quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Cotando as Cotas Sociais.

É um pequeno passo para diminuir as desigualdades. Não existe isonomia real no Brasil. É querer torcer por algo virtual e utópico. A desigualdade social vinha se acentuando apesar de uma sentida elevação das classes menos favorecidas. Ainda sim, a desigualdade social e a concentração de renda se tornaram algo cultural no país, e a ideia de ascensão social é visto com certo temor pelas classes “dominantes”. A inclusão de cotas sociais, não muda ou diminui muito essa situação drástica, mas ajuda. 

A própria lei que diz que: “- acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;”. E esse conceito de lei é o mesmo que esbarra no quais todos deveram ter “padrões mínimos de qualidade de ensino definido como a variedade e quantidade mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem”. Mas como? 

Existe um abismo social que se aprofunda cada vez mais por jogos ideológicos, maquinações arbitrárias, ou no popular: “Quem tem dinheiro é quem manda!”. A diferença é marcada e aprofundada, não existe isonomia na educação de base e agora querem cobrar isonomia no ensino superior!

Me estranha aquelas famílias que mantém o jovem desde o berço em escolas particulares, ensino médio particular (porque o Estado não prove ao ensino uma estrutura de qualidade) e quando chegam ao ensino superior, querem o gratuito? Para quem já estudou em faculdade pública sabe que quase não há recursos, há brigas internas/políticas entre professores e grêmios estudantis, e ainda sim é “menina dos olhos” da elite brasileira.

Enquanto há inversão de papéis, onde aquele que não teve opção a não ser estudar no estado em sua educação básica, se vê pagando ensino superior particular, onde essas mesmas faculdades encontram isenções fiscais para operar no campo de ensino, e dizem em seu regimento geral como “uma sociedade civil de direito privado, sem fins lucrativos”. Ora, claro que são! OH! Enquanto perdurar essa situação, o conceito de acesso ao ensino superior de forma justa continuara deturpado!

A inclusão de cotas sócias em faculdades federais não cura mazelas, apenas remedia um mal que se encontra na raiz. Assim como o prouni, que atinge as faculdades particulares, é apenas um artifício, que pode se dizer “menos mal” do que se perdurava a décadas!
É triste ver um país rico, com uma ascensão acentuada, se vê com tamanhos problemas sociais e certas “travas ideológico-sociais”, que beneficiam poucos. Ensino superior gratuito deveria ser direito de todos e é visto quase como uma “dádiva” para quem passa nos vestibulares.

Sem falar nos vestibulares, que são máquinas de decoreba, que fazem milhares de estudantes gastarem horrores em cursos preparatórios, ajuda a perdurar essa “seleção justa” que tantos comentam e beneficia aqueles que PODEM e TEM dinheiro para tal. O esforço é grande, a inspiração ajuda... Mas as fontes que certas pessoas bebem são bem mais ricas de informação que de outras. E onde mora a isonomia? Onde seu direito acaba e outro começa?




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