sábado, 9 de outubro de 2010

Produto Nosso. Nós.


Adoram rotular, colocam a marca e embrulham para vender.
Despacha a mercadoria, com selo atestado e delimitado com o nome pré-definido e ações bem-contidas.


É bom nomear o produto, senão o mercado perde o rumo.
São tantas marcas que já se perdem de vista. Rotula e embrulha, põe um código de barra no pescoço e põe na prateleira.

São tantas marcas que já se perdem a noção de "porque" vender. É tudo competição. Mais uma corrida. Mais uma promoção.
Gostam de rotular e definir, mesmo quando não cabe a definição...mas se não o fizerem, perderão o sono, e o controle!

Estamos cheios de rótulos e só falta a embalagem descartável para completar o visual. Precisamos de patrocínio, utilizaremos as marcas e estampas do tênis e da camisa que usamos.
Somos medidos, pesados e conformados. Selo de garantia deve ser expedido. Manual de instrução não incluso. A qualidade vai além de qualquer ISO ou conotação do Inmetro.

Vamos aproveitar toda a nossa bagagem velha e fora de foco, para continuar produzindo nessa esteira a linha de montagem. Classificar todos como se fossem o mesmo produto. E zelar para que esse produto não estrague.


Espera-se que o produto não fique parado. Espera-se que exista um grande rodízio na entrada e saída de mercadoria, e o estoque tem que ser limitado ao máximo! Ou o excedente pode virar lixo!


Vamos colocar mais rótulos e limitar o presente, para que não haja um futuro descontrolado e cheio de inspiração. Vamos selar essa caixa com tudo dentro, despacha para alfandega que é sucesso no exterior!


O código de barra no pescoço as vezes coça. Os rótulos de vez em quando incomodam. A embalagem asfixia. A caixa tá com cheiro de mofo. Tô cansado de ficar na esteira dessa linha de montagem. Quando aparecerá uma propaganda verdadeira?!

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