Vivemos na concepção
do bem e das posses. Possuir para ser feliz, ter em primeiro lugar. Consumir para
viver, viver para consumir. Nossa cultura nos diz que devemos fazer desde
crianças gritando pelas TV e passado de pai para filho.
Nesse ínterim há
aspectos sociais que são esquecidos ou simplesmente jogados para debaixo do
tapete. Tratado como um assunto de pouca importância tem-se de fato o “marginal”,
criado pela força maior do pensamento social. Viver a margem de toda a pureza e
simplicidade que se espera em possuir e ter, trabalhar e saciar suas vontades
consumindo tudo que se vende.
No estereótipo do vencedor, a maioria não chega a
esse sucesso alarmado, e que nunca é alcançado.
Por fora dessa linha
reta, existem os desajustados, que vivem a margem dessa história, formando
verdadeiros párias que ora, vivem por migalhas perambulando pelas ruas, e sendo
obviamente ignorados (talvez, por representar a imagem da falha sistemática de
que vivemos), demonstrando nossa frieza perante o absurdo, ou se tornando
párias ativos, contra a força sistemática de ordem que prevalece.
Ao procurar a
violência, esses agentes do caos, que vivem da falha sistemática, querem o que
o mítico reflexo do sucesso possui... Carros, roupas, bens de valores, e com
isso, manter um ilusório “status quo” perante seus próximos. Ao procurar a
violência, falham em seu imediatismo e hedonismo exacerbado. Cometem crimes,
que ferem a constituição e a ordem em nome de seu sucesso imediato e suas
vontades.
O perigo vem armado!
Mas existem diferenças entre esses agressores. O que fundamenta um ser a usar uma arma que vendida no mercado negro gira em torno de 3 mil reais (
sem contar as balas!), e a procurar agir contra o sistema, sem medo de ser preso
ou ser morto em um possível revide? Existem aqueles que estão entorpecidos
pelas drogas e não enxergam os erros claros de suas ações, e seus atos estão a
muito condenados pelos efeitos nocivos da droga no cérebro.
Também aqueles
conhecidos como “Embalo”, que vão por conta de suas amizades, e acaba se
tornando vitima de suas próprias ações errôneas. Não se devem esquecer aqueles
que possuem dívida ativa com o crime, com alguma facção e tem que pagar sua “mensalidade”
a todo custo, forçando a roubar e cometer homicídio para sanar sua dívida.
Mas o que faz uma
pessoa a procurar a “vida fácil”, alugar ou roubar uma arma, para tentar um
latrocínio? Se alugar, com certeza o dono irá à busca de retorno do
investimento. Se roubar, terá que raspar a identificação e o que motiva a
tentar um assalto contra uma pessoa. O que motiva tais atos? Raiva? Drogas?
Ódio a ostentação?
Há quem acha que deva
"vencer na vida", como se fosse um eterno campeonato. Que ter posses
é vencer, como se tornasse em alguém melhor possuindo bens... Não é melhor, nem
pior: Só pobre de espírito. E se o objetivo é "vencer a todo custo",
então, imagine que a partir dessa premissa, esteja eternamente fadado a perder.
Mesmo aqueles que gostam de esfregar na cara de outrem sua ascensão social, não
são motivo de latrocínio.
O que faz um ser
humano a ir tão fundo em seu submundo e se perder em troca de tão pouco?
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