Eu abraço a minha ignorância, e porque não abraçaria?
Abdico da busca da perfeição e do encobrimento passivo dos defeitos.
Não me abstenho dos meus defeitos, não nego minhas imperfeições e ainda mais... Declaro-as!
Sou pessimista e impontual. Sofro dos horrores de multidões, por muito sou mesquinho e egoísta. Vivo dos opostos e paradoxos, talvez até um exemplo de ser do duplipensar.
A polaridade do humor muda de megalomania a distimia.
Eu escancaro uma vez por todas: meus ciúmes, minhas invejas e meus temores.
Meus medos mais medonhos, minhas incertezas, meus erros.
Abraço a minha limitação e a chamo para sair.
Confronto o personagem que se cria: a aparência boa e agradável que se deve ter na sociedade.
Meus fracassos na porta, minhas vergonhas nas janelas.
Quero um outdoor para promover minha incompetência, minha preguiça, minha baixa auto-estima seguida do egocentrismo.
Se precisar canto minhas limitações. Grito minhas incapacidades, meu mau-humor e falta de paciência.
Minto o mínimo, mas minto. Sempre chegarei atrasado, sempre! Não faço questão de parecer simpático, com sorrisos amarelos de piadas infames.
Recluso e desconfiado, às vezes até complacente. Vingativo, obsessivo, teimoso, rancoroso, vagabundo, orgulhoso, malicioso, cínico, ignorante.
Poderia ser um tirano se dessem oportunidades.
O interessante foi o fato de abraçar sua "ignorância", sem ignorá-la ou mesmo pedir que qualquer pessoa o fizesse. Se expôs e não impôs entendimento.
ResponderExcluirGostei bastante do texto e do exemplo.