quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A Explosão Que Mudou Nossas Vidas


Foi aquela explosão que mudou nossas vidas. Fragmentos de tristezas impregnados com resíduos de amargura.
O estampido, barulho abafado pela fronte. Joga as ideias na parede, transforma vidas em desespero; triste figura. 



Aquela explosão que mudou nossas vidas. Estilhaçou a imagem que tínhamos de nós mesmos. Jogou-nos em chão tão quente quanto o projétil assassino.
O cheiro de sangue é para trazer as recordações e os fantasmas na porta do quarto visualizam a mudança do destino.
Maldita explosão que mudou a rota conhecida, nos fez parar para sentir a vulnerabilidade e o ódio parece viver junto com a lembrança.

A noção de incapacidade é que nos faz temer tanto. Os sonhos futuros já não são os mesmos, já não existe mais aquela esperança. Tudo por causa da explosão que mudou as sensações que temos. A micro-explosão dentro desse tambor, fez girar a tristeza em nossos corações. E imaginar que esteve tão perto, mas mesmo esticando ao máximo seu braço, não mudaria seu intento  e nunca alcançaria suas reais sensações.

A impotência em estar presente se denota no balbuciar das palavras repetidas vezes. O sentimento da incapacidade. Tudo pela pólvora. Tudo pela explosão. O grito de desespero não é mais ouvido, só resta agora não lembrar, porque será sempre "cedo demais". A explosão acarretou na perda de sua identidade. 

A explosão que mudou os fatos. A tristeza se alastra com uma empatia ímpar e as novidades vão demorar a ser interessantes. O silêncio incomodará mais que o normal, e a lembrança dos melhores momentos são o que ficam para castigar ainda mais esse coração com seus batimentos incessantes.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A TV me deixou burro...


A TV quer massificar o modo de se mostrar o mundo.
Quer mostrar apenas o que acham que é importante saber.
Os jornais são parciais e tendenciosos, bandeira política disfarçada e que visa mostrar apenas o que lhe interessa. As revistas culturais são anticulturais, tentam criar tendências e modas inúteis, como se não fosse necessário atenção redobrada para se resolver os problemas de se viver em uma sociedade.

O foco é sempre mudar o foco. Desviar atenção e tornar-se referencia: ídolo imposto no consciente coletivo. Mudar a forma de se ver o mundo a uma forma coletiva e que foi intencionalmente montada por um grupo de pessoas. Quando descobrimos um horizonte além do nosso, fica difícil imaginar se restringir novamente aquele pequeno espaço, sem opções, sem escolhas de rumo.

A cultura está ruindo, a imagem vale mais que qualquer palavra, e são imagens tendenciosas. Os Neandertais fazendo rabiscos nas cavernas são mais culturais que as novas gerações. Se não fosse um resquício da TV a cabo e algo que aparenta ser liberdade na internet, estaríamos enclausurados e inconformados em uma forma de retardo intelectual.

A pior prisão que poderíamos ter seria dentro de nossas mentes. Moldados e conformados, sem noção do que poderíamos ser, e limitados por tudo aquilo que julgam ser o necessário aprendermos. Literalmente como se fossemos uma boiada, que em um distúrbio coletivo, tentam guiar e dar rumo. Fornecendo o pasto e a água, boiadeiros que rondam em torno dos novos rumos. Rumos estranhos e distantes do que qualquer um poderia escolher.



"A TV me deixou burro, muito burro demais..."

 

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Quanto vale um pouco de compaixão?


Compaixão não é vendida. O amor ainda não é comercializado.
A necessidade de carinho de outrem esbarra nas barreiras invisíveis que construímos ao nosso redor. Timidez é apenas uma desculpa. Medo de se machucar é na verdade uma maneira mais efetiva de se machucar a longo prazo. Sentimento que remói e que só causa dor.

Sentimento é espontâneo, não precisa de aviso e nem de hora marcada. O inevitável geralmente acontece quando não o esperamos, por isso, não adianta se lamentar com antecedência.
Compaixão não é comercializada (ainda). Amor pelo próximo é coisa rara. O sacrifício não é feito nem em proveito próprio. É tudo questão de conveniência.

A cobiça é o verdadeiro amor ao ego, e por sinal um amor incondicional e aparentemente infinito. Fraternidade é tão raro quanto fictício. Amizade parece ser "lucrável", e está passível de entrar no passivo de alguma empresa. Quiçá na bolsa de ações. (Peça ajuda a Santo Expedito!)

Humanidade aparece como um mito, e que só os heróis ideais e fictícios podem ter. A felicidade é vendida, parcelada e financiada. Vem nas cores de fábrica e pode-se escolher a forma de pagamento. Se aceita a alma, o rim, ou um olho em troca (ou algo que faça alusão a isso). Não se assuste com a solução dada.

Compaixão não tem na mercearia. Também não tem no Atacadão, e caso tivesse, estaria apodrecendo no estoque. Não ligam nem pra validade da compaixão. A admiração pode ser convertida em inveja. A opinião em egocentrismo. A razão se torna um bem imóvel, que reside dentro do cerebelo, e para alguns ainda dizem no coração.

As lembranças estão esquecidas, culpa do Alzheimer. A vergonha se vem pelo ego, e medo de se parecer estranho no mundo de gente estranha. O normal é padronizado pela mídia e pelo consenso inventado, mas não importa. O importante mesmo é parecer normal, inflexível e jogar na loto mania... Gente tacanha.

Compaixão não se aluga. Caso fosse possível, iria se perder valor frente ao “boom” imobiliário e sua especulação. É tão bom morar em um edifício de 190 andares com 18 quartos e piscina particular na varanda! Esse é o ideal para qualquer nação.

Não se fornece nem alimento ou água, porque forneceria algo tão nobre quanto à compaixão? Deve valer mais que ouro ou diamante. Deve valer tanto que não chega a ter preço. Não se empresta e não se vende. É imprestável e invendável! É um conceito de valor, que se encontra um tanto quanto doente.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Geração Esquecida. (Perdida)


Juventude perdida. Não há crise, guerra ou ideologia a se combater. Apenas o caos pessoal. Não existe o mal do século, byronismo, ou noção maniqueísta, nada a se perder. Sem noção dos porquês, só existe uma geração esquecida.
Uma situação aterradora, onde o caos é encoberto de calma com pequenos tumultos no horizonte.

Só existe essa geração perdida, no meio de guerras conceituais, onde a certeza é vendida a quem paga mais a frente desse fronte. Perdemos nossos 20 e poucos anos, com morte cerebral. Aneurisma de forma fulminante, só sobram o corpos a serem velados. Sem socorro, sem super-homem no céu, sem divindade do sol e da colheita, sem bandeira ou qualquer símbolo nacional.

O amor esta estatelado no chão, onde a pomba branca da paz bica suas orbitas expostas. Seu feto está em um pote com formol. A geração se perdeu, a força se esvaiu, e agora sem propósito corre descalço pela rua em direção ao sol. A fome não parou, a sede não cessou. As ideias são praticamente as mesmas, com roupagem nova e nova maquiagem.

As risadas não enganam mais, as compras no shopping não preenchem esse vazio, toda história que findou, nem as sacolas da igreja significam algo nessa engrenagem. A estupidez se perdeu com a juventude, a idade chegou mas ainda se espera a maturidade.

"Quando se tornar adulto?". Geração canguru, XY ou qualquer nome comercial e insignificante, a maturidade não vem com a idade. Parece mais velha, mas morre aos poucos no falso carpe diem, um bucolismo sem razão. Sem fé, ou com fé demais, pra onde vai? A quem se importa? Quem é que fica? A quem se espelha? As feridas do corpo não dizem nada, os traumas na mente não dizem nada, e os gritos dentro desse corpo não dizem nada.

As desculpas estão acabando, os retratos na parede dos pais de nossos pais estão perdendo o foco. Não há distinção do que é exato e agora, que o certo e o errado se parecem tanto no momento de dor? Como se saíra desse sufoco?
Só o silencio, dessa juventude tardia, essa geração perdida. Seus 20 e poucos anos atrelados a pólvora e dinheiro. Suas certezas incautas e desprevenidas.

A fumaça que atinge a mente não traz mais euforia, nem mesmo a bebida, pois está tudo nublado, o sol está cinza, junto com as nuvens perdidas.
Tudo está cinza, a visão de nossos pais está esquecida. Só o cotidiano ligado para tentar fazer esquecer, a amnésia provocada e estimulada pelo subconsciente dessa geração perdida. Só a necessidade de ser vazio e orar pelas coisinhas belas do ser e ter.

Sem o veneno da cobra, sem a picada do escorpião. Só uma juventude perdida, esquecida, uma geração irada e com remorsos no coração. A passividade terminou. Agora o anjo que sempre quisemos acreditar se junta a nós dentro desse caixão!
É preciso explodir esse abismo antes que o abismo engula esse pedaço do mundo. Antes que ele nos exploda, e nos jogue dentro de um precipício sem fundo.




domingo, 4 de setembro de 2011

A Força da Mulher.


Homens podem carregar peso que nem mula. Podem labutar em baixo de sol escaldante. Podem sofrer golpes e murros sem cair no chão. A carcaça está ali para resistir às intempéries do cotidiano. São desenvolvidos para abrir pote de azeitona que fica magicamente emperrado pela pressão. Homens têm que ser fortes por fora.

E as mulheres? Cabe a elas ser 2X ou 3X mais fortes que os homens quando se trata do intimo, do sentimental. As piadinhas sobre TPM e descontrole emocional, não são nada perto do que elas sentem. Uma montanha-russa de emoções. Não reconhecer essa força interior é um erro, talvez medo de se sentir "menor".

Talvez toda mulher seja um pouco rainha do Drama, seja um tanto quanto bipolar.... Mas nessas mudanças de humor, um homem seria destroçado em dias. Sem falar na força sobrenatural de carregar a criança em seu ventre, e do amor incondicional que carrega por aquele pequeno ser, durante toda a sua vida.

Independente de opção sexual, ideologia ou qualquer tipo de opinião, tem que se respeitá-las, e amá-las como elas devem ser, pois são elas que completam os homens, como o Yin e yang, sem a tolice de alegação qualquer maniqueísmo.

Ritmo Alucinante (vida corrida).

 
A vida continua em um ritmo alucinante, e por vezes se torna um marasmo infindável.
Tudo correndo, acorda-se atrasado, arruma-se com a velocidade do pensamento: "vou perder o ônibus". Come-se com pressa, pois "o projeto esta atrasado, preciso me adiantar".
Já não lê mais livros (filmes são mais dinâmicos), corre tanto que o coração se nega acompanhar.

Acorda meio que no susto, se lava lamentando ter dormido tão pouco.
Seu incentivo é comprar um carro, para se locomover ainda mais rápido. Olha o relógio no pulso, o relógio do celular, o relógio das microondas, e espera que todos estejam errados.

Corre e não se incomoda com o sereno, pois logo estará em cobertura. É preciso correr, para não perder o ônibus, o trabalho, os bens, e o ciclo que sempre se repete.
É de se cansar às vezes (ou quase sempre), mas é preciso correr, pois tempo é dinheiro e se tem tão pouco tanto do dinheiro quanto do tempo.

A vida se segue, os parentes envelhecem e se perde o contato humano, o pouco que se tem fora dos sonhos, pois eh preciso correr o tempo sempre urge.
O relógio parece não ser seu grande fã... A preguiça grita mais alto que os deveres. Tanta coisa pra se fazer, e tal do tempo tão escasso.

É preciso correr, uma eterna maratona, para chegar no horário, mas nunca o consegue.
É um dos últimos da corrida, mas continua persistindo, porque sabe que precisa correr.
Tão ocupado, tão ocioso, e tão sem tempo. É preciso correr, às vezes sem saber porquê.