terça-feira, 3 de março de 2015

Hoje Eu Acordei Atônito

Hoje acordei atônito. Pensando na infinidade do universo, nas limitações humanas e em todas as formas de poder que corrompem: desde a motivação de um ditador do continente africano que é amparado por petrolíferas e mineradoras, que compra armas a 70 mil dólares para dar a pré-adolescentes e fomenta chacinas locais e controle de medo...
Até as doces ilusões que fazemos questão de aceitar. Todas as ilusões confortáveis e a mentiras que adoramos ouvir para prosseguir contentes e confiantes no futuro de nossa realidade. As sensações e sinapses que tenta nos enganar minuto a minuto.
Hoje acordei atônito, pensando no sistema que estamos inseridos e coagidos a sermos como querem que sejamos. Da cultura passada de pais a filhos e por difusão facilitada pelas tv´s idiotizantes, das religiões que criam nossos dogmas e medos das perguntas que não sabemos (e muitas vezes, nem queremos responder) de todo contexto físico e social que retrata nossa concepção de mundo e nos excluí de espaços de forma financeira e até física. Constatamos que o absurdo é crível, respeitado e natural.

Tenho medo do amanhã. Eterno amanhã. Medo do futuro. Presente de um futuro esquecido.
Quando escreveram o script da vida, acabei lendo e não entendendo. Estudar, se formar, trabalhar, formar família e ser feliz. Acho que esse era o esboço, mas quando estava ensaiando não entendi. Ficou superficial demais. Sem sentido e nonsense. Há algo de errado em minha interpretação.

Quando Newton descobriu a gravidade, queria que cobrisse novamente. Só para saber se é ela essa força enorme que esta sobre mim. Não é nenhuma rocha que eu carrego; nem chapéu ou boné apertado sobre a cabeça. Parece ser um peso invisível. Metido a Atlas pós-moderno, vive o complexo de herói incompreendido. Hoje acordei atônito, quase imperceptível saber se estou mesmo acordado. Acordei atônito e hesito em dormir. Dormir para ter que sempre acordar mais um vez; Atônito.


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