O mundo corrompe as pessoas, ou mostra realmente quem somos?
Nas crianças percebemos a bondade imaculada, que vai se perdendo com o passar
dos anos. O individuo se cerca, protegendo-se dos ataques, criando defesas
contra as austeridades do meio em que vive.
Não é atoa que esperam por um “salvador”, um “escolhido”,
que seja imaculado e puro, que traga a redenção para todos. Na verdade procuram
a própria salvação, pois aceitam seus próprios pecados isentos de modificação,
aceitam-se os pecados sem abdicar de quem é, e da pior forma possível, não admitem
ou se rendem aos próprios erros:
Admitem que erram, mas não que são errados. Procuram uma
absolvição já que se sentem incapazes de mudar por si só. Não aceitam a culpa,
mas dizem-se imperfeitos, a mea culpa, se faz presente.
Querem a salvação da própria alma sem se modificar, sem
lutar pelas próprias convicções, se tornando refém de algo mágico e
maravilhoso, de uma compensação divina ou do além.
As recompensas além-mundo,
ou até mesmo desse mundo, as questões éticas e leis proclamadas são o que podam
o ser, de sua natural ação egoísta e egocêntrica, freiam suas ações impulsivas (na
maior parte, repulsivas) que os remetem a puros animais, esses que enchem o
peito para dizer ser a imagem da perfeição e serem racionais.
O eixo do mundo gira
em torno do individual, o “eu” é algo importante demais para ser colocado em
coletivo, e o mesmo só é lembrado quando se tem algum beneficio em troca. O ar
de superioridade, o detrimento do outrem, a vontade de ser melhor que alguém
apenas por ser, é o que move os dias de hoje. A bondade parece extinta e fictícia,
e talvez por isso criam-se a figura do ser imaculado, que deveria ser o padrão
social, mas que é visto como divino, por fazer aquilo que a maioria deveria
fazer.
Símbolos que são mantidos por séculos, mas que parecem ser “inalcançáveis”,
por seus seguidores. Nem mesmo as ideologias são seguidas afinco. São
deturpadas e moldadas a bel prazer, para saciar as necessidades do ego, da
vontade de parecer ser superior, das necessidades que não são bem tão
essenciais assim...
Esperamos um salvador para nos salvar de nós mesmo. Temos
medo do escuro, da morte, da dor, e de tudo mais que nos mostre nossas
fraquezas. Esperamos uma absolvição de alguém superior que deixará nossos
defeitos de lado, (como não fazemos com os outros semelhantes) e nos tornara
parte da perfeição, e o mais importante, esperamos que nossa demagogia funcione,
apesar de todos os erros e mentiras e que se existir um ser superior realmente,
que esse nos absolva apesar de não merecermos, porque deixamos escapar qualquer
chance de fazer a diferença.
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