Ás vezes não acredito que desacredito tanto.
Pareço cético demais para existir, por enquanto.
Muitas crenças, muitas promessas, exaustivas promessas.
Talvez eu nem exista. Seja uma personagem dessas.
De história ou piada de caráter duvidoso com moral no final.
Talvez seja um ser sonhado por quem delira em 1960, quase passando mal.
Não acredito muito no que tem que se acreditar. Cético demais para existir.
Estórias ao lugar de história. Muita ilusão e pouca razão para persistir.
Cá estou, esmagado constantemente pela minha credibilidade dúbia.
Não creio e não creem em mim. Também não acreditaria.
Muita estória, muita hipocrisia e dores reais.
No final não há campeão, apenas dores, todas quase iguais.
Esse espaço é onde exponho meus devaneios mundanos...Enquanto ser existente, sou pretensiosamente reflexivo.
quarta-feira, 28 de setembro de 2016
terça-feira, 27 de setembro de 2016
Acid Queen
Era para ter sido diferente, você era diferente.
Um novo mundo de pessoa inconstante.
Loucura par, diferente, mas tão igual.
Unicamente eu, parecia ser tão ideal.
Mas o mundo se despedaçou em segundos infinitos,
Tudo que era firme se fragmentou causando ferimentos,
Loucura minha, era tão igual. Mas se tornou outra pessoa.
Diferente, ensandecida. Porque dar ouvido ao que o vento soa?
Ácida, cruel. Esqueceu todo o tempo que foi compartilhado.
Ávida pelo fel. Se tornou abjeta como vilã de desenho animado.
Era para você ser a princesa de um lindo conto.
E não a Rainha Ácida cheia de desencanto.
De amigo a vilão em apenas em alguns segundos.
De nada valeu o tempo que passamos, momentos perdidos.
Um novo mundo de pessoa inconstante.
Loucura par, diferente, mas tão igual.
Unicamente eu, parecia ser tão ideal.
Mas o mundo se despedaçou em segundos infinitos,
Tudo que era firme se fragmentou causando ferimentos,
Loucura minha, era tão igual. Mas se tornou outra pessoa.
Diferente, ensandecida. Porque dar ouvido ao que o vento soa?
Ácida, cruel. Esqueceu todo o tempo que foi compartilhado.
Ávida pelo fel. Se tornou abjeta como vilã de desenho animado.
Era para você ser a princesa de um lindo conto.
E não a Rainha Ácida cheia de desencanto.
De amigo a vilão em apenas em alguns segundos.
De nada valeu o tempo que passamos, momentos perdidos.
quinta-feira, 8 de setembro de 2016
Filme Ruim
Não dá para avançar e ver o fim. Dê um pause nesse filme que é sua vida;
Volte algumas cenas e tenta recapitular ou dê uma resumida.
O que parece ter sido escrito? Era para ser uma comédia romântica?
Um terror B? Revivendo as cenas, você se pergunta: "Qual era a logica?”.
Grandes aspirações que vieram da infância, quantas morreram?
Cenas de amor, quantas foram ensaiadas? Dos sentimentos, quantos sobreviveram?
O maior medo depois de todos os medos é não achar razão. Existir é o ideal.
O medo maior, é descobrir que tudo que evitamos falar ou pensar, é real.
O filme parece ser chato com enredo moroso para esse propósito cheio de horrores,
Um filme sem resenha e final feliz. Como saímos desse filme ruim com péssimos atores?
quinta-feira, 1 de setembro de 2016
Quem Sou Eu?
Quem sou eu? O grito preso entalhado
na garganta
Quem sou eu? O pranto preso sem
motivo que aparenta
Quem sou eu? A canção fora de tom e
sem beleza
Quem sou eu? A poesia sem rima e
pureza
Quem sou eu? Alguém indeciso e
aparentemente muito errado
Quem sou eu? Uma dúvida, questão em
aberto. Um ser desmotivado?
Quem sou eu? Não tenho respostas e
nem certezas absolutas
Quem sou eu? Não tenho nem certezas
de quais são as perguntas
Não sei quem sou. Se alguém souber,
me avise.
Não sei, e talvez ninguém saiba o que
é seu ser. Mas se alguém souber me avise.
Sociedade Doente
O mundo é horrível não acha é?
- Porque fala isso? Não
acho. Não sou milionário, mas tenho meu conforto, apesar de todas as
dificuldades.
E porque você tem esse seu conforto? (mesmo que
tímido conforto)?
- oras, porque me
esforcei.
E quem não tem o mesmo conforto que você, não se
esforçou? Qual tipo de esforço você se
refere?
- Veja bem, não quero
desmerecer o trabalho de ninguém, mas eu estudei para isso. Certo, estudei em
faculdade pública, mas pago com altos impostos que nos é roubado. Se tal pessoa
não teve o mesmo acesso que eu tive, o que posso fazer?...Martirizar-me por
ela?
Poderia ter compaixão. Percebe que o mundo está
longe de ser justo e que nossa sociedade tem um alto nível de violência que é
baseado em consequências históricas que se arrastam por
séculos.
- Ah! Já vai esquerdar...
Vai falar sobre a escravidão, índios e os portugueses que levaram o ouro? O que
eu tenho a ver com isso? Meus avós vieram de outro país, e foram explorados
tanto quanto os escravos...
Eles eram considerados menos que humanos, eram
maltratados pela polícia e viviam sobre a eugenia de um
pseudocientificismo mal baseado no darwinismo?
-Não. Não acredito
nessa coisa de racismo. Somos todos iguais perante a lei. Isso é
"coitadismo". Vitimismo dos negros que querem se beneficiar com
que houve em um passado longínquo. Hoje é tudo racismo, vitimismo, mimimi. Os
gays já ficam todos revoltadinhos também. Todo mundo se dói hoje em dia.
Racismo é um passado longínquo? Ser
taxado como perfil visado pela policia pela cútis é apenas uma
estranha coincidência? Talvez, antes não achassem que poderiam ser ouvidos. Que
alguém achasse que aquele incomodo seria notado. Talvez, poderiam sentir que
tinha razão. Culpamos a vítima. E em um eterno sentimento que se assemelha a
uma síndrome de Estocolmo, exponencialmente na proporção de uma sociedade,
aqueles que tanto se sentiam apenas magoados, mas que nada diziam, estejam
falando só agora. Apesar de historicamente haver negros
como capitães-do-mato, nativos de etnia indígena como bandeirantes e
outros casos semelhantes, os mesmos são reflexo dessa síndrome coletiva.
- Não estou falando
nada disso, você está divagando... Mas, se você notar, apenas como
observação: a maioria dos presos são pardos e negros.
E isso é coincidência, ou acha que é algo genético
como se apoiavam os pseudocientificismo...? Será que não é consequência de um
descaso, regado a preconceito e muita hipocrisia que vem criando esse cenário
atual?
- E quer que faça o que
com isso, se você tiver razão? Se for realmente isso que você está dizendo, se
eu reconhecer isso vai mudar algo?
Reconhecer o erro seria uma iniciativa
interessante. Apesar de não haver respostas definitivas ou certezas; mas
percebe-se razões correlatadas que desembocam no desfecho que nós encontramos.
Nosso histórico explica os sintomas de hoje. Não temos certezas... Mas o que é
a sociedade além de uma aglomeração humana de diversos povos, famílias,
identidades, e pluralismo? Eu, você, somos parte dessa culpa. Somos parte do
erro sistemático. Somos a continuação de tudo que foi ensinado a nós como
certezas e que agora não
parecem tão certas assim... Talvez a sociedade esteja doente.
- Você acha que somos
doentes? É isso?
Se não somos, estamos. Como sociedade. Como seres
humanos. Prendemo-nos em coisas tão supérfluas e não conseguimos discernir o
que está tão errado. O absurdo acaba se tornando comum e admissível. Como
podemos viver dessa forma, se a maioria não vive, apenas existe e sobrevive
como dá? Nosso ego é tão grande que não nos incomodamos com a miséria? Os
problemas dos outros se torna nosso problema quando o outro acha uma forma
errônea de agir e nos atinge... Mas se só houvesse maiores chances? Mais
possibilidades, além das poucas e escassas existentes? Essa noção de mérito em
uma nação que foi dividida a menos de 20 anos por milhões de esfomeados e que
ainda encontra traços retrógrados, como racismo, a "a lei do Gérson"
que se dá bem quem dá seu "jeitinho”... É natural imaginar que exista
meritocracia quando a lei é idealista em dizer que somos todos iguais perante
ela, mas a realidade nos mostra que nunca fomos. Nossa pluralidade mostra que
somos tão parecidos e ainda sim tão diferentes, fazemos parte desse paradoxo
que chamamos de vida.
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