovem, para quem não consegue deixar de achar estranho, ser estranho.


É estranho , não achar tudo isso estranho.
É estranho dar-se mais valor a um papel com marca d'agua do que para o que se forma um indíviduo.
Em tanta estranheza, tudo ocorre com naturalidade cristã.

Parece ser difícil ser normal , como toda essa anormalidade.
Parece ser difícil deixar de estranhar tanta coisa torta.
Estranho é ser só mais um estranho...com título de Doutor e capa nas costas.