sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Overman

O peso da carne sobre os ossos é exaustivo. Tudo cansa. Viver cansa. A existência cansa. Tudo é caro. Viver é caro. Acordar custa caro. Morrer custa caro. Porque prossegue? Querer uma vida menos vazia e mais cheia de nada? Inútil viver demagógico.

 Não tem como sentir inveja de pessoas que rompem o cotidiano com seu desafio incansável diário. Desafiando a lógica absurda que contempla nossas vidas. Acordam, tomam seus cafés, se arrumam e vão desafiar a distância que separa seu martírio e seu berço, refutando o espaço/tempo que tanto desafiou Einstein.

No correr do relógio, o açoite moral do encarregado é carregado de valor moral e incisivo. Não há tempo a perder para chegar até onde se passarão horas entre fazer aquilo que precisa e que não necessariamente gosta, mas que deve ser feito para sobreviver. Heróis anônimos de uma vida que não aparenta suas glórias.

Há uma admiração enorme por aqueles que vencem a si próprios, ao cansaço que carregam ao corpo estupefato e a mente fadigada diariamente aos desafios que a vida impõe. Alegram-se em uma vez por ano gozarem suas férias. Pequenos “mimos” reconhecidos com revoluções que sacrificaram milhares ou talvez milhões.

Enganar-se é uma necessidade ou uma tática de sobrevivência. Viver é para poucos, talvez até seja raro. Não tem como não admirar aqueles que vencem sem saber.
Vencem sem perceber, ou talvez saibam, mas que o prêmio diário perdeu-se em importância em nome de um resquício de orgulho. Talvez fique talhada no subconsciente a vitória no final do dia, ou é só o cansaço que vence no final.

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