terça-feira, 4 de março de 2014

Enquanto Sobrevivemos.




Quero a vida como no comercial de manteiga, onde todos sentam a mesa felizes e sorridentes. Não devemos apenas sobreviver, subjugando um dia após o outro, tragando a indiferença com as colheres de feijão. Deve-se viver, como o ideal noticiado. Como naquele belo trecho dos livros de autoajuda. Deve-se viver, mais do apenas existir. 

De todas as cenas lindas das casas de família, onde sentam a mesa essas pessoas com caras felizes cheias de tudo, sem falar nada. Engasgadas com tudo que não podem até um dia precisar fazer uma traqueostomia para tirar tudo que havia engasgado. Não existe revolução sentado ao sofá. Não existe uma evolução tranquila com arco-íris e roda de ciranda. 

É preciso sangrar e chorar no caminho. É preciso carregar as pedras que te jogam, para depois descobrir se fará muros com tais pedras ou usará dinamite! Perambulamos no meio de uma multidão, que é um coletivo solitário. Ansiosos para consumir o que é proposto; lhe dão uma marca para comprar, e será comprado, pois o nome prece qualidade ou status quo. 

Estamos perdidos sem saber. E isso é apenas um esboço do que realmente deveria ser a vida, um rascunho malfeito que nos foi dado como bênção para ser executado no cotidiano. Coma seu pão, tome seu café, e tenha um bom dia. Não pense na vida, pense somente nos problemas imediatos que devem ser cobrados.

Como se fosse engrenado por mentes diabólicas como só um ser humano pode ser, tudo se entrelaça de uma forma que só podemos pensar nos nossos problemas imediatos, e assim progredimos com nosso individualismo que esconde o ego enorme que carregamos, e acima de tudo, somente para contrair essa ego, que vive em uma contradição, pois nunca será realmente livre e a vida que almeja é apenas um modo de sobreviver. 
A vida como deve ser vivida, só existe nos livros e filmes utópicos.

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