Contabilizamos erradas nossas horas vendidas, levamos em
conta o percurso de ida e volta, mas geralmente não incluímos essa conta no
"pacote".
Vendemos parte do nosso dia, e grande parte da vida a
terceiros, para saciar funções básicas da vida ou até mesmo para sustentar
pequenas ou grandes futilidades. Somos partes que compõe o capital de giro
sendo a personificação do próprio capital e da força motriz. Entre as poucas
horas que nos sobram do dia, muitos de nós vivem longe de seus empregos e
perdem de 45 minutos a 3 horas no trajeto para ir à labuta.
Um cansaço repetitivo, que aos poucos cansa o corpo e a
mente daqueles que já são tratados geralmente como eternos subalternos, e acabam
se sobrecarregando (antes e depois do trabalho). Poucas empresas de grande
porte realmente se preocupam com o percurso de seus funcionários, e só tem em
conta da forma negativa (custo com vale-transporte). Infelizmente não podemos
sobreviver sem a chibata do carrasco diária, mas podemos visualizar os “menos
piores ” empregos.
Imaginamos que trabalhamos seja 170, ou 220 horas ao mês,
mas na verdade contabilizando o tempo gasto com o trajeto, vendemos cerca de
200, ou para quem trabalha aos sábados uma diferença mínima de 30 horas a mais
no acréscimo. Imagine contabilizar isso em suas horas trabalhadas! Se ganhas R$
30,00 a hora, ganharia cerca de R$ 4800,00 – menos impostos... E quanto desse
tempo vendido a terceiros foi perdido? Quanto do seu tempo perdido foi
aproveitado para seu benefício próprio. Não somos escravos; somos eternos
servos!
Servos de nossas ambições vazias, servos de nossa vontade de
sempre querer mais, sem saber para que utilizar e porque tanto sente
necessidade de querer.
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