É uma
figura triste no canto da sala. Como um quadro empoeirado do que já foi um
retrato de família.
Aquele
que poderia ser um de nós, não se assemelha mais a ninguém que conheci.
Estranha
figura no canto da sala. Fez-me feliz em poucos anos. Triste em minha
juventude.
Amargura
em pele e ossos, e a mágoa que parece não sanar. Em que parte nos perdemos?
Em que
pedaço da vida ele se foi e nem disse adeus? Agora só as recordações e mistura
de raiva com melancolia.
Tudo ruiu
para se tornar mais um castelo de areia a beira-mar. Aquela figura de ontem
nada se parece com hoje.
Aquele
abraço se perdeu no tempo de infância como nunca pude ver novamente.
As sequelas são sentidas na criação. O mal que cresce em mim é vigiado a cada
cápsula.
A
ansiedade toma conta de mim. A tristeza se perde em mim. Aquela estranha figura
que não conheço mais.
Fez-me
tão bem e tão mal em tão pouco tempo. Onde foi que se perdeu? Onde foi que nos
perdemos?
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