sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Sob o Jugo dos Idiotas

Nasci para ser um idiota. Confundo-me no espelho com um idiota. Faço idiotices para passar o tempo. Repito o que me dizem como se não houvesse inteligência própria ou discernimento. Dependo da mídia bilionária e corporativista para me dar as informações que preciso ter para dizer com certeza, tudo que eu acho que é ou deva ser.

Sigo a manada de idiotas. Diariamente, como um ciclo interminável. É praticamente um tabu inviolável. Não pode se discutir nada que não faça sentido imediato... Porque faço tal coisa? Porque preciso seguir a manada? (Ah, cala-se! Você me deixa louco!)

Temos nosso regimento cultural e social para seguir. O idiota mestre nos adestrou plenamente há uns milênios atrás (acho). E agora, idiotas iluminados, mantêm essa resenha inviolável que deve ser seguida de pai para filho. De idiota a idiotinha. Não tenho nenhum retardo notório, além das minhas psicopatias e distúrbios emocionais, mas ainda sim, sou o idiota no sentido figurado que melhor se faz sentido.
Como todo idiota, obedeço ao sistema dos idiotas, sob o jugo dos idiotas, que devem analisar o perfil padrão e dizer se estamos dentro ou fora (de onde?). Se não estivermos no perfil correto de idiotagem, sofreremos a sanções necessárias para tal crime incabível. Vivemos em uma Idiocracia.

Às vezes, tento pensar. E percebo que se penso, logo sei que sou o idiota que fala consigo mesmo. Com aquela voz incessante na mente que lê todo texto que vê pela frente... Pois é.
Imagino o mundo com a extinção dos idiotas, mas essa imagem some como fogo fátuo, que não perdura. Volto ao meu cotidiano cretino de idiotices na feliz Cornópolis.

Na verdade não é tão feliz, mas nos enganos a ponto de pensar que tudo fará sentido e só aguentar que vai aparecer esse sentido em algum lugar (nem que seja figurado). É tudo conectado, que nem os cabos atrás dos computadores de mesa. Conectado em meio a um emaranhado fantástico feito sobre medida por um idiota Mor.

Por milagres transcendentais não nos explodimos ou entramos em extinção (ainda!). Na verdade estamos tentando: um a um nos matamos de todas as formas e nos diferenciamos, cada um como sendo um idiota melhor, mais elitizado e os que sobram são os idiotas da ralé.

Matamo-nos aos poucos, fumando e bebendo tudo que pode nos corroer por dentro. Tracejando balas pelos céus. Atropelando embriagados tudo que tem pela frente. Exigindo propina para atender paciente em rede publica. Dando aquela rasteira no colega de trabalho só porque acho que ele é filho da puta.


É nosso trabalho estar presente fazendo todo tipo de merda. Um dia quiçá, conseguiremos ser idiotas mais completos, pois nem isso nós ainda somos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário