Enquanto se acha que o livre mercado é a saída, não se pensa
em todos os acordos por debaixo do pano. Conglomerados sendo formados nas
surdinas, acordos empresariais que se aproximam do termo “Cartel”, oligopólio é
a nova forma de mercado, transvestido de liberdade. A democracia se mescla na política intercontinental das empresas que utilizam trabalho terceirizado, para
diminuir seus custos. Os países de origem da matriz se tornam apenas uma
lembrança, pois a verdadeira força das multinacionais é motivada pelo
outsourcing e venda intercontinental.
Enquanto o mais simplório cidadão de classe média do país
emergente se ilude com teorias do livre mercado tão apregoados pela mídia corporativista,
e ainda defendem a concentração de renda por uma minoria que se mantém no poder
a gerações que por intermédio de uma concepção já secular, se imagina um dia
ser tão rico quanto o seu admirado ídolo milionário, sem pensar na constatação
que entre eles, quanto menos milionários, maior é a repartição do lucro!
A ideia de “O trabalho enobrece a alma”, e “ele é rico e fez
por merecer, trabalhando”, ainda se esconde no subconsciente ignorante da maior
parte da população. Não se leva em conta os artifícios usados para alcançar os
seus objetivos. Enquanto o “bem-estar social” é algo que parece estar longe de
um país emergente, e o mesmo sofre duras penas na realidade globalizada, e
enquanto a participação de lucros da empresa parece ser um conto de fadas que
só existe em mundos utópicos, continuamos subdesenvolvidos.
Não se contesta a concentração de renda ou concentração midiática,
por quê?
Talvez o sentimento de inveja com o pouco de admiração de querer se
tornar aquele padrão rico e “bem-sucedido”, além da ideologia de “ter é poder”,
seja uma das alavancas que constituem o mercado ocidental, principalmente no
Brasil, onde a ideologia conflituosa se permanece desde a escravidão aos dias
de hoje se arrastando pelas sombras, não sendo invocadas de boca cheia, mas que
persistem com arquétipos raciais e sociais, em uma luta de classes que persiste
desde os tempos da senzala, passando pelos cortiços e aterrissando nas milhares
de favelas existentes que rasgam a região periféricas das grandes, médias e
também pequenas cidades.
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