Nasci para ser um idiota. Confundo-me no espelho com um
idiota. Faço idiotices para passar o tempo. Repito o que me dizem como se não
houvesse inteligência própria ou discernimento. Dependo da mídia bilionária e corporativista
para me dar as informações que preciso ter para dizer com certeza, tudo que eu
acho que é ou deva ser.
Sigo a manada de idiotas. Diariamente, como um ciclo
interminável. É praticamente um tabu inviolável. Não pode se discutir nada que
não faça sentido imediato... Porque faço tal coisa? Porque preciso seguir a
manada? (Ah, cala-se! Você me deixa louco!)
Temos nosso regimento cultural e social para seguir. O
idiota mestre nos adestrou plenamente há uns milênios atrás (acho). E agora,
idiotas iluminados, mantêm essa resenha inviolável que deve ser seguida de pai
para filho. De idiota a idiotinha. Não tenho nenhum retardo notório, além das
minhas psicopatias e distúrbios emocionais, mas ainda sim, sou o idiota no
sentido figurado que melhor se faz sentido.
Como todo idiota, obedeço ao sistema dos idiotas, sob o jugo dos idiotas, que devem analisar o perfil padrão e dizer se estamos dentro ou fora (de onde?). Se não estivermos no perfil correto de idiotagem, sofreremos a sanções necessárias para tal crime incabível. Vivemos em uma Idiocracia.
Como todo idiota, obedeço ao sistema dos idiotas, sob o jugo dos idiotas, que devem analisar o perfil padrão e dizer se estamos dentro ou fora (de onde?). Se não estivermos no perfil correto de idiotagem, sofreremos a sanções necessárias para tal crime incabível. Vivemos em uma Idiocracia.
Às vezes, tento pensar. E percebo que se penso, logo sei que
sou o idiota que fala consigo mesmo. Com aquela voz incessante na mente que lê todo
texto que vê pela frente... Pois é.
Imagino o mundo com a extinção dos idiotas, mas essa imagem
some como fogo fátuo, que não perdura. Volto ao meu cotidiano cretino de
idiotices na feliz Cornópolis.
Na verdade não é tão feliz, mas nos enganos a ponto de
pensar que tudo fará sentido e só aguentar que vai aparecer esse sentido em
algum lugar (nem que seja figurado). É tudo conectado, que nem os cabos atrás
dos computadores de mesa. Conectado em meio a um emaranhado fantástico feito
sobre medida por um idiota Mor.
Por milagres transcendentais não nos explodimos ou entramos
em extinção (ainda!). Na verdade estamos tentando: um a um nos matamos de todas
as formas e nos diferenciamos, cada um como sendo um idiota melhor, mais
elitizado e os que sobram são os idiotas da ralé.
Matamo-nos aos poucos, fumando e bebendo tudo que pode nos
corroer por dentro. Tracejando balas pelos céus. Atropelando embriagados tudo
que tem pela frente. Exigindo propina para atender paciente em rede publica.
Dando aquela rasteira no colega de trabalho só porque acho que ele é filho da
puta.
É nosso trabalho estar presente fazendo todo tipo de merda.
Um dia quiçá, conseguiremos ser idiotas mais completos, pois nem isso nós ainda
somos.
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