segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Quando a Alegria Vier

Quando a alegria me achar, 
Esse corpo ela vai reanimar, 
Transformando minha feição,
Em um sorriso simples de bobalhão, 


Quando a alegria chegar, 
Estarei pronto para lhe usar, 
Como carne e unha, Romeu e Julieta, 
Em uma simbiose quase perfeita, 

Quando a alegria vier me buscar, 
Estarei pronto, sem titubear, 
Serei a encarnação da felicidade, 
Daquelas que não possuem idade,

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Para Que Tanto Sentimento?

Para que tanto sentimento?
Vale mais ser um robô sem encanto,
Tirar todas sensações que te fazem refém,
Das situações que conhece tão bem,















 
Ser um ser andrógino, quem sabe um androide,
Isento de sentimentos e saudade,
Carência e a solidão batem mais forte que aparentam,

Sobra no coração sensações que incomodam,
E imagens ruins vêm a mente,
Confusões de ideias sem fim aparente...

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Juventude Perdida


Morreram jovens, esses poetas e músicos sofredores,
engasgados, enforcados, com tiro. Eles sofreram horrores,
Traduziram os sentimentos a flor da pele, no que podiam.
Mas era demais para qualquer um deles. Eles se perdiam,

 
A carga era pesada demais. O sacrifício era serem porta-vozes,
Ver sofrimento alheio além do próprio, sentir as dores atrozes,
Como sobreviver a um mundo frio e indiferente quando se sente demais?
(que por vezes, pode parecer sem propósito) é um fardo a mais,

O mundo que eles recitavam e cantavam e que emocionavam,
Foram feitos no inferno e no céu, para deleite dos que liam ou escutavam,
A dor e o prazer. Das mãos de Anjos e demônios.
A vida e o derradeiro destino de todos nós, os últimos infortúnios.
E o que você tem para te salvar, não da morte, mas da vida?
Seu herói, seu Deus, sua droga...O que lhe dará uma sobrevida?

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

A Grande Ilusão


A vida é essa ilusão,
Que invade a fé e religião,
Sistemas falhos mas ideais,
Dinheiro virtual e montantes irreais,

 
Contratos ilibados incorruptíveis,
Com essas ideias insolúveis,
Nossas metas e empregos,
Nossas vontades, nossos egos,

O que aprendemos quando criança,
Como sempre manter a esperança,
Sonhando com o paraíso,
Uma Casa, filho com lindo sorriso,

Mas não percebemos como somos,
Condicionados para ter o que temos,
Condicionados para ser o que somos,
Para sonhar com o que sonhamos.


Quem Fui...


Não sou mais quem fui...
Só a tristeza que flui,
Metamorfose que não finda,
Uma personagem indefinida,

Talvez  kafkiana, talvez brechtiana,
Modifica-se em busca do nirvana,
Transcreve-se para se aprimorar,
Traduzir-se para se completar,

 
Não sou mais quem sou,
Fluir é só que o me restou,
Sentir o sangue escorrer,
Sentir a  pele arder,

Sente que não é mais você,

E sente a amargura e o doce,
A cada passo dado, evolução,
A cada sonho realizado, revolução.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Palhaço Invertido

Sou um palhaço invertido,
Tropeço na dor e finjo ser divertido,
Palhaço que chora a noite no silêncio,
Mas o que mais importa é ter um riso vitalício,
Quero a risadas das crianças da forma mais pura,
Para fugir da má energia que parece ser o que perdura,
Quero ter o sentimento puro como o amanhecer,
A beleza simples que o sol tem ao aparecer,

Palhaço do avesso, tenta rir das tragédias,
Ri junto com o mundo, vidas que são comédias,
Não percebe que o riso disfarça o pranto,
Depois de usado, pode voltar para seu canto.


sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Calmo Desespero

Vivo um calmo desespero, com um grito abafado,
Mudo na garganta. Sinto vontade de sair. Deixar de ser confinado,
De desencarnar, de sair do pesadelo, sair desse mundo que espanta.
Grito por socorro, por uma aparição celeste, por alguma santa,


Ou uma mão que afague ( uma voz que interceda).
Mas é em vão. Tudo conspira contra, para que se foda.
Há a falta de coragem, para buscar algum assalto ou atentado suicida.
Quero me dopar para sobreviver. Me encharcar, ébrio, para suportar a vida.


quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Apenas Gratidão

Alguns agradecerão a Deus, ou aos deuses, anjos ou entidades, 
Mas hoje agradeço a pessoas cheias de bondades, 
Por algum motivo, quis o destino que nos encontrássemos,
Infelizmente, pelo nosso tempo, dificilmente agradecemos, 

Então venho por meio dessa, me desculpar pelo meu ser, 
Meus erros, tropeços até demais que se pode ter, 
Venho a agradecer a todos que encontrei nessa caminhada, 

E no qual desejo todo amor que houver nessa vida,
Paro por alguns minutos para dedicar esses versos, 
Que nunca serão o bastante para retribuir esses sentimentos,
Simplesmente obrigado por existirem, 
Por tudo que representam e por não desistirem.

Painkiller

“Painkiller", analgésico em inglês. Matar a dor,
Nada mais filosófico do que assassinar sua dor,
Mata-la antes que ela te maltrate ou até mate,
Por impulso, por tristeza ou até com um infarte,

Entenda, terei que rimar amor com dor,
Pois, mora na filosofia esse dissabor,
É preciso exterminar a dor que lhe corrói,
Seja com álcool, drogas, ou algo que lhe destrói,
Ache algo que ame e deixe que o mate,
Pouco a pouco, dia a dia, a espera da morte,

Falam tanto do amor. O amor acaba diluído. Amores vorazes,
Escorrendo pelas mãos, vivendo ciclos de paixões fugazes,
E quando falhar o amor nesses relacionamentos líquidos?
Como a oxitocina excitara para lidar com sentimentos insípidos?

 Libera outro hormônio, pois o que dá tesão está em falta,                       
Neurotransmissor, recapta a serotonina, deixe a alegria “alta”,
Dopamina, endorfina, não deixe a dor te dominar,
Qualquer sedativo, que “mate a dor”, e faça sua mente anestesiar.


terça-feira, 4 de outubro de 2016

Cortejando A Morte Ou A Loucura

Cortejando a morte ou a loucura,
Em seus quartos úmidos em clausura,
Quantos livros, poema e canções foram feitas assim?
E quantos desses se suicidaram no fim?         
               

Tropeçando em perigo, risco de assaltos e indigentes,
Crua é a realidade que ninguém se abala com a vida vigente,
Cada um é cada um. A juventude se embriaga no melhor veneno sem sabor,
A desculpa é a diversão travestida de ilusão. Todos sabem o que é a dor,

A vida é bela nos jornais e novelas globais,
Mas a realidade brinca em ser horrível com fatos banais,                        
Assistimos ao espetáculo tenebroso de camarote,
Esperando o fim, ansiosamente, dessa vida triste,

É Preciso Ter Cuidado

É preciso ter cuidado com quem você fala,
É preciso ter cuidado com quem você anda para não levar bala,
É preciso ter atenção por onde anda e com quem conversa,
É preciso ter muito cuidado como você se expressa, 

Na vida é preciso ter muito cuidado. Consigo, com outrem.
Há aqueles que lhe querem o mal e aqueles que não te querem,
Alguns lhe fazem bem, esteja sempre ao lado deles, sem temor,
É preciso compreender a raiva e o ódio e ainda sim, escolher o amor.

Tome cuidado. Tome diluído em meia dose de compaixão.
Que sejam doses homeopática de dor e de exaustão.
Que não tenhamos que ter atenção ou cuidado em demasia.
Mas que sejam menores as necessidades de se viver em eterna fantasia.

O Que Fazemos De Nós?


O que fazemos de nós? O que fazer da vida?
O que fazer dessa matéria podre e inacabada?
Tem um mundo inteiro imperfeito e desabando.

Muitas mãos para desfazer o que foi construído.
Terra fértil e sementes que não germinam;
Sonhos perdidos por falta de fé que nos abalam,

E dessa fé em um novo rei, um novo deus que perdura,
Da vontade e o querer extrapola sua cultura,
O deus sagrado do dinheiro em amálgama com o ego.

A ação que rege o prazer que amaldiçoou e nego.
O que fazer do que foi feito de nós?
O que fazer sobre tudo que destruímos e nos deixam a sós?

domingo, 2 de outubro de 2016

⁠⁠⁠Quantos Você Já Foi Até O Momento?


⁠⁠⁠Quantos você já foi até o momento?
Quantas vidas se foram no esquecimento?
De manhã até a tarde, era outro alguém;
Outro humor, empatia diversa, se lembro bem,


A noite, como se fosse criança, veio o pranto,
Dia sim e outro não, vive esse desencanto,
Tristeza avassaladora; Como se chamou ontem?
Alegria no meio da tarde, lembra-se de quem?


Adolescência até a juventude, virou uma multidão,
Metamorfose ambulante e falante, sem exatidão,
Quantos amores se foram? Quais perduram na alma?
De hoje até amanhã verá o céu e o inferno, sem calma.
Ansiedade é um monstro de estimação sem coleira,
A tristeza toma as rédeas por qualquer besteira.


Cidade Cinza

A cidade estraçalha, te deixa moído.
Espírito, corpo...Todo fodido.
Te faz virar cinzas, pó. Esqueleto vivo se estiver com sorte.
Ela não tem dó. A cidade quer ver sua morte!
Te traga como uma bituca de cigarro achado no chão.
A cidade intoxica, sua vida sem paixão
Ela te olha com a sua cara feia e ranzinza ,
Suas paredes e prédios cinzentos, seu céu cinza,

Foi andando por ela que percebeu, o óbvio que lhe parecia oculto.
Somos o que somos. Não há grandes revelações dentro do culto,
Nada há grandes enredos com reviravoltas e finais a se consternar.
O mundo que percebemos em nossa limitação de enxergar.

Não será um artista, tampouco será um grande compositor.
São apenas sonhos e ilusões que vendem para melhor suportar a dor,
Enganam a chegada do fim derradeiro. Por fim, todos evitam o fim.
E esse é o medo. O sentimento mais honesto, enfim.