quinta-feira, 17 de julho de 2014

Pensamento Invernal.


Não é esse inverno finlandês que parece durar mais de 5 meses. Talvez dure uma eternidade.
Não é esse céu cinza e esse ar seco como Atacama, talvez seja coisa da sua idade.
É esse incômodo que não sai do peito, perdura e dura como nunca, e mata sua jovialidade.
Não há motivo para dor. É apenas o som da chuva batendo no telhado e esse sentimento que na cessa de nebulosidade . (E o inverno que nunca termina de verdade).


Não há motivo para se sentir triste, mas o é como uma criatura estranha que só pode ser e viver sem uma conformidade.
Tão estranho e perplexo que alguns o acusam de possuir humanidade. Cheio de defeitos e manias, e nem por isso demonstram para com ele, alguma piedade.


Não parece nada com os Adônis das propagandas e nem é tão esperto quanto as pessoas da internet em toda sua bestialidade.
Tão absurdo que talvez seja até humano mesmo, deveras humano, talvez um humano sem tanta maldade. O que lhe resta é não ter resposta nenhuma, sem nenhuma vontade.


Nenhuma chance para mudar a constante preguiça do ser por mera casualidade. ( e esperar que esse o inverno passe logo, como se houve outra estação dentro de si sem toda intensidade).
É esse peso que deixa seu corpo curvo e cheio de calosidade. Essa sensação que mistura o árduo destino de Atlas e o trabalho de Sísifo em sua infindável continuidade.
Talvez seja aquela sensação da constatação do absurdo na vida em toda sua complexidade. ( e esse inverno que reina com uma nova era glacial composta da mais pura ironia e fatalidade).

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