quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Boa Noite, Hoje Meu Nome É...

Boa noite, hoje meu nome é tristeza.
Não sei como amparar esse coração cheio de delicadeza,
Na estação que passou pensei encontrar Deus,
Mas faz parte do delírio que acomete os seus,

Boa noite, hoje meu nome é desespero,
Como encontra coragem para viver com tanto despreparo?
A noite caiu, e com ela a chuva que inunda,
Tenta lavar a mente e coração dessa vida imunda,

Boa noite, hoje meu nome é angústia,
Mais um dia sobrevivendo em meio a penúria,
Mais um dia para sofrer na carne e na alma,
Porque dizem para ter tanta calma?

Boa noite, hoje meu nome será saudade,
Como viver sem ter amor de uma cara metade?
Ousou amar o que não poderia amar.
Como foi o fim dessa história de amargar?

Lição Aprendida


Queria deixar para lá. Sem entristecer,
Mas as lembranças não me deixam esquecer,
Coração bate mais forte, intenso. Faz doer,
Quero não precisar ouvir. Ensurdecer,
Não ver, nunca mais. Me perder,

Mas a vida não se faz esquecer,
Não consigo me perder,
Não tenho como não sentir,
Vivo para remoer, persistir.
Qual aula recebo da vida?
Qual foi a lição aprendida?

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Mais Um Lamento

Vou compor cada verso, como se fosse parir parte do universo. 
Toda dor, lágrimas e sentimento, 
Tudo que eu puder sentir sem constrangimento, 


E vou amar, pois é o que me resta, 
Vou amar e vou chorar, pois, esse é o ritmo da festa, 
Que venha ao mundo mais um lamento, 
E lamento dizer, sou puro sentimento, 

Razão ficou para trás, descabelada, enlouquecida! 
O que fazer dessa minha parte ensandecida? 
Vou lhe dizer e não será a última, 

Lamento fraco de rima, 
Verso que embala sorriso e lamento, 
Vou lhe dizer, sou puro sentimento.

Matéria-Prima


De Nietzsche a Schopenhauer na filosofia,
Sua matéria-prima é a angústia,
De Pessoa a Drummond na poesia,
O que fez voar baixo é o que se sentia,

 

Pular abismos e depressões em tenra idade,
Coração bate forte na ansiedade,
Lágrimas escorrem com muita facilidade,
Raiva, medo, amor, tristeza. Sou a humanidade.

 

O que fazer com tantos sentimentos?
Esse amor latente dura quantos batimentos?
A mente engana por quanto se emociona,
O coração mente por quanto se engana.


terça-feira, 29 de novembro de 2016

Dinheiro Vai e Dinheiro Vem...

Dinheiro vai e dinheiro vem,
Perdemos e ganhamos e tudo parece bem,
Dinheiro vai e se esquece de voltar,
Nossos nomes são esculturas de areia que beiram o mar,
Crédito entra, débito sai;
E tem gente preocupada com a bolsa que cai,

Doenças, tristezas não tem como vender,
Dinheiro que tenta fazer as incertezas desaparecer,
Nossa ruína se traduz de nossos maiores obeliscos,
Vivemos muito, mas sem correr muitos riscos.

Quantificando

Nesse seu peso, quanto tem de lutas e amargura?
Sua pele contém marcas,
onde está sua armadura?
Na tua altura, conta o imenso monte sobre seus ombros?
Nos seus sonhos guardam sorrisos?
Posso parar de perguntar e só afirmar.
Há muito da sua história para contar.
És vitória de diversas derrotas,
Lutas do dia-a-dia que labutas,
Monumento, uma ode a persistência,
Vida que segue com superações em sua existência

Sentimentos Fátuos

Sentimentos fátuos, amizades e amores líquidos. 
Liquefaz o que sinto. São os fatos vividos, 
Farto de muita falsidade, tudo parece ensaiado, 
Libido, amor, fúria, tudo fica misturado, 
As aparências valem muito mais do que a essência, 
No liquidificador da vida, tudo é triturado sem clemencia, 
Liquidado! O que de nós sobra, não traduz o que somos, 
Não resta muito para dizer o que realmente fomos...

Penso Onde Não Existo

Penso onde não existo,
Moro onde não vivo e resisto.
Existo onde mora minhas memórias,
Persisto, em reviver minhas histórias,


Penso onde não existo,
Permaneço vivo e insisto,
Nas turbulências das dores,
Das correntezas que arrastam nos rios e mares,

Sobrevivo, além dos problemas do mundo que desafiam,
Na oração daqueles que me amam,
Penso onde não existo,
Revivo tudo que vive no pensamento.

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Sentimentos Para Dar e Vender

Tenho sentimentos para dar e vender;
Mas quem gostaria de comprar ou ter?
Sentimentos a flor da pele, que incomodam;
Tantos Sentimentos, que poucos gostariam,
Na vida é mais fácil ser frio, gélido;
Para sobreviver ao baque que é sentido,

Coração como iceberg, sístole e diástole sem romantismo,
Bate e apanha, sobrecarga emocional com sua vida a esmo.
Sentimentos para alugar e doar,

Mas quem se arriscaria a sentir sem se magoar?
Angústia, amargura, alegria, muito amor e tédio,
É um Caldeirão de emoções sem remédio.

Eu Não Queria Sentir Tanto

Eu não queria sentir tanto,
Mas já que sinto que eu não caia em pranto,
Quero sentir mais amor e alegria,
Que seja por inteiro e não por ninharia,
Se não for para ser oito ou oitenta,
Melhor dizer: "não esquenta",
Seja frio feito iceberg na Antártida,
Ou quente como uma labareda,
No peito brada o coração,
Grito silencioso, absurdos existirão,
Gritos mudos e agonizantes,
Se perdem no nó da garganta em dias entediantes,
Mais um dia enclausurado,
Mais um dia confinado,

Corpo que não solta essa alma,
Corpo que quer viver sem calma
Eu não queria sentir tanto,
Mas já que sinto, que seja amor portanto,
Quero transbordar de alegria e amor,
Esquecer dos dias ruins e da dor.

Da Fome

Da fome que irrompe no estômago,
Ou daquela que te devora o âmago,
Qual delas te incomoda mais?
A necessidade humana é demais,
Apela para alimento da carne e da alma,
“Saco vazio não para em pé”, dizem sem calma,

A falta de alimento irrita, agoniza, incomoda,
E com o bucho cheio, a ideia se molda,
A fome é pelo saber, para saber, e como ter,
A acidez estomacal e a dor existencial: dor do ser!

Machucam cada qual em seu órgão de origem,
Um no estômago, outro nos demais que existem,
Há quem não sente a fome da mente se devorar,
Afortunados aqueles que não sente a fome te devorar,

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Holocausto Zumbi

Holocausto zumbi, homens póstumos,
Atenção na tela do celular: é isso o que somos,
hipnotizados, empacotados, embriagados,
Somos o que fazemos de nós;
(cadáveres adiados) 
Viver sem saber o porque dentre tantos porquês.
                                  A busca é por qualquer desculpa, perdido nesses bosques,
Bosque, melhor seria selva. Onde Homem devora homem,
Nenhum lobo faria isso. Somos os que somem.
Cadáveres adiados. Homens póstumos;

Viveu? Ou apenas sobreviveu? É disso que gostamos?
Sem saber o que é realmente viver, nos arrastamos, vazios!
Seguimos assim, cadavéricos com preenchimentos dúbios,
Temos medo da morte sem ao menos termos vivido,

Temos medo do desconhecido sem saber ao que somos ávidos,
Enganamos. Nos ludibriamos. Escorregamos em nossas mentiras,
Cadáveres ambulantes, sem vida, sem amor...Somos as sátiras!

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Nova Persona

Preciso criar uma nova personalidade, pois essa atual não está funcionando,
Uma personalidade mais possessiva e mais adaptada a esse insano mundo,
Personalidade adaptativa, vai poder me deixar descansar enquanto vive,
Posso pendurar a velha carapaça de quem apenas sobrevive,
Talvez seja mais feliz, tenha mais amigos e seja funcional,
Porque essa personalidade atual, não presta e anda muito mal,
Quem sabe se prive de sentimentos e possa viver em paz,
Sem ter que se preocupar consigo ou se será um ser humano capaz,
Uma fuga da realidade mais barata que as drogas vulgares,
Eficiente e mais barata que essas que causam fugazes prazeres.

Aqueles Que Não São Filhos De Santas


Aos eméritos filhos das putas,
Que não são filhos de santas,
São filhos de todas as Marias,

Que não entendem nada de bruxarias,
A todos os desviados,
Escarrados e desnaturalizados,
Que clamam pela loucura,
Mas que vem disfarçada de bravura,
A vocês, o mundo não se esqueceu,
Vira-latas,  tombados a luz do céu,

 
Digam para eles, como é a vida,
Digam, ter com essa maldita, uma sobrevida,
E sobreviver não é para amadores,
Apenas sobreviver, apesar das dores,
Como se o destino falasse: “Jogue os dados”,
Como uma prosa Bukowskiana, estamos fadados,
Há de nos levantarmos apesar de tudo,
Apesar dos golpes que recebemos sobretudo,
E como uma canção de Raul, tentamos,
Tentamos outra vez, vivemos e tentamos.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Morada Do Seu Eu

Mente, morada do seu eu, 
Quanto da vida se perdeu? 
Na expectativa da resposta, 
Se vive, existe ou sobrevive na bosta, 
Entre suas sinapses e neurotransmissores, 
Moram sentimentos, memórias e algumas dores, 
Seu eu, desequilibrado por distúrbios, 
Que sejam químicos ou elétricos, sem refúgios. 

Seria apenas um órgão? 
Não. Muito mais que nossa compreensão. 
Somos isso que vemos, 
A forma como vivemos, 
O que não compreendemos, 
O "Sim" e "Não" que não entendemos,

Me Tire (e não tire-me) Desse Tédio

Me mate, me sequestre, me transforme,
Me tire (e não tire-me) desse tédio enorme,
Quero sentir como é estar vivo,
E sentir em estado de alerta ostensivo,
Faça-me sentir como nunca havia sentido,
Ser mais um na sua família, sua vida, seu mundo introvertido,
Faça como ninguém ousou fazer antes,
Seja o que nunca imaginei, me faça ter alegria aos montes,
Dê um veneno anti-monotonia, uma pílula contra a chatice,
Quero estar no destino de sua velhice,
Atropele-me com suas ideias, vamos insistir em ficar a sós,
Tira o que restou de mim neste mundo e forje um mundo para nós!

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Na Rua Indiferente

Entre a rua Carlos Sampaio e a Riachuelo,
Cenas de puro e triste desmazelo,
Entre caixotes de feira e malas,
Crianças Dormiam amontadas,
















Como chegamos a esse nível?
Para que serve essa sociedade horrível?

Então eu observei, indiferente:
“O que eu poderia fazer efetivamente?”

Ali, na calçada, crianças perdiam,
O mais importante da vida, e aprendiam,
Que suas vidas ali, pouco valiam,
Para tantos outros que ali residiam.

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Quando a Alegria Vier

Quando a alegria me achar, 
Esse corpo ela vai reanimar, 
Transformando minha feição,
Em um sorriso simples de bobalhão, 


Quando a alegria chegar, 
Estarei pronto para lhe usar, 
Como carne e unha, Romeu e Julieta, 
Em uma simbiose quase perfeita, 

Quando a alegria vier me buscar, 
Estarei pronto, sem titubear, 
Serei a encarnação da felicidade, 
Daquelas que não possuem idade,

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Para Que Tanto Sentimento?

Para que tanto sentimento?
Vale mais ser um robô sem encanto,
Tirar todas sensações que te fazem refém,
Das situações que conhece tão bem,















 
Ser um ser andrógino, quem sabe um androide,
Isento de sentimentos e saudade,
Carência e a solidão batem mais forte que aparentam,

Sobra no coração sensações que incomodam,
E imagens ruins vêm a mente,
Confusões de ideias sem fim aparente...

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Juventude Perdida


Morreram jovens, esses poetas e músicos sofredores,
engasgados, enforcados, com tiro. Eles sofreram horrores,
Traduziram os sentimentos a flor da pele, no que podiam.
Mas era demais para qualquer um deles. Eles se perdiam,

 
A carga era pesada demais. O sacrifício era serem porta-vozes,
Ver sofrimento alheio além do próprio, sentir as dores atrozes,
Como sobreviver a um mundo frio e indiferente quando se sente demais?
(que por vezes, pode parecer sem propósito) é um fardo a mais,

O mundo que eles recitavam e cantavam e que emocionavam,
Foram feitos no inferno e no céu, para deleite dos que liam ou escutavam,
A dor e o prazer. Das mãos de Anjos e demônios.
A vida e o derradeiro destino de todos nós, os últimos infortúnios.
E o que você tem para te salvar, não da morte, mas da vida?
Seu herói, seu Deus, sua droga...O que lhe dará uma sobrevida?

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

A Grande Ilusão


A vida é essa ilusão,
Que invade a fé e religião,
Sistemas falhos mas ideais,
Dinheiro virtual e montantes irreais,

 
Contratos ilibados incorruptíveis,
Com essas ideias insolúveis,
Nossas metas e empregos,
Nossas vontades, nossos egos,

O que aprendemos quando criança,
Como sempre manter a esperança,
Sonhando com o paraíso,
Uma Casa, filho com lindo sorriso,

Mas não percebemos como somos,
Condicionados para ter o que temos,
Condicionados para ser o que somos,
Para sonhar com o que sonhamos.


Quem Fui...


Não sou mais quem fui...
Só a tristeza que flui,
Metamorfose que não finda,
Uma personagem indefinida,

Talvez  kafkiana, talvez brechtiana,
Modifica-se em busca do nirvana,
Transcreve-se para se aprimorar,
Traduzir-se para se completar,

 
Não sou mais quem sou,
Fluir é só que o me restou,
Sentir o sangue escorrer,
Sentir a  pele arder,

Sente que não é mais você,

E sente a amargura e o doce,
A cada passo dado, evolução,
A cada sonho realizado, revolução.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Palhaço Invertido

Sou um palhaço invertido,
Tropeço na dor e finjo ser divertido,
Palhaço que chora a noite no silêncio,
Mas o que mais importa é ter um riso vitalício,
Quero a risadas das crianças da forma mais pura,
Para fugir da má energia que parece ser o que perdura,
Quero ter o sentimento puro como o amanhecer,
A beleza simples que o sol tem ao aparecer,

Palhaço do avesso, tenta rir das tragédias,
Ri junto com o mundo, vidas que são comédias,
Não percebe que o riso disfarça o pranto,
Depois de usado, pode voltar para seu canto.


sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Calmo Desespero

Vivo um calmo desespero, com um grito abafado,
Mudo na garganta. Sinto vontade de sair. Deixar de ser confinado,
De desencarnar, de sair do pesadelo, sair desse mundo que espanta.
Grito por socorro, por uma aparição celeste, por alguma santa,


Ou uma mão que afague ( uma voz que interceda).
Mas é em vão. Tudo conspira contra, para que se foda.
Há a falta de coragem, para buscar algum assalto ou atentado suicida.
Quero me dopar para sobreviver. Me encharcar, ébrio, para suportar a vida.


quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Apenas Gratidão

Alguns agradecerão a Deus, ou aos deuses, anjos ou entidades, 
Mas hoje agradeço a pessoas cheias de bondades, 
Por algum motivo, quis o destino que nos encontrássemos,
Infelizmente, pelo nosso tempo, dificilmente agradecemos, 

Então venho por meio dessa, me desculpar pelo meu ser, 
Meus erros, tropeços até demais que se pode ter, 
Venho a agradecer a todos que encontrei nessa caminhada, 

E no qual desejo todo amor que houver nessa vida,
Paro por alguns minutos para dedicar esses versos, 
Que nunca serão o bastante para retribuir esses sentimentos,
Simplesmente obrigado por existirem, 
Por tudo que representam e por não desistirem.

Painkiller

“Painkiller", analgésico em inglês. Matar a dor,
Nada mais filosófico do que assassinar sua dor,
Mata-la antes que ela te maltrate ou até mate,
Por impulso, por tristeza ou até com um infarte,

Entenda, terei que rimar amor com dor,
Pois, mora na filosofia esse dissabor,
É preciso exterminar a dor que lhe corrói,
Seja com álcool, drogas, ou algo que lhe destrói,
Ache algo que ame e deixe que o mate,
Pouco a pouco, dia a dia, a espera da morte,

Falam tanto do amor. O amor acaba diluído. Amores vorazes,
Escorrendo pelas mãos, vivendo ciclos de paixões fugazes,
E quando falhar o amor nesses relacionamentos líquidos?
Como a oxitocina excitara para lidar com sentimentos insípidos?

 Libera outro hormônio, pois o que dá tesão está em falta,                       
Neurotransmissor, recapta a serotonina, deixe a alegria “alta”,
Dopamina, endorfina, não deixe a dor te dominar,
Qualquer sedativo, que “mate a dor”, e faça sua mente anestesiar.


terça-feira, 4 de outubro de 2016

Cortejando A Morte Ou A Loucura

Cortejando a morte ou a loucura,
Em seus quartos úmidos em clausura,
Quantos livros, poema e canções foram feitas assim?
E quantos desses se suicidaram no fim?         
               

Tropeçando em perigo, risco de assaltos e indigentes,
Crua é a realidade que ninguém se abala com a vida vigente,
Cada um é cada um. A juventude se embriaga no melhor veneno sem sabor,
A desculpa é a diversão travestida de ilusão. Todos sabem o que é a dor,

A vida é bela nos jornais e novelas globais,
Mas a realidade brinca em ser horrível com fatos banais,                        
Assistimos ao espetáculo tenebroso de camarote,
Esperando o fim, ansiosamente, dessa vida triste,

É Preciso Ter Cuidado

É preciso ter cuidado com quem você fala,
É preciso ter cuidado com quem você anda para não levar bala,
É preciso ter atenção por onde anda e com quem conversa,
É preciso ter muito cuidado como você se expressa, 

Na vida é preciso ter muito cuidado. Consigo, com outrem.
Há aqueles que lhe querem o mal e aqueles que não te querem,
Alguns lhe fazem bem, esteja sempre ao lado deles, sem temor,
É preciso compreender a raiva e o ódio e ainda sim, escolher o amor.

Tome cuidado. Tome diluído em meia dose de compaixão.
Que sejam doses homeopática de dor e de exaustão.
Que não tenhamos que ter atenção ou cuidado em demasia.
Mas que sejam menores as necessidades de se viver em eterna fantasia.

O Que Fazemos De Nós?


O que fazemos de nós? O que fazer da vida?
O que fazer dessa matéria podre e inacabada?
Tem um mundo inteiro imperfeito e desabando.

Muitas mãos para desfazer o que foi construído.
Terra fértil e sementes que não germinam;
Sonhos perdidos por falta de fé que nos abalam,

E dessa fé em um novo rei, um novo deus que perdura,
Da vontade e o querer extrapola sua cultura,
O deus sagrado do dinheiro em amálgama com o ego.

A ação que rege o prazer que amaldiçoou e nego.
O que fazer do que foi feito de nós?
O que fazer sobre tudo que destruímos e nos deixam a sós?

domingo, 2 de outubro de 2016

⁠⁠⁠Quantos Você Já Foi Até O Momento?


⁠⁠⁠Quantos você já foi até o momento?
Quantas vidas se foram no esquecimento?
De manhã até a tarde, era outro alguém;
Outro humor, empatia diversa, se lembro bem,


A noite, como se fosse criança, veio o pranto,
Dia sim e outro não, vive esse desencanto,
Tristeza avassaladora; Como se chamou ontem?
Alegria no meio da tarde, lembra-se de quem?


Adolescência até a juventude, virou uma multidão,
Metamorfose ambulante e falante, sem exatidão,
Quantos amores se foram? Quais perduram na alma?
De hoje até amanhã verá o céu e o inferno, sem calma.
Ansiedade é um monstro de estimação sem coleira,
A tristeza toma as rédeas por qualquer besteira.


Cidade Cinza

A cidade estraçalha, te deixa moído.
Espírito, corpo...Todo fodido.
Te faz virar cinzas, pó. Esqueleto vivo se estiver com sorte.
Ela não tem dó. A cidade quer ver sua morte!
Te traga como uma bituca de cigarro achado no chão.
A cidade intoxica, sua vida sem paixão
Ela te olha com a sua cara feia e ranzinza ,
Suas paredes e prédios cinzentos, seu céu cinza,

Foi andando por ela que percebeu, o óbvio que lhe parecia oculto.
Somos o que somos. Não há grandes revelações dentro do culto,
Nada há grandes enredos com reviravoltas e finais a se consternar.
O mundo que percebemos em nossa limitação de enxergar.

Não será um artista, tampouco será um grande compositor.
São apenas sonhos e ilusões que vendem para melhor suportar a dor,
Enganam a chegada do fim derradeiro. Por fim, todos evitam o fim.
E esse é o medo. O sentimento mais honesto, enfim.

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Cético Demais Para Existir

Ás vezes não acredito que desacredito tanto.
Pareço cético demais para existir, por enquanto.
Muitas crenças, muitas promessas, exaustivas promessas.
Talvez eu nem exista. Seja uma personagem dessas.
De história ou piada de caráter duvidoso com moral no final.
Talvez seja um ser sonhado por quem delira em 1960, quase passando mal.


Não acredito muito no que tem que se acreditar. Cético demais para existir.
Estórias ao lugar de história. Muita ilusão e pouca razão para persistir.
Cá estou, esmagado constantemente pela minha credibilidade dúbia.
Não creio e não creem em mim. Também não acreditaria.
Muita estória, muita hipocrisia e dores reais.
No final não há campeão, apenas dores, todas quase iguais.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Acid Queen

Era para ter sido diferente, você era diferente.
Um novo mundo de pessoa inconstante.
Loucura par, diferente, mas tão igual.
Unicamente eu, parecia ser tão ideal.


Mas o mundo se despedaçou em segundos infinitos,
Tudo que era firme se fragmentou causando ferimentos,
Loucura minha, era tão igual. Mas se tornou outra pessoa.
Diferente, ensandecida. Porque dar ouvido ao que o vento soa?


Ácida, cruel. Esqueceu todo o tempo que foi compartilhado.
Ávida pelo fel. Se tornou abjeta como vilã de desenho animado.
Era para você ser a princesa de um lindo conto.


E não a Rainha Ácida cheia de desencanto.
De amigo a vilão em apenas em alguns segundos.
De nada valeu o tempo que passamos, momentos perdidos.



quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Filme Ruim




Não dá para avançar e ver o fim. Dê um pause nesse filme que é sua vida;
Volte algumas cenas e tenta recapitular ou dê uma resumida.
O que parece ter sido escrito? Era para ser uma comédia romântica?


Um terror B? Revivendo as cenas, você se pergunta: "Qual era a logica?”.
Grandes aspirações que vieram da infância, quantas morreram?
Cenas de amor, quantas foram ensaiadas? Dos sentimentos, quantos sobreviveram?


O maior medo depois de todos os medos é não achar razão. Existir é o ideal.
O medo maior, é descobrir que tudo que evitamos falar ou pensar, é real.
O filme parece ser chato com enredo moroso para esse propósito cheio de horrores,
Um filme sem resenha e final feliz. Como saímos desse filme ruim com péssimos atores?

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Quem Sou Eu?



Quem sou eu? O grito preso entalhado na garganta
Quem sou eu? O pranto preso sem motivo que aparenta
Quem sou eu? A canção fora de tom e sem beleza

Quem sou eu? A poesia sem rima e pureza
Quem sou eu? Alguém indeciso e aparentemente muito errado
Quem sou eu? Uma dúvida, questão em aberto. Um ser desmotivado?

Quem sou eu? Não tenho respostas e nem certezas absolutas
Quem sou eu? Não tenho nem certezas de quais são as perguntas
Não sei quem sou. Se alguém souber, me avise.
Não sei, e talvez ninguém saiba o que é seu ser. Mas se alguém souber me avise.

Sociedade Doente






O mundo é horrível não acha é?

- Porque fala isso? Não acho. Não sou milionário, mas tenho meu conforto, apesar de todas as dificuldades.

E porque você tem esse seu conforto? (mesmo que tímido conforto)?

- oras, porque me esforcei.

E quem não tem o mesmo conforto que você, não se esforçou? Qual tipo de esforço você se refere?

- Veja bem, não quero desmerecer o trabalho de ninguém, mas eu estudei para isso. Certo, estudei em faculdade pública, mas pago com altos impostos que nos é roubado. Se tal pessoa não teve o mesmo acesso que eu tive, o que posso fazer?...Martirizar-me por ela?

Poderia ter compaixão. Percebe que o mundo está longe de ser justo e que nossa sociedade tem um alto nível de violência que é baseado em consequências históricas que se arrastam por séculos.

- Ah! Já vai esquerdar... Vai falar sobre a escravidão, índios e os portugueses que levaram o ouro? O que eu tenho a ver com isso? Meus avós vieram de outro país, e foram explorados tanto quanto os escravos...

Eles eram considerados menos que humanos, eram maltratados pela polícia e viviam sobre a eugenia de um pseudocientificismo mal baseado no darwinismo?

-Não. Não acredito nessa coisa de racismo. Somos todos iguais perante a lei. Isso é "coitadismo". Vitimismo dos negros que querem se beneficiar com que houve em um passado longínquo. Hoje é tudo racismo, vitimismo, mimimi. Os gays já ficam todos revoltadinhos também. Todo mundo se dói hoje em dia.

Racismo é um passado longínquo? Ser taxado como perfil visado pela policia pela cútis é apenas uma estranha coincidência? Talvez, antes não achassem que poderiam ser ouvidos. Que alguém achasse que aquele incomodo seria notado. Talvez, poderiam sentir que tinha razão. Culpamos a vítima. E em um eterno sentimento que se assemelha a uma síndrome de Estocolmo, exponencialmente na proporção de uma sociedade, aqueles que tanto se sentiam apenas magoados, mas que nada diziam, estejam falando só agora. Apesar de historicamente haver negros como capitães-do-mato, nativos de etnia indígena como bandeirantes e outros casos semelhantes, os mesmos são reflexo dessa síndrome coletiva.

- Não estou falando nada disso, você está divagando... Mas, se você notar, apenas como observação: a maioria dos presos são pardos e negros.

E isso é coincidência, ou acha que é algo genético como se apoiavam os pseudocientificismo...? Será que não é consequência de um descaso, regado a preconceito e muita hipocrisia que vem criando esse cenário atual?

- E quer que faça o que com isso, se você tiver razão? Se for realmente isso que você está dizendo, se eu reconhecer isso vai mudar algo?

Reconhecer o erro seria uma iniciativa interessante. Apesar de não haver respostas definitivas ou certezas; mas percebe-se razões correlatadas que desembocam no desfecho que nós encontramos. Nosso histórico explica os sintomas de hoje. Não temos certezas... Mas o que é a sociedade além de uma aglomeração humana de diversos povos, famílias, identidades, e pluralismo? Eu, você, somos parte dessa culpa. Somos parte do erro sistemático. Somos a continuação de tudo que foi ensinado a nós como certezas e que agora não parecem tão certas assim... Talvez a sociedade esteja doente.

- Você acha que somos doentes? É isso?

Se não somos, estamos. Como sociedade. Como seres humanos. Prendemo-nos em coisas tão supérfluas e não conseguimos discernir o que está tão errado. O absurdo acaba se tornando comum e admissível. Como podemos viver dessa forma, se a maioria não vive, apenas existe e sobrevive como dá? Nosso ego é tão grande que não nos incomodamos com a miséria? Os problemas dos outros se torna nosso problema quando o outro acha uma forma errônea de agir e nos atinge... Mas se só houvesse maiores chances? Mais possibilidades, além das poucas e escassas existentes? Essa noção de mérito em uma nação que foi dividida a menos de 20 anos por milhões de esfomeados e que ainda encontra traços retrógrados, como racismo, a "a lei do Gérson" que se dá bem quem dá seu "jeitinho”... É natural imaginar que exista meritocracia quando a lei é idealista em dizer que somos todos iguais perante ela, mas a realidade nos mostra que nunca fomos. Nossa pluralidade mostra que somos tão parecidos e ainda sim tão diferentes, fazemos parte desse paradoxo que chamamos de vida. 

 

 

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Quem Criou a Normalidade?

O problema é que sinto muito, e desde já, me perdoe pelo declínio.
Precisamente falando, não posso dar certeza de nada além do óbvio.
Quero ser menos humano e ser mais como as pessoas são.
Que seja pra viver intensamente ou nem precisa mais então;




Sem mentiras ou sentimentos falsos e mascarados,
Se for para viver que então se sinta menos,
Em alguns momentos desejaria estar em posição fetal,
Se afogando em pranto repetitivo de forma banal.


O mundo massacra e causa medo. Não sei quais são seus planos reais.
As pessoas se fazem tão amáveis e infelizmente tão desleais.
A cada distúrbio diferente que na grande massa, se traduz em sociedade.
Quero deixar de ser e sentir, por alguns momentos. Nem que seja por caridade.


Só o tempo de pegar um fôlego, antes que um novo massacre se inicie na covardia,
Uma nova bomba jogada aos pés ou uma nova rasteira, mas nunca um tiro de misericórdia.
Deixar de sentir o pluralismo da insanidade.
Quem definiu o que é certo e errado, quem criou a normalidade?

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Só e Desespero



A solidão desespera; quantos já enlouqueceram isolados em um quarto úmido?
A solidão já matou diversas vezes na mente do intrépido moribundo.
Vivendo na alegria passageira de reles conhecidos. Estranho, sozinho e isolado.
Quantos gritos são necessários para ser ouvido? Quantos são necessários até ser esquecido?


"Precisa ter fé", é o que falam... Mas quanto ainda falta pra pagar essa penitência?
Minhas opções são enlouquecer ou abrir falência. Sobreviver na resiliência,
Perde-se na multidão de desconhecidos; onde esta a certeza de outrora?


Imponente monólito oco por dentro. Só há a carcaça do lado de fora.
Sem abraços ou afagos. Não consegue sincronia da sua loucura com a loucura alheia,
Perdido no meio de um sonho de desejo. Quanta dor perdura em sua existência?

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Tão Paradoxal Quanto a Realidade

Não quero que desfaçam de minhas ilusões; Sou um inveterado hipócrita que vive das concepções errôneas que minhas sinapses podem perceber. A miscigenação de um povo extinto, entre outro escravizado e o próprio colonizador me forneceu o DNA dúbio. O estrago foi feito a centenas de anos.



Tão paradoxal quanto é a realidade, é minha personalidade, que vive em antítese frequente. Criado para ser uma criatura racional e quantificar, raciocinar e imaginar... acaba se perdendo no absurdo que é a vida.


Na ilógica matéria que a precede. Na superficialidade criada há tantos séculos, entregue de pai a filho. Não quero que desfaçam de minhas ilusões; Sou alimentado pela televisão. Os livros escritos pelos mesmos erros de sempre.


Escritores errados em vidas erradas. Sou criado pela mentira, em rios que não se navegam e em ares que não se deve respirar. Sou feito para sonhar, pois quando fecho os olhos, me desfaço dos pesos em meus ombros, das responsabilidades e custos de se viver. Para viver é preciso ter. Senão, está fora do meio civil; Para morrer é preciso ter. Senão, estará morto em uma vala comum. Parece ser um ambiente hostil para viver e sobreviver se torna a meta única.


Entre os bem nascidos e malditos, a milhões de diferença. Quando vejo como evoluiu a espécie humana, me admiro a quantidade de pessoas no mundo e a raridade de se encontrar seres humanos! Tanto é que pensam em colocá-los em jaulas, param procriar e manter salva a espécie. Será bom para visitá-los ao domingo com família.


Não quero que desfaçam de minhas ilusões; Fui criado em crer que especiais. Se trabalhar muito será rico. Se tentar a sorte na lotofácil, poderá ganhar. Que querer é poder. Se muito desejar, você consegue. Falam-me tantas coisas nas revistas e televisão.


Odiaria que tudo isso fosse mentira. Odiaria saber que a vida não tem sentido lógico; Que não existe um ser superior bondoso ouvindo minhas preces. Não quero que desfaçam de minhas ilusões!

Quantas Vezes Desistiu de Seguir?







Quantas vezes desistiu de seguir? Quantas vezes renegou as dores?
Perdido de amores, sim, perdido horrores.
Procura-se urgentemente, porque andou sempre meio-perdido,
Estamos todos sem norte, e quem se perdeu, sempre foi meio fodido.


Não tem prumo, rumo ou nível, só a vive a deriva, sem persistir,
Quando você se sente perdido a ponto de desistir... Quem te puxa de volta, quase sem sentir, a essa realidade insana?
Um ser que procura ajudar, lógico! Uma figura deveras humana,


Quem te engana a ponto de sempre acreditar?
"Se não for hoje, vai ser amanhã, todo esforço faz compensar!"
Ah, esse é, involuntariamente, o senhor da maldade,
Todo dia, seu cotidiano repleto de uma triste ansiedade.

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Enquanto Eu Rio


Quanto de mim deságua quando transbordo,
Enchente em forma de sentimento em desacordo, Oceano de problemas em meio a um deserto de humanidade não preservada,
Quanto mar para me tragar. Meu fluir estanca. Represa, não há para onde ser escoada.
Talvez por saber como seja difícil a dor destinar, dê tanto valor ao riso. Um mar de riso,

No qual procuro me nadar e por ventura me afogar. Rio, um riso frouxo quase obtuso.
Drenar-me, a vida é disso, nadar contra a correnteza e contra o vento.
Na busca por terra, porto seguro ou qualquer abraço que nos salve por completo.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

O Monstro e Mr. Hyde


Às vezes a antena capta tudo que não devia,
Sinais cruzados, dores e sentimentos escondidos da empatia,
Parece que se absorve tudo involuntariamente,
Mas existem tempos que parece ser frio como iceberg, um tanto doente,
Meio morto por dentro, meio sorriso forçado por fora,
Quando não é muito sentimento por dentro, sem saber viver o agora,




















Coração vive apanhando da vida, constantes derrotas,
E em uma dualidade estranha, tem dias que viram horas mortas,
Petrifica o órgão que pulsava no peito sem jeito,
Emoção ou oxitocina deixam de agir com certo aproveito,
E nessa história entre médico e Mr.Hyde, de mutação intermitente,
Quando se sabe como viver, sendo essa dualidade inconveniente.