sábado, 11 de dezembro de 2010

A flor da pele.


O sentimento não foge, chega como uma onda. Na verdade chega como uma onda mansa se assim puder existir esse paradoxo.
Entra pelos poros, invade os neurônios, monta um mundo novo, seja de alegria ou sofrimento, cria um novo universo dentro que vive no universo que se conhece.


A flor-da-pele, sentimento alheio que sensibiliza de uma forma estranha, e que muitas vezes não aceita receber esse turbilhão de emoções de outrem. Uma força estranha que domina e modifica a visão de tudo ao redor. Mesmo que se não tivesse olhos, enxergaria um mundo estranho a sua volta.


Essa empatia, que domina de forma quase sobrenatural, muito além do que deveria ser normal. Cria vínculos que não são reconhecidos, cria visões que não são compartilhadas, faz estender a mão a quem não entende tal ação. Não chega a ser um ato de altruísmo, mas uma espécie de auto-ajuda direcionada a aqueles que refletem seus sentimentos que perturbam a sua própria ordem.


É uma confusão de sentimentos. Borbulham e se exala pela pele. Seu nervosismo, sua alegria, sua tristeza. Aos olhos de outros, não parece interessar tanto, mas para outros poucos tais sentimentos invadem sem pedir licença e adentra novas moradas. Muda rotas e vidas, alteradas vidas.


O que fazer para viver ao meio de notas fora de tom? Sentir a dor e não ter como solucioná-la, ser vigilante do sofrimento sem ter como ajudar? O mundo não se move com a força, as estações não mudam com nosso querer, nosso sofrimento é compartilhado mas não é resolvido.


Quiça  fossem compartilhada mais as alegrias, ainda sim é a tristeza que aparece por cima das nuvens. Não é o sol, não é o brilho dos olhos...e sim a tristeza de algo inominável, diversos problemas e insolúveis problemas. Só resta imaginar que a flor da pele, todo esse sentimento seja útil algum dia, para todos que sofrem e para aqueles que servem como receptores anônimos de tanto sentimento no mundo.

Seria uma benção ou até o momento, maldição?!

Nenhum comentário:

Postar um comentário