quarta-feira, 30 de julho de 2014

Errare Humanum Est,


É difícil se declarar um hipócrita. O bom senso passa longe da realidade. É difícil deixar de perceber que não é o ideal que pensas que é, e mais difícil ainda perceber que tens defeitos na frente de outra pessoa. Como se houvessem pessoas isentas de falhas, vivemos do "bom mocismo" e nos isentamos, não admitimos nossos erros, e julgamos os erros alheios como se fossemos puros.

Nem mesmo o melhor exemplo que pensamos ter, segue imaculado pela vida. Nossos heróis são humanos, falhos e com diversos defeitos. Nossos ídolos são irreais, criados como referencia de modelo de como devemos ser e que nunca nos tornaremos, por incapacidade natural ou por puro comodismo.

Acreditamos no utópico, fantasiamos com ídolos ideais, imaginamos líderes com reputação ilibada, e porque? Porque temos que acreditar que só exista o bem e o mal? Porque não enxergarmos como realmente somos?

No mundo real, parece que somos fãs de canalhas, onde a injustiça toma forma e se realiza.
Nosso mundo, baseada em conceito humanitário teórico que não é posto em prática e dito apenas como uma forma ideal de mundo. Nosso mundo doente e sem nexo, que vive em uma eterna dualidade bipolar.
Errare Humanum Est...
Perseverare diabolicum.

"O fantasioso nega a verdade para si mesmo; o mentiroso apenas para os outros." 
 Nietzsche

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Pensamento Invernal.


Não é esse inverno finlandês que parece durar mais de 5 meses. Talvez dure uma eternidade.
Não é esse céu cinza e esse ar seco como Atacama, talvez seja coisa da sua idade.
É esse incômodo que não sai do peito, perdura e dura como nunca, e mata sua jovialidade.
Não há motivo para dor. É apenas o som da chuva batendo no telhado e esse sentimento que na cessa de nebulosidade . (E o inverno que nunca termina de verdade).


Não há motivo para se sentir triste, mas o é como uma criatura estranha que só pode ser e viver sem uma conformidade.
Tão estranho e perplexo que alguns o acusam de possuir humanidade. Cheio de defeitos e manias, e nem por isso demonstram para com ele, alguma piedade.


Não parece nada com os Adônis das propagandas e nem é tão esperto quanto as pessoas da internet em toda sua bestialidade.
Tão absurdo que talvez seja até humano mesmo, deveras humano, talvez um humano sem tanta maldade. O que lhe resta é não ter resposta nenhuma, sem nenhuma vontade.


Nenhuma chance para mudar a constante preguiça do ser por mera casualidade. ( e esperar que esse o inverno passe logo, como se houve outra estação dentro de si sem toda intensidade).
É esse peso que deixa seu corpo curvo e cheio de calosidade. Essa sensação que mistura o árduo destino de Atlas e o trabalho de Sísifo em sua infindável continuidade.
Talvez seja aquela sensação da constatação do absurdo na vida em toda sua complexidade. ( e esse inverno que reina com uma nova era glacial composta da mais pura ironia e fatalidade).