sábado, 3 de dezembro de 2011

Meu preconceito.

Posso andar em diversos lugares. Tenho muito que fazer (só preciso descobrir o que). Somos seres distintos, e criamos preconceitos da mesma forma que podemos sofrer do mesmo mal.

Em algum lugar da América do norte, pessoas mais claras do que eu, me chamarão de "Latino" e não admitirão que eu seja "branco" como posso ser para alguns aqui no Brasil.

Se caminhar até algum ponto do Oriente, serei distinguido por não ser parte de uma homogenia étnica característica... Serei chamado até de "Gaijin" e olhado com desconfiança por quem passa ao lado. Em algum lugar do continente africano, não poderei ser chamado de Negro, pois minha pele é clara demais e lembra antigos usurpadores naquela terra.

Em uma tribo nativa ao norte do país que resido, não serei chamado de “índio”, por não ter o cabelo liso (como o folclore prega) e nem mesmo falar e ter a mesma tonalidade de cútis.

Percorrendo diversos lugares e preconceitos, percebo que não sou branco, negro, índio ou oriental. E dentro de diferentes regiões do país do qual possuo vínculos e raízes, ainda falam mal de outros por morarem em outro extremo do país, riem de sua pobreza e querem segregar-se por se acharem melhor que os “desafortunados”.

Riem de sua dicção, tonalidade de pele, características físicas e qualquer infortuno que venham a sofrer. Apenas Distinguem um dos outros por microrregiões, depois macrorregiões, e por fim por aldeias globais.

Seremos tratados e distinguidos eternamente pelo preconceito que reflete de nós. Como um ciclo, criamos preconceitos por nos acharmos superiores ou simplesmente por sentir uma ameaça natural inconsciente de que podemos ser inferior física e mentalmente por outrem, ou um medo qualquer que ainda precisa ter um nome e estudo sobre.

Descobri que não sou negro, não sou branco, não sou “índio”, não sou oriental. Mas sei que sou negro, branco, índio e quiçá oriental? É cafuzo ter etnia confusa. É árduo ser mameluco ou caboclo. Mulato, moreno ou trigueiro é um nome ingrato.

Sou do Norte, tenho raízes no sul e nordeste, sou do sudeste e gosto do centro-oeste.
Aprendi que minha etnia não existe. Ou existe em 160 milhões de pessoas que se negam a reconhecê-la. Não digo sobre ufanismo exacerbado, mas pelo simples fato de sermos de uma etnia que deveria ser reconhecida como tal: etnia BRASILEIRA.



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