sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Descobriu-se que Vive?


Descobriu-se que existe? Não foi olhando no espelho e se encontrando no reflexo. Não foi constatando o pulso e a respiração. Descobriu-se vivo, quando pensou e percebeu seu espaço no mundo. Percebeu sua existência e de outros ao seu redor. Percebeu que existe, e não é um ser automato que respira, trabalha e se alimenta.

Percebeu que poderia pensar sobre tudo e o nada. Percebeu que a vida consiste muito mais do que constatações óbvias, esse emaranhado de acontecimentos estranhos e por ventura trágicos.
Quando finalmente percebeu sua consciência e dialogou com ela, em um acontecimento estranho e que beirava a loucura. Seu interlocutor era seu ego e suas crendices. O mundo mudava-se ao redor.

Sua percepção de sentidos não permanecia a mesma. De todas as portas fechadas e muros construídos ao seu redor, fora criado asas de cera para escapar desse vale. Asas que não precisam chegar até o sol para ser derretidas (não, para o mesmo erro duas vezes).
Percebeu e viu que realmente estava vivo. Entendeu que existe, e não é um sonâmbulo que perambula pelas ruas. Percebeu que existe muito além de sua própria consciência. Entendeu os limites das percepções e que existe um infinito além de suas capacidades cognitivas.

Percebeu-se vivo depois de quase 3 décadas de vida. Percebeu como é a vida, e talvez esse seja o primeiro dia, do resto de sua vida. Cada dia pode ser um último dia. Cada ação pode ser vivida intensamente, mas de forma consciente. Cada passo pode ser dado com firmeza, mas com todo cuidado possível.

É possível ser impulsivo, se for precavido em absoluto. É possível ser totalmente oximoro em vidas que parecem linear, mas que realmente são absurdamente paradoxais.
Após tantos anos vivendo, percebeu finalmente que existe.

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