sexta-feira, 24 de abril de 2015

Sistema Herdado

Construiram ídolos e modelos para seguir e idolatrar. Marcaram como deve ser o dia e como deve acabar. Como viver, onde e o que fazer para se adaptar. Estamos correndo uns contra o outro, digladiando em bigas com machados e espadas;
Antigamente o inimigo era claro, óbvio. O "infiel". Os "traidores" da causa. Os "racistas reacionários". A pobreza de capital e a miséria. Os nazistas. Os racistas reacionários novamente. Os comunistas. O outro. Eu!
Hoje não se tem a noção mágica de quem é o inimigo declarado. Não há "preto no branco". Tudo é cinza. Os heróis só existem nos contos de fadas.
Não há guerras para evidenciar o inimigo autuando. Só existem as guerras secretas com genocídios silenciosos. 

Os negros magros e feridos pelas mazelas históricas de outras histórias ( que nunca são noticiadas a tempo). Existem milhões de cúmplices, e milhões de vitimas. Quem é mais culpado? Aquele que aperta o gatilho, o que fornece a arma a crianças, ou aquele que lucra com todo o espectro da miséria?!

Difícil imaginar que existam "sistemas" e formas de subsistência que perpetuam essas ideologias. Sistemas desde a era paleolítica, passando pelos faraós, imperadores, reis absolutistas, parlamentos, até os mainframes de bancos intercontinentais. Sistema que flui como o dinheiro digital e que antes era apenas papel ou palavras e números escritos com valor conotativo e transcendental.

Do lado de cá, que não esta tão ruim como "lá", apenas a servidão voluntária toma conta. O consumo surreal tragado garganta abaixo.
E o inimigo, quem é? Quem criou as regras e os costumes? Quem sustenta os ídolos e os modelos?

Parece ser invisível, infalível e eterno. Suas ordens perpetuam nas cabeças de pais a filhos. Aprendemos desde a criação da roda a separar os átomos, e ainda precisamos aprender muito mais. Descobrir os homens por trás das cortinas. Aqueles que usam a voz do "Grande OZ", que sangram e vivem, mas estão além. Daqueles que puxam as cordas das marionetes;

De cima abaixo, escorre as tradições e as ideias que corroem até o mais esquecido barraco da favela, esquecido em cima de palafitas, sobre o mangue poluído com dejetos humanos e industriais.

A pobreza que mais preocupa não é tão forte quanto a mental. A pobreza de espírito. A pobreza de ser; Em algum momento entre a evolução dos hominídeos e a seleção natural, deu merda. Deu pane no sistema e não se pode acreditar que o ser humano que se vê hoje é o que melhor se adaptou ao mundo. Ou fez do mundo seu refém até ser morto pelo último em legítima defesa;

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