Como
sobreviver quando sua vida pouco vale ( quase nada )?
Não ter condições de
comprar uma sacola de peidos contaminada,
Na pior de Paris a Londres. Sem big
brother, vai mal em qualquer cidade,
Pois bem, escolheu nascer na capital da
desigualdade,
Embalado nos contos fantásticos de sucesso das meritocracias,
Os
exemplos são espetaculares, sem focar nas discrepâncias,
Continuam sendo
fábulas de 1% do total dos que ralam,
E aqueles que se mataram para conseguir,
não se perguntaram: Precisa ser realmente assim?
Não evoluímos como sociedade?
As tecnologias incorporadas pelas cidades, perduram a desigualdade,
Só servem
para subtrair tudo que podem: ouro, petróleo, sangue e suor;
Deixando as
pessoas cheias de amarguras, mostrando o que se tem de pior.
Como não escrever sobre o amor?
Ou sobre as mazelas da dor?
Tão difícil achar rimas certas,
Mas é preciso atingir tais metas,
E no que concerne o mundo no qual se dorme,
Como pode ser rico e ignorar a fome?
Como podem não sentir a dor dos desvalidos?
Dia a dia sendo sempre massacrados.
Chego a pensar que viver melhor,
Seria sem sentir amor e dor,
Nenhum sentimento qualquer,
Nem alegria, nem tristeza sequer,
O ideal é sermos pedras ou rochas frias,
Sofrendo as intempéries das maresias,
Vivendo inerte, catatônicas, acéfalas matérias carbônicas...
Queria fugir de mim,
Mas não há lugar no mundo para mim.
Tenho que correr para fugir do que não sei.
Noites em claro, dias dormindo.
Preciso engolir as pílulas para tentar esquecer, tentar dormir. Tentar
Fugir para onde não sei. Talvez de mim para lugar nenhum.
Tenho que me esconder da chuva, da neve, do granizo. Estou no olho do furacão. Um ano perdido dentro dele.
Até quando vai se lamuriar pelo passado? Até quando vai se lamentar pelo futuro?
O destino já jogou seus dados. O medo é novo amigo inseparável.
Um mundo de desafios sorri, um sorriso amarelo, na cor do desespero.
Em que estado nós estamos? Rio, SP, Nova Iorque, Berlim. O quanto se andou? Quando nos perdemos?
O caminho é tão longo. Caminhamos tanto e ainda pouco saímos do lugar. Quanto perdemos?
Qual estado nós estamos? Sólido, gasoso, ou nos derramamos no estado liquido? Quanto nós fizemos.
Em que estado me encontro...? Sólido, Rio, quebrado ou reconstruído. Em que estado nos rendemos?
Foi preciso dar tchau, foi preciso esquecer algumas coisas e abandonar outras. Perdemos.
Foi preciso ser abandonado, foi preciso ver despedidas. Em que estado ficamos? Agora, quem somos?
"In
what state are we? Rio, SP, New York, Berlin. How far have you been?
When do we get lost?The way is so long.
We walked so much and still we
left the place. How much do we lose?
What state are we in? Solid,
gaseous, or do we spill liquid? How much we did.
In what state am I ...?
Solid, Rio, broken or rebuilt. In what state do we surrender?
We had to
say goodbye, we had to forget some things and abandon others.
We lost.It
was necessary to be abandoned, it was necessary to see farewells.
What
state are we in? Now, who are we?"