terça-feira, 11 de junho de 2013

Necessidade Seletiva.


Fizeram-nos acreditar que tudo que passamos é necessário, que existe uma recompensa por todo o sofrimento. Criaram a ilusão que aboliram a escravatura, mas aboliram para ampliar seus domínios. Fizeram-nos acreditar em um conceito de liberdade utópica. 

Que temos direitos respeitados. Temos sonhos alimentados, e quebrados pela realidade que nos distorce, temos sonhos alinhados com os interesses escusos de seres que se consideram mais importantes que a maioria. Todos estão amarrados a desejos criados, que criam ansiedades e medos.

Medos criados por nós mesmos. A caminho para a labuta, o corpo segue de forma automática; as cabeças com preocupações recentemente criadas, pela necessidade de preencher o dia com pensamentos que devam significar algo. O vazio está presente e é preenchido com isopor, apenas para enganar a verdadeira crise que atormenta nossas mentes. 

Somos todos escravos, dos prazeres, dos deveres. Criamos nossas próprias correntes, e alimentamos nossos capatazes. O dia se passa com as dúvidas, angústia, e a saudade e mais todos os sentimentos conflituosos que criamos para nós, em detrimento da alegria momentânea que obtemos pelas pequenas vitórias, desde os bens comprados a eterna insatisfação que se projeta em nossa alma. 

Servos dos prazeres, que se amontoam nos transportes coletivos, se amontoam sobre o trânsito, batendo cartão e pouco se indagando do verdadeiro dever e de suas reais possibilidades na vida. A Coragem não é recompensada, o pensamento é dúbio e coletivo, e as correntes são invisíveis a olhos nus. 

Somos apenas o fruto do velho, da tradição, da repetição, dos mesmos traçados que foram inventados para nós de forma cíclica, como se fossemos o alimento de algo maior, um gado que pasta para servir de abate. Nosso molde é pré-fabricado, nossa vontade é moldada pelo desejo de ter. 

Nossos dias comemorativos são para comprar, pois nossas vidas são apenas fingimentos, (vozes nos dizem como viver). Os verdadeiros sentimentos se sentem a flor da pele, e está na camada mais funda perdida entre o encéfalo e os axônios, onde raramente encontramos.

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