O que fazer com tanto sentimento reprimido? Se fosse uma
bolha, explodiria o quarteirão. Vejo-me como um exemplo. Um péssimo exemplo.
Sou refém da preguiça combinado com hipocrisia. Serei o
ultra-extremista radical de meus ideais (que ideais?). Serei um terrorista para
honrar a vontade superior (de quem?). Vou lutar até a morte para provar minha
ideologia (ou até mudar de ideia).
O cansaço precede o trabalho. A vontade se vai antes da ação.
O pensamento morre com todo o sentimento engasgado. Nessa tormenta de idéias,
não sobra nenhuma boa ou que se aproveite para bem comum (nem mesmo para bem próprio).
Que belo exemplo de hipocrisia, com todos os pensamentos enclausurados no corpo. Se pudesse explodir já havia explodido. Pouco se mantém dessas noções de mundo porque tudo parece ser uma merda. E a esperança de que vai tudo vai melhorar morreu! Sufocada.
O que resta nem é mais chorar. É fingir. Engolir todos os
prozacs e congêneres da indústria farmacêutica para cumprir meu papel de
consumidor feliz da indústria de bens. Trabalhar como bom membro do proletariado e
praguejar sempre o insolúvel e impossível da cultura popular e política social.
Constituir família, sem se perguntar em qualquer momento: "Por quê?"
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