Construiram
ídolos e modelos para seguir e idolatrar. Marcaram como deve ser o dia e
como deve acabar. Como viver, onde e o que fazer para se adaptar.
Estamos correndo uns contra o outro, digladiando em bigas com machados e
espadas;
Antigamente
o inimigo era claro, óbvio. O "infiel". Os "traidores" da causa. Os
"racistas reacionários". A pobreza de capital e a miséria. Os nazistas.
Os racistas reacionários novamente. Os comunistas. O outro. Eu!
Hoje não se tem a noção mágica de quem é o inimigo declarado. Não há
"preto no branco". Tudo é cinza. Os heróis só existem nos contos de
fadas.
Não há guerras para evidenciar o inimigo autuando. Só existem as
guerras secretas com genocídios silenciosos.
Os negros magros e feridos
pelas mazelas históricas de outras histórias ( que nunca são noticiadas a
tempo). Existem milhões de cúmplices, e milhões de vitimas. Quem é mais
culpado? Aquele que aperta o gatilho, o que fornece a arma a crianças,
ou aquele que lucra com todo o espectro da miséria?!
Difícil
imaginar que existam "sistemas" e formas de subsistência que perpetuam
essas ideologias. Sistemas desde a era paleolítica, passando pelos
faraós, imperadores, reis absolutistas, parlamentos, até os mainframes
de bancos intercontinentais. Sistema que flui como o dinheiro digital e
que antes era apenas papel ou palavras e números escritos com valor
conotativo e transcendental.
Do
lado de cá, que não esta tão ruim como "lá", apenas a servidão
voluntária toma conta. O consumo surreal tragado garganta abaixo.
E o inimigo, quem é? Quem criou as regras e os costumes? Quem sustenta
os ídolos e os modelos?
Parece ser invisível, infalível e eterno. Suas
ordens perpetuam nas cabeças de pais a filhos. Aprendemos desde a
criação da roda a separar os átomos, e ainda precisamos aprender muito
mais. Descobrir os homens por trás das cortinas. Aqueles que usam a voz
do "Grande OZ", que sangram e vivem, mas estão além. Daqueles que puxam
as cordas das marionetes;
De
cima abaixo, escorre as tradições e as ideias que corroem até o mais
esquecido barraco da favela, esquecido em cima de palafitas, sobre o
mangue poluído com dejetos humanos e industriais.
A pobreza que mais preocupa não é tão forte quanto a mental. A pobreza de espírito. A pobreza de ser; Em algum momento entre a evolução dos hominídeos e a seleção natural, deu merda.
Deu pane no sistema e não se pode acreditar que o ser humano que se vê
hoje é o que melhor se adaptou ao mundo. Ou fez do mundo seu refém até
ser morto pelo último em legítima defesa;