domingo, 2 de janeiro de 2011

Cenas da vida real.


Tantos quadros na parede, tantas fotos. Esse cenário cheio de sorrisos e tudo que é dito e lido.
Todo esse encanto e as fábulas prazerosas. Queria fazer parte desse cenário.
Acordar nessa cama com lençóis de seda, me banhar nessa água morna. Muito louvor nessa tarde.

As cenas já não se reproduzem como estava na memória. Toda a obviedade dos atos ocultos. Faltava só mais uma cena para eu perceber que não era real.
Tantos monumentos sem ter o que dizer. Tantas fotos sem ação.

Ruim é perceber a cena de fora. Pior é perceber que sua própria percepção não é o suficiente para mudar o quadro. De fora as imagens são nítidas e se contradizem. Por vezes, são fora de foco, borradas pelos erros.

O complexo se torna simples. O útil não se apresenta tão necessário. Fora de cena, fora de tom, fora dessa ordem. Entra em compasso para não fugir do tema. Entra em colapso aos poucos, desmoronando como um castelo de areia, com a onda aos poucos chegando a praia.

As cenas lindas. Fotos de cenas memoráveis. Coisas para lembrar e esquecer. Sentimentos postados em memória eterna. Lindas fotos.
Quero um quadro de realidade, com a melhor realidade possível. Qualquer uma que venda no varejo.

Gostaria de participar da cena, entender o roteiro e ao menos ser um figurante sorridente no fundo da sala. Tantas cenas. Tantas fotos. E poucos brilhos nos olhos. Um mundo de absurdos gloriosos.
Cenas fortes, bem dirigidas. Gostaria de fazer parte dessas atuações. Nessas cenas, fora de foco.

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