terça-feira, 3 de novembro de 2015

Quando a Humanidade Acomete


Humanidade me acometeu como uma enxurrada que desce morro abaixo. Não se consegue ser tão canalha quanto antes. Essa culpa de comer quando outros não pode parecer ser viral.

A humanidade me acertou quando eu menos queria.

Porque vem criar consciência? É mais fácil ignorar e seguir adiante. Ser apenas mais um com críticas vazias que giram sobre o próprio umbigo. Mas como um raio, vem esse conceito estranho de tentar respeitar outras formas de vida. Outras culturas, outras ideias. 

A culpa é o prato cheio que transborda. A vítima é sempre desconhecida e ignorada. Culpada por ser vitimas, culpada por existir. E há tanto para se conhecer sobre o mundo e as coisas que persistem em se esconder a vista nua.

Faz-nos eternos ignorantes em meio a tanta gente esperta e cheia de razão.

O principal erro é tentar ser humano. E errar, pois errar é humano. E o erro é constante e variável. Paradoxal e tão natural. Duplipensar inevitável. Nessa de desistir e tentar, acontece várias vezes ao dia. Vários dias ao ano. Tão incrível e tão cruel ser humano.

Porque ser assim, humano? Como por engano, existe. Sem fim conhecido, sem desculpas para tal. Com esse vírus de consciência incomodando o cérebro. Culpando como algoz de vítimas invisíveis a olho nu.

Enquanto se acomete desse incômodo de humanidade, se vê carregando cruzes imaginárias ou pesos colossais de algum Titã esquecido. 

O choro não basta. Desistir não adianta. É a eterna vontade de desistir seguindo e que perdura, andando em modo automático, desejando arrancar as orelhas para não ouvir tantas barbaridades, chegando os olhos para não ver tantas imundices e mau-caratismo. Nem o tato consegue sobreviver nesse vazio existencial onde os sentidos se perdem em fazer sentido. Onde se perde constantemente o conceito do que é ser humano.

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