sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Malabaristas no Circo dos Horrores

Crianças, filhos de outrem, filhos de ninguém, sujeitos indefinidos de várias orações. 
Malabaristas circenses no picadeiro dos horrores da vida. 
Trapezistas inatos andando na corda bamba em cima de um precipício. 
Em troca de olhares, atenção e trocados
Ou qualquer cola que tire da realidade (Qualquer calor que lhe lembre ser humano).
Os palhaços estão na plateia contando piadas de mau gosto.


Ali junto ao cão esfomeado e magro, tem o filho de qualquer um, com a pele escura como a noite, com razão prejudicada pela realidade da sua própria existência.
Estar vivo parece ser um absurdo em meio a tanta vida desregrada.

Em tamanho absurdo de ver infantes aos faróis pedindo qualquer coisa, o ser humano passa indiferente, sem indignação alguma. 
Aos parasitas sustentados em cargos no senado e congresso não se sente indignação alguma.

As mortes de indígenas por fazendeiros e posseiros, não se sente indignação alguma. Em algum momento se perdeu a idéia ou a concepção que encaixa as pessoas como seres humanos e esse conjunto de seres humanos que seriam uma “sociedade”.

No meio do desconforto em se ver algo que daria vontade de arrancar o coração com tamanha tristeza... 
Fecha os olhos, respira fundo, pague um doce e engula a falta de dignidade e respeito de uma sociedade doente e hipócrita.  Engole o choro e aprecie o almoço.

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