Humanidade me acometeu
como uma enxurrada que desce morro abaixo. Não se consegue ser tão canalha quanto
antes. Essa culpa de comer quando outros não pode parecer ser viral.
A humanidade me
acertou quando eu menos queria.
Porque vem criar consciência? É mais fácil ignorar
e seguir adiante. Ser apenas mais um com críticas vazias que giram sobre o
próprio umbigo. Mas como um raio, vem esse conceito estranho de tentar respeitar
outras formas de vida. Outras culturas, outras ideias.
A culpa é o prato cheio
que transborda. A vítima é sempre desconhecida e ignorada. Culpada por ser vitimas,
culpada por existir. E há tanto para se conhecer sobre o mundo e as coisas que
persistem em se esconder a vista nua.
Faz-nos eternos ignorantes em meio a
tanta gente esperta e cheia de razão.
O principal erro é tentar
ser humano. E errar, pois errar é humano. E o erro é constante e variável. Paradoxal
e tão natural. Duplipensar inevitável. Nessa de desistir e tentar, acontece
várias vezes ao dia. Vários dias ao ano. Tão incrível e tão cruel ser humano.
Porque
ser assim, humano? Como por engano, existe. Sem fim conhecido, sem desculpas
para tal. Com esse vírus de consciência incomodando o cérebro. Culpando como
algoz de vítimas invisíveis a olho nu.
Enquanto se acomete
desse incômodo de humanidade, se vê carregando cruzes imaginárias ou pesos
colossais de algum Titã esquecido.
O choro não basta. Desistir não adianta. É a
eterna vontade de desistir seguindo e que perdura, andando em modo automático,
desejando arrancar as orelhas para não ouvir tantas barbaridades, chegando os
olhos para não ver tantas imundices e mau-caratismo. Nem o tato consegue sobreviver
nesse vazio existencial onde os sentidos se perdem em fazer sentido. Onde se
perde constantemente o conceito do que é ser humano.
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