sexta-feira, 28 de maio de 2010

O meu maior medo é me reconhecer em você


Vejo-me nesses olhos, nessa insegurança.
A incerteza da certeza, passos incautos no meio a essa escuridão.
Eu vejo esse medo e essas imperfeições como se fossem minhas.
Espelho agonizante, e essa força mais estranha que o normal.
O meu maior medo é me reconhecer em você.
 
 
Os seus erros parecem os meus, os seus pesadelos são compartilhados comigo, mesmo sem querer.
A viagem é estranha e sem direção, e passa por diversos rumos durante o caminho.
Todas as suas dificuldades e anseios se mostrando a olhos nus.
É estranho lamentar por você, é tão difícil lhe estender a mão.
Apesar de todas as impossibilidades e deficiências, ainda vejo nos seus olhos.
 
 
Um pouco de mim, coisas que não quero enxergar.
Ainda vejo nos seus olhos, um pouco de mim.
Que tento negar e enganar, um pouco que deveria ser ultrapassado.
Seria bom esquecer o que me é lembrado toda vez que olho para você.
O meu maior medo é me reconhecer em você.
 
 
És mais um esconderijo dos erros, um lacaio da comodidade.
Não quero ser assim, mas vejo a sua imagem como parte do meu reflexo.
Talvez eu pudesse ser como você, talvez eu pudesse deixar de lado toda essa inquietação.
Mas não consigo de ver o mundo diferente, não consigo deixar de me ver nos seus olhos e me incomodar.
Não consigo ser tão passível a ação do tempo, não consigo estar  à mercê de algo incompreensível a razão.E sinto medo de me ver em você.
Medo maior que da morte e das incertezas do futuro.
 
 
Queria fugir dessas visões; fugir de sua imagem e de minhas impressões.
Quero aceitar sua opinião como minha e ver suas visões como certa.
Não gosto de sentir medo por você, não gosto da insegurança que tens.
E de todas as palavras que me diz, acredito apenas em parte.
Sua máscara me incomoda, e tenho medo do que possa te acontecer,
 
Nesse espelho de empatia, teu reflexo me assombra.
O meu maior medo é me reconhecer em você.
Medo maior que da morte e das incertezas do futuro.
O meu maior medo é me reconhecer em você.
Vejo-me nesses olhos, nessa insegurança.
Vejo-me nesse reflexo e nessa falsa máscara que te prende.
Vejo meu medo de ser você e sinto medo por você também.
Esse medo hediondo;  medo maior que da morte .
 

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