quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Cicatrizes.


Há cicatrizes que contam uma história. Cicatrizes pequenas, que podem ter demorado dias para se curar; cicatrizes grandes que podem ter demorado de meses a anos para se concretizar.
Cicatrizes nas pernas, braços, tronco, queixo...os diversos tipos de cicatrizes parecem saltar nos olhos para nos dizer que se passou por um processo de ferida e cura. Existem também as cicatrizes que não são aparentes.

Elas só aparecem quando se pergunta o “porquê” de certas situações.
Há cicatrizes que não estão na pele e não precisam de cirurgia plástica para tratá-la, mas são mais profundas. Custam mais do que a “simples” reabilitação do corpo. As cicatrizes que não enxergamos, mas que ainda se fazem sentir.

Doem quando chove ou muda o tempo. As cicatrizes parecem querer gritar. Parecem uma vida antiga querendo tomar forma, um pedaço de história mal-resolvida, um triste fato que perdurou. Cicatrizes que mais doem que se tivessem na pele atrapalhando a plasticidade e estética da pele.

Cicatrizes que aparecem em sonhos, em forma real de pesadelo. Algumas dessas feridas que tem uma fina camada por cima, que recebe uma alcunha de cicatriz, mas talvez nem chegue a ser uma.
É apenas mais um fato. Mais uma dificuldade. Um momento que mora quase perpétuo na memória.

Nossa memória e dor em cicatriz. Nossos momentos e dificuldades em cicatrizes. Mais um momento para sempre tentar esquecer e lembrar, em forma de cicatriz. Haja dor e lembrança. Um pouco de tudo que se mistura. É cicatriz.
Mais uma. Um “troféu” das derrotas vitoriosas. Cada uma com sua dor, seu passado tortuoso. É apenas mais uma cicatriz.

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