sábado, 7 de fevereiro de 2015

A Pedra Que Não Ama

Há pedras mais altruístas que certas pessoas. Icebergs mais amorosos... Mas a vida é injustiça por si só.
Vai te fazer desejar o impossível, como a cobra que olha para o céu, indagando quando poderá voar.

Os planos serão todos esquecidos.
O amor vai morrendo aos poucos. Existe tanto sentimento dentro de uma certa pedra, menos o amor. Existe a dor irreparável e uma mania clássica de masoquismo.
Mas o amor, não se encontra mais nela. A pedra que parecia impenetrável é oca.
Oca, corroída e corrompida.
Por anos foi se ruindo. A pedra que poderia ser viva é apenas uma imagem imaculada e irreal.
A pedra não existe. Toda a sua composição sólida e átomos que a formam é irreal. A pedra está morta. A pedra nunca existiu a partir de hoje. Criando um loop no espaço tempo ela se destrói antes mesmo de se criar.

Não há amor dentro da pedra. Não há compaixão. Há apenas o vazio e o silêncio. A dor que persiste mais do que a água que a fura quando bate nela por décadas.

O sentimento que vive dentro da pedra é apenas o pior possível. A pedra está morta, mas continua ali, imóvel e pensando em deixar de ser. Pedra essa que pensou em ser rocha. Ser igual a outras pedras que rolam por ai.

Não há mais nada ali. Não há pedra e nem amor. Não há nada que fique de bom, além dos resíduos. Hoje a pedra inveja até os icebergs, que gélidos e inertes parecem ter mais amor ao mundo do que ela.

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