terça-feira, 9 de novembro de 2010

Tão puro.


Nada é puro, nem o sol, nem as nuvens.
Nem todo dia é claro, nem toda a noite é de escuridão, nem tão sim e tão não.
Nada se mantém puro, tudo se corrompe. E nada faz parte desse tudo.
A beleza não é tão bela, a monstruosidade se esconde no sorriso.

A perfeição jamais existiu, nem como pensamento, nem como poema.
Cadeira de praia, sol, crianças sorrindo, o mar, o céu e todas as nuvens juntas.
Está tudo bem, enquanto se está bem. O mundo é bom, quando se está bom. E nada mais importa. 


Hoje é o dia. Sempre hoje. O prazer é alegria, sempre o prazer.
Mas não existe céu sem esse inferno. Não existe o caos sem essa ordem. Não existe a feiúra sem a beleza. Todos os lados da mesma moeda. Todas as formas que se contentam em se autodestruir.

Nada é puro, nem o sol, nem as nuvens.
Nem todo dia é claro, nem toda a noite é de escuridão, nem tão sim e tão não.
Nada se mantém puro, tudo se corrompe.

A poesia se perde, fora de rima, fora da simétrica. O mundo se perde em seu rumo, sem rumo.
O ser, não se importa mais em ser. O ter só te serve para um devido momento. Fugaz. Efêmero. Abundante.


Comida gelada, água quente, crianças tristes, chão desabando. Nada se completa, de forma tão antagônica, nada se completa de forma tão simples.
E por enquanto, está tudo bem. Está tudo bem com o mundo e minhas necessidades são o aqui e o agora. Enquanto não chover a roupa vai mofar no varal.

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