terça-feira, 3 de novembro de 2015

Tristeza Capital



A tristeza é meu capital. 
Mas não há moeda de troca, não há câmbio para suas transações. 
A desculpa são os negócios. 
O prazer é o que impulsiona os motores da vida. 
Hedonismo moderno para as necessidades instantâneas. 
Sobrevive fustigando as entranhas desse ser.

Não há pecado maior. 
Não há capital suficiente que pague toda angústia e as vontades egoístas de um mundo singular vivendo no falso plural.
Todos os caminhos levam a estranheza entre o ser e ter. 
Não cabe nesse mundo ou em qualquer outro o conceito de dignidade além do que se paga.

A tristeza é meu capital. 
Viva e verá todos os assaltos a vida.
Viva e verá que nada custa tão caro quanto perder a pouca dignidade que se possui. 
Não existe justiça na terra dos homens.
Não existe justiça na vida. 

O que se pleiteia é uma imagem etérea do que seria algo parecido com justiça.  
Uma justiça magra, desnutrida e espancada por usurpadores de seu nome.
A tristeza é meu capital, de onde sai minha maior pobreza de espírito e o que me custa tão caro nessa vida.

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