Porque sentiria a dor alheia? Se não agüenta a própria, como agüentará a alheia? Poderia sentir a alegria de viver e a incógnita vontade que motiva o ser humano apesar de todos os pesares. E por falar sobre os pesares, estes possuem muitos pêsames em seu histórico.
A verdadeira sensação seria sentir a alegria de viver. A satisfação a cada respiração e a inspiração para tal. Alguns dizem que só se dá valor quando se perde algo, mas dificilmente vemos defuntos reclamando sobre a falta da alegria em respirar.
Na morada da dúvida, vive a satisfação de não saber.
Tem se a noção relativas de certos aspectos de determinado assunto. Mas especificar que "sei" é admitir o contrário, já que não se é onisciente. E nessa mácula de não saber e ter medo de não saber é que se criaram os deuses. Seres oniscientes, donos do destino e das ações do Homem. Também deu origem ao demônio, para justificar os desvios de atitudes, comportamentos e sobre ações insanas no passado.
As desculpas e erros originaram a nossa cultura e a necessidade de fugir da realidade. E na fuga da realidade inventaram até as drogas. Para não sentir (ou sentir demais). Para não sentir as dores, as angústias. Está tudo tão conectado. Tristemente conectado.
Será que haveria narcotráfico se as plantas de coca e maconha se deixassem de existir por algum motivo biológico?
Provavelmente inventaram outra droga qualquer. A necessidade cria a ferramenta. A fuga cria artifícios! E a dor? Ela continua lá. Não há cura e sim remédios que fazem o que o nome especula: “remediam”.
Remédios que não procuram a cura, e sim amenizar os efeitos diversos da dor na vida.
Remédios que acumulam nas prateleiras, nos estojos de medicamentos, remédios vendidos nos balcões em forma liquida e em “baladas” dissimuladamente alegres, remédios modificados e aspirados pelas narinas, enrolados em papel de seda e tragados, queimados em colheres e injetados na veia.
Muitos desses fazem mais mal do que bem, matam aos poucos, mas mantém longe a realidade. Brutal realidade.
A sociedade fica atônita com essa fuga. A alienação para fora da alienação.
Cria-se a guerra externa para acabar com a guerra interna. Uma guerra pela paz.
Guerra para acelerar a morte dos dependentes. Guerra contra aqueles que alimentam os dependentes. Guerra para ver quem lucra mais.
Guerra que gera despesas enormes e perdas de vidas. E isso acalanta as mentes conservadoras; a Guerra pelo “certo”. E o sagrado se mantém dessa forma como sempre foi. E nesse ritmo afoito de combate, nem mesmo combatem das causas e sim as eternas conseqüências. O mercado consumidor continua existindo e aumentando, enquanto se poda os ramos, as raízes se ramificam ainda mais e se tornam mais fortes.
A hierarquia estruturada historicamente, fundamentada no estamento social, modificou-se com tempo, coloriu-se um pouco, aderiu novas formas, mas manteve-se essencialmente original. Originalmente horripilante e que adora as guerras em troca de algo, odeia a fuga da realidade, mantêm a forma de ser do mundo em que vivemos e prega como se deve ser, como é ser humano.
E então, como sentir a dor alheia em meio a tanto dor em viver nessa existência absurda? Como agüentar a dor de outrem se não agüenta a própria? A quem interessa tamanho absurdo paradoxal? Se fosse distribuída a alegria de viver como se distribui as diferenças (e indiferenças), seria mais sustentável viver nesse mundo.
Esse espaço é onde exponho meus devaneios mundanos...Enquanto ser existente, sou pretensiosamente reflexivo.
domingo, 6 de dezembro de 2015
quinta-feira, 3 de dezembro de 2015
O Mundo é o Palco dos Loucos
"Quando nascemos, nós choramos, porque subimos a este grande palco de loucuras.”
Rei Lear - William Shakespeare
Somos os loucos e os palhaços. Os palhaços sem plateia e deprimidos. Os loucos sem medicação e a solta. Como podemos aceitar o absurdo da vida com eterno otimismo? Como não chorar com o apocalipse diário? A hipocrisia fixou na face e na alma, como se fosse verdadeira. Acredita-se tanto no absurdo e nas mentiras como forma de amenizar a insignificância sobre a ignorância do ser.
Nós que aqui estamos vivendo sem saber o porquê, inventamos desculpas eternas. Drogas para consumir e absorver as dúvidas. A cada gota de álcool vem à alegria. A cada grama de coca, somem as dificuldades. A cada tragada no cigarro, se sente o paraíso. Tudo se torna fuga: as drogas diárias, a TV e suas mentiras confortáveis, as pessoas e suas crenças admiráveis.
A busca pelo prazer é a satisfação maior por estar vivo. O significado da vida se torna slogan de comercial de margarina. Precisamos ser felizes. E por quê? Temos instintivamente (na maior parte do tempo e na maioria das pessoas) a vontade intrínseca de continuar existindo. Lutamos pela continuação da existência mesmo vivendo no mundo de absurdos e onde o dinheiro compensa a morte de um indivíduo e/ou milhões. Onde temos a fé em algo inacreditável. Se contássemos a algum espectador fora desse espetáculo de horror, ele ficaria: abismado, horrorizado, enojado ou teria um simples riso irônico?
Criaturas racionais e sentimentais. Autoproclamados seres sapientes. Criados a imagem e semelhança do criador do universo em sua onisciência e poder infinito. Como chegamos a esse ponto e com essa arrogância?
Em alguns tempos aparecem seres que destoam desse painel ridículo e assim, os próprios são usados como símbolo máximo da espécie. Para cada Platão e Sócrates, houve milhões ou até bilhões que desvirtuariam a imagem do homem sapiente. Para cada Einstein, milhões para nos mostrarmos que ainda somos primatas diferentes, nem mesmo "melhorados". Apenas primatas.
Com funções semelhantes as dos vírus, que entram em organismos e os matam com a necessidade simples de querer viver. Mata o hospedeiro com função de existir. Talvez seja o que somos, grandes vírus para o planeta. Devem existir outras "bactérias", "fungos”... Mas vírus letal como nós, não há. Talvez um câncer que se propaga indefinidamente, destruindo o resto do tecido vivo que o mantem "reproduzindo-se".
Diante de tamanha destruição contínua, de tamanha hipocrisia com o uso e definição da palavra "Humanidade", o que se espera dessa civilização? O que esperamos de nós? O que impele cada ser vivente a uma vida contínua sem saber o porquê de estar fazendo tal coisa? É apenas nascer, casar, se reproduzir e morrer? E nesse ínterim, estudamos tudo que já foi dito (e alguns até modificam algo), trabalhamos incessantemente dia após dia, para nos sustentarmos (e alguns apenas para não morrer de inanição) e adquirimos bens de consumo que aparentemente nos alegram (compramos indefinidamente, pois o mercado, o país e o mundo precisam que seja assim).
Por fim nos aposentamos, no final da vida, e as respostas nunca foram imaginadas por medo das perguntas. E porque teríamos perguntas se somos a imagem e semelhança do criador do universo, seres sapientes no topo da escala evolutiva e donos do mundo? Não fazemos a pergunta sobre a existência por medo da resposta.
Rei Lear - William Shakespeare
Somos os loucos e os palhaços. Os palhaços sem plateia e deprimidos. Os loucos sem medicação e a solta. Como podemos aceitar o absurdo da vida com eterno otimismo? Como não chorar com o apocalipse diário? A hipocrisia fixou na face e na alma, como se fosse verdadeira. Acredita-se tanto no absurdo e nas mentiras como forma de amenizar a insignificância sobre a ignorância do ser.
Nós que aqui estamos vivendo sem saber o porquê, inventamos desculpas eternas. Drogas para consumir e absorver as dúvidas. A cada gota de álcool vem à alegria. A cada grama de coca, somem as dificuldades. A cada tragada no cigarro, se sente o paraíso. Tudo se torna fuga: as drogas diárias, a TV e suas mentiras confortáveis, as pessoas e suas crenças admiráveis.
A busca pelo prazer é a satisfação maior por estar vivo. O significado da vida se torna slogan de comercial de margarina. Precisamos ser felizes. E por quê? Temos instintivamente (na maior parte do tempo e na maioria das pessoas) a vontade intrínseca de continuar existindo. Lutamos pela continuação da existência mesmo vivendo no mundo de absurdos e onde o dinheiro compensa a morte de um indivíduo e/ou milhões. Onde temos a fé em algo inacreditável. Se contássemos a algum espectador fora desse espetáculo de horror, ele ficaria: abismado, horrorizado, enojado ou teria um simples riso irônico?
Em alguns tempos aparecem seres que destoam desse painel ridículo e assim, os próprios são usados como símbolo máximo da espécie. Para cada Platão e Sócrates, houve milhões ou até bilhões que desvirtuariam a imagem do homem sapiente. Para cada Einstein, milhões para nos mostrarmos que ainda somos primatas diferentes, nem mesmo "melhorados". Apenas primatas.
Com funções semelhantes as dos vírus, que entram em organismos e os matam com a necessidade simples de querer viver. Mata o hospedeiro com função de existir. Talvez seja o que somos, grandes vírus para o planeta. Devem existir outras "bactérias", "fungos”... Mas vírus letal como nós, não há. Talvez um câncer que se propaga indefinidamente, destruindo o resto do tecido vivo que o mantem "reproduzindo-se".
Diante de tamanha destruição contínua, de tamanha hipocrisia com o uso e definição da palavra "Humanidade", o que se espera dessa civilização? O que esperamos de nós? O que impele cada ser vivente a uma vida contínua sem saber o porquê de estar fazendo tal coisa? É apenas nascer, casar, se reproduzir e morrer? E nesse ínterim, estudamos tudo que já foi dito (e alguns até modificam algo), trabalhamos incessantemente dia após dia, para nos sustentarmos (e alguns apenas para não morrer de inanição) e adquirimos bens de consumo que aparentemente nos alegram (compramos indefinidamente, pois o mercado, o país e o mundo precisam que seja assim).
Por fim nos aposentamos, no final da vida, e as respostas nunca foram imaginadas por medo das perguntas. E porque teríamos perguntas se somos a imagem e semelhança do criador do universo, seres sapientes no topo da escala evolutiva e donos do mundo? Não fazemos a pergunta sobre a existência por medo da resposta.
terça-feira, 24 de novembro de 2015
A Poeira que nos Consola
Não existe racismo. Todos
somos tratados de forma igualitária e temos as mesmas chances desde o útero até
a morte. Somos iguais perante a lei e ninguém tem privilégios com seus status e
relação econômica.
Temos sempre opiniões parecidas. Somos quase iguais. Oramos para o mesmo Deus, partilhamos da mesma fé... Não...
Temos sempre opiniões parecidas. Somos quase iguais. Oramos para o mesmo Deus, partilhamos da mesma fé... Não...
Mas sabe,
a ignorância nos salva de destinos malditos. No fim não teremos homens voando
com capas vermelhas com balas ricocheteando na pele. Não haverá um semideus
salvador onisciente que irá perdoar nossos pecados mais sórdidos.
É a poeira. O que consola é a poeira.
Essa poeira feita de partículas de silício, ferro, partículas de carbono, calcário e de fuligem. Poeira que se mistura no ar e nos ventos. Poeira das estrelas e da terra.
Nosso conhecimento é um mundo em meio à imensidão do
universo, e sua infinita poeira. Essa poeira que nos cerca e que criamos. A
poeira da pele morta suspensa no ar, sobre os móveis e sobre nossos fétidos corpos
em continua decomposição. É a poeira que nos consola. Essa poeira que é parte
da origem de tudo. Poeira que nos tornamos. De onde viemos e para onde vamos.
Simples poeira.
terça-feira, 3 de novembro de 2015
Quando a Humanidade Acomete
Humanidade me acometeu
como uma enxurrada que desce morro abaixo. Não se consegue ser tão canalha quanto
antes. Essa culpa de comer quando outros não pode parecer ser viral.
A humanidade me
acertou quando eu menos queria.
Porque vem criar consciência? É mais fácil ignorar
e seguir adiante. Ser apenas mais um com críticas vazias que giram sobre o
próprio umbigo. Mas como um raio, vem esse conceito estranho de tentar respeitar
outras formas de vida. Outras culturas, outras ideias.
A culpa é o prato cheio
que transborda. A vítima é sempre desconhecida e ignorada. Culpada por ser vitimas,
culpada por existir. E há tanto para se conhecer sobre o mundo e as coisas que
persistem em se esconder a vista nua.
Faz-nos eternos ignorantes em meio a
tanta gente esperta e cheia de razão.
O principal erro é tentar
ser humano. E errar, pois errar é humano. E o erro é constante e variável. Paradoxal
e tão natural. Duplipensar inevitável. Nessa de desistir e tentar, acontece
várias vezes ao dia. Vários dias ao ano. Tão incrível e tão cruel ser humano.
Porque
ser assim, humano? Como por engano, existe. Sem fim conhecido, sem desculpas
para tal. Com esse vírus de consciência incomodando o cérebro. Culpando como
algoz de vítimas invisíveis a olho nu.
Enquanto se acomete
desse incômodo de humanidade, se vê carregando cruzes imaginárias ou pesos
colossais de algum Titã esquecido.
O choro não basta. Desistir não adianta. É a
eterna vontade de desistir seguindo e que perdura, andando em modo automático,
desejando arrancar as orelhas para não ouvir tantas barbaridades, chegando os
olhos para não ver tantas imundices e mau-caratismo. Nem o tato consegue sobreviver
nesse vazio existencial onde os sentidos se perdem em fazer sentido. Onde se
perde constantemente o conceito do que é ser humano.
Tristeza Capital
A tristeza é meu
capital.
Mas não há moeda de troca, não há câmbio para suas transações.
A desculpa são os negócios.
O prazer é o que impulsiona os motores da vida.
Mas não há moeda de troca, não há câmbio para suas transações.
A desculpa são os negócios.
O prazer é o que impulsiona os motores da vida.
Hedonismo
moderno para as necessidades instantâneas.
Sobrevive fustigando as entranhas desse ser.
Não há pecado maior.
Não há capital suficiente que pague toda angústia e as vontades egoístas de um mundo singular vivendo no falso plural.
Não há capital suficiente que pague toda angústia e as vontades egoístas de um mundo singular vivendo no falso plural.
Todos os caminhos levam a estranheza
entre o ser e ter.
Não cabe nesse mundo ou em qualquer outro o conceito de dignidade
além do que se paga.
A tristeza é meu
capital.
Viva e verá todos os assaltos a vida.
Viva e verá todos os assaltos a vida.
Viva e verá que nada custa tão
caro quanto perder a pouca dignidade que se possui.
Não existe justiça na terra
dos homens.
Não existe justiça na vida.
Não existe justiça na vida.
O que se pleiteia é uma
imagem etérea do que seria algo parecido com justiça.
Uma justiça magra, desnutrida e espancada por
usurpadores de seu nome.
A tristeza é meu capital, de onde sai minha maior pobreza de espírito e o que me custa tão caro nessa vida.
A tristeza é meu capital, de onde sai minha maior pobreza de espírito e o que me custa tão caro nessa vida.
domingo, 18 de outubro de 2015
Decifra-me ou Te Devoro
Decifra-me ou te devoro, disse uma esfinge certa vez. Criatura faminta,
ávida em devorar alguém. O mundo ainda reflete essa ideia antropofágica:
"Quem come quem? E ai, comeu?".
Tudo se traduz em sexo. Sociedade falocêntrica, imagina o mundo como a
cabeça de uma rola, no meio do universo, onde a vagina seria o buraco negro.
Seus prédios enormes e sua visão de mundo se traduzem em picas saindo do chão
rasgando o céu.
De onde saiu esse desejo tamanho pelo sexo? Transformar amor em sexo... E
violência em sexo.
Nesses momentos é que nos aproximamos de nossos ancestrais mais
primitivos, grunhindo, rosnando, remexendo em gestos repetitivos em busca de
algum prazer. É nesse prazer que consideram a vida, nessa satisfação que eclode
no cérebro, como larvas de cisticerco.
Amor passa pelo sexo. A dor passa pelo sexo. A vida passa pelo sexo.
Nessa corrida rumo ao nada, trepando com a satisfação do gozo sem se preocupar
com o Armagedom no final do mês.
O hedonismo nunca cessa. A busca pela satisfação nunca finda. Talvez
seja para ajudar a absorver toda a dor latente existente. O sexo serve como
analgésico da vida que também não se abdica de nos foder constantemente (no
sentido figurado na maior parte do tempo).
A TV me corrói, a vida me corrói. Beber só iria corroer mais ainda meu
fígado, meus órgãos. Se a vida me corrói, talvez eu seja uma estátua de
mármore.
Os sons que saem do aparelho televisivo soam tão vazio, tão manipulador.
O suspiro que sai do corpo sai tão errático e tão desesperador.
Sou um monólito destruído. Um monumento sobre o absurdo do momento. E o
que resta para estátuas “vivas” e ambulantes a não ser tentar foder? Mas não, o
sexo não mais responde a satisfação. O tesão acabou.
É endorfina confundida com morfina. E confundem o foder conotativo com o
denotativo. Confundem o amor com foda, e fodem tudo e a todos sem amor e sem
sexo. O foder apenas pela destruição. Foder como se fosse pelo prazer de infligir
à dor, elevando a paixão pelo “si” a níveis universais para enfim, se sentir o
pica das galáxias.
sábado, 10 de outubro de 2015
Incompreensível
Vendado, sente e entende mais a aflição da cegueira. Nada é
mais nítido que o clarão absurdo que não o faz enxergar; Preso a uma cadeira de rodas, sente a penúria da locomoção de
uma forma que nunca imaginou passar. Alguns passos tão fáceis agora são dispendiosos
em energia. O cansaço parece tão grande e absurdo em andar.
Sem ouvir, entende o silêncio. Monstro que mora em meio aos
efeitos de sonoplastia e gritos e se silencia. Sente o incomodo de não entender
o que dizem e a música que tanto lhe fez bem e que lhe serviu de fuga, não
existe mais. Agora só sente as vibrações do som pelo corpo durante o dia.
A voz estremece. Ao abrir a boca nada saia. O silêncio volta
como carrasco que é. Não existem mais palavras de amor, aconchego. Não há mais
como cantar o mundo em contos. Ninguém vai ouvir seu grito de arrego.
Preso nessa vida miserável, sem carro do ano, emprego
estável e de boa remuneração. Tudo acaba como começa, de forma imprevisível (e sem
admiração). O planejamento como sempre falhou em seguir o que foi estudado. O
que era tudo, senão reflexo de sua posição social? Seus direitos são garantidos
pelo dinheiro trabalhado. Seu respeito pelo status. Descascaram a personagem e
encontraram a figura humana (só e arrasado) .
A mente não consegue pensar direito. Os risos e as piadas
não possuem mais graça. A doença lhe parece algo confortável. Dores físicas não
parecem ser tão ruins quanto a que sente na mente como principio da desgraça.
Uma agonia em estar e ser. Dizer e não ter o que falar e sentir deplorável.
Humanos caminhando,
conversando e se interando e para si, e isso parece ter falhado em fazer
sentido. A mente lhe engana, prega peças e hesita em testar seu instinto de
sobrevivência amaldiçoado. O que consta é ausência de sentido. A dor alheia não
parece interessante até sentir na pele. Até se quebrar os ossos. Até perder suor,
sangue e a alma, ainda assim nada compreende.
terça-feira, 6 de outubro de 2015
Fazenda dos Animais
No Desejo de felicidade, daqueles lindos pastos com todos
felizes e sorridentes brincando de ciranda ao ar livre.
Da utopia e das
revoluções ideais que sempre falam... Não acredito em nada.
Nem mesmo na opinião verdadeira de certas pessoas. Animais
piores do que eu; aqueles que se devoram ainda vivos. Sociedade canalha e
antropofágica.
Sem remorso e de falsa
moral. Vejo como se esconde por detrás das orações. Do falso pudor, do medo da
punição. Animais tão ruins quanto eu;
Sei meus podres e
minha incapacidade, e o que me dói mais é ver a arma engatilhada e a pessoa
desumanizada como coisa que é. Dói-me é ter um pouco de sentimento nesse corpo
sem trato.
Aguarde com o coração
raivoso. Guarde-o para não se machucar. Nesse mundo onde tudo que é errado
vigora, estar minimamente certo é uma temeridade. O melhor é errar junto nessa
festa nefasta indo direto ao desfiladeiro da distopia.
Os juízes caolhos que pregam a justiça parcial.
Os analfabetos políticos e suas fúrias na rede. As negociatas e dívidas
perdoadas pelos bilionários estelionatários.
São bandidos melhorados. Diferente do
"vagabundo" que te coagiu com arma na mão, ou pulou o muro da
sua casa para levar a TV.
O
"vagabundo" elitizado usa terno Armani e camisa de seda. Desvia
milhões a bilhões por se achar melhor, por achar que é assim é justo e
dissemina sua moral como se fosse uma pessoa ilibada. "Não pagar impostos
é legítima defesa", diz o imoral e seus puxa-sacos.
E se imagina viver em um lugar utópico, sem
governo e sem gastos públicos. Onde os hospitais possuem potes de ouro no final
do arco-íris, as escolas são levantadas por fadas e os professores trabalham
apenas para afastar o ócio, gratuitamente como todos os demais funcionários
públicos.
Sem falar que acordou numa manhã que toda a
história do país se apagou. Foi zerada toda a miséria e abismo social inerente
após séculos de má-formação. Desde o Egito Antigo, passando pela Macedônia, a
república Ateniense até a revolução francesa, todos os governos viveram de
magia para tratar de custos públicos.
Alquimia criando ouro! Vivemos em uma sociedade
tecnocrata, logo todos seremos trocados por robôs ávidos pelo trabalho. O que
gerará seu lucro?
sexta-feira, 2 de outubro de 2015
Malabaristas no Circo dos Horrores
Crianças, filhos de outrem, filhos de ninguém, sujeitos
indefinidos de várias orações.
Malabaristas circenses no picadeiro dos horrores da vida.
Trapezistas inatos andando na corda bamba em cima de um precipício.
Em troca de olhares, atenção e trocados
Ou qualquer cola que tire da realidade (Qualquer calor que lhe lembre ser humano).
Os palhaços estão na plateia contando piadas de mau gosto.
Malabaristas circenses no picadeiro dos horrores da vida.
Trapezistas inatos andando na corda bamba em cima de um precipício.
Em troca de olhares, atenção e trocados
Ou qualquer cola que tire da realidade (Qualquer calor que lhe lembre ser humano).
Os palhaços estão na plateia contando piadas de mau gosto.
Ali junto ao cão esfomeado e magro, tem o filho de qualquer
um, com a pele escura como a noite, com razão prejudicada pela realidade da sua
própria existência.
Estar vivo parece ser um absurdo em meio a tanta vida desregrada.
Estar vivo parece ser um absurdo em meio a tanta vida desregrada.
Em tamanho absurdo de ver infantes aos faróis pedindo
qualquer coisa, o ser humano passa indiferente, sem indignação alguma.
Aos parasitas sustentados em cargos no senado e congresso não se sente indignação alguma.
Aos parasitas sustentados em cargos no senado e congresso não se sente indignação alguma.
As mortes de indígenas por fazendeiros e posseiros, não se sente
indignação alguma. Em algum momento se perdeu a idéia ou a concepção que
encaixa as pessoas como seres humanos e esse conjunto de seres humanos que seriam uma “sociedade”.
No meio do desconforto em se ver algo que daria vontade de
arrancar o coração com tamanha tristeza...
Fecha os olhos, respira fundo, pague um doce e engula a falta de dignidade e respeito de uma sociedade doente e hipócrita. Engole o choro e aprecie o almoço.
Fecha os olhos, respira fundo, pague um doce e engula a falta de dignidade e respeito de uma sociedade doente e hipócrita. Engole o choro e aprecie o almoço.
quinta-feira, 24 de setembro de 2015
O Sorriso do Idiota
O sorriso do idiota que não suporta mais o lindo amanhecer. Simplesmente se
encheu das mentiras. Todas as doces e convenientes mentiras. Da fé, da vida,
das ações humanas... Do alicerce da sociedade forjada a base de hipocrisia. Encheu-se
como um Zeppelin e sobrevoa a terra com ânsia de vômito.
Não aguenta mais mentir para si mesmo. Seu sorriso estúpido fica travado na face, congelado. Toda a ignorância que lhe sobra, transborda para fora do ser. Como uma privada cheia até a tampa.
Temos as funções sociais para cumprir. Horário para comer. Horário para acordar. Horário par se divertir. Horário para voltar a produzir.
Com pressa, comemos, vivemos e somos entupidos das banalidades e imbecilidades que nos convenceram ser importante pela TV. A humanidade desumana cansa até o monge budista mais otimista sobre a natureza humana. Para se acabar a vida que nem começa de verdade. O simulacro nunca cessa.
A ilusão é completa. As mentiras são absolutas, assim como o fingimento em tentar entender outrem. E o que nos salva? A maravilhosa fé na felicidade. E para quem perde essa fé, existem pílulas que parcelam a felicidade. E existem placebos... E no final tudo parece placebo.
Não aguenta mais mentir para si mesmo. Seu sorriso estúpido fica travado na face, congelado. Toda a ignorância que lhe sobra, transborda para fora do ser. Como uma privada cheia até a tampa.
Temos as funções sociais para cumprir. Horário para comer. Horário para acordar. Horário par se divertir. Horário para voltar a produzir.
Com pressa, comemos, vivemos e somos entupidos das banalidades e imbecilidades que nos convenceram ser importante pela TV. A humanidade desumana cansa até o monge budista mais otimista sobre a natureza humana. Para se acabar a vida que nem começa de verdade. O simulacro nunca cessa.
A ilusão é completa. As mentiras são absolutas, assim como o fingimento em tentar entender outrem. E o que nos salva? A maravilhosa fé na felicidade. E para quem perde essa fé, existem pílulas que parcelam a felicidade. E existem placebos... E no final tudo parece placebo.
terça-feira, 22 de setembro de 2015
Aqui Esta Sua Pele
Aqui esta sua pele,
seu gênero, sua condição social, seu lugar de nascimento, sua época; está feliz
com o que obteve? Eis então que existe.
Tanto quanto os demais. Eis que tu
existes! Graças a Allah, Jeová e Oxalá, eis que está aqui nesse momento... E
para que?
Qual a pergunta que se perde? Estamos aqui por um propósito ou somos
o que somos por algum motivo? Do nascimento a morte, experiências diversas e
qual o papel em nossa vida em um espectro amplo de sociedade?
Há tantas
perguntas que nos incomoda o íntimo que preferimos não nos indagar. A pergunta
que deve calar. Respostas mais simples para o dia nascer feliz. Ou o máximo
possível desse terno.
No que compete a felicidade, ela é um dos objetivos
máximos da vida e frequentemente é confundindo com toda carga cultural e
ideológica.
"Ser feliz é casar e ter filhos"; "Ser feliz é ter o
sonhado emprego e uma casa na praia!".
Às vezes o incômodo não se percebe e o vazio deixado para sempre não se
preenche de forma alguma.
O vazio da alma, o vazio da mente, o vazio que é a
vida.
Criaturas lógicas, perdidas em meio ao ilógico e beirando ao surreal. O
mundo da voltas incessantes, e sempre voltamos para o lugar inicial. Temos que
pagar as contas, criar.os filhos, trabalhar em algo que muitas vezes não queremos
e sustentamos esse peso imensurável sobre nossos ombros.
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