quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Porque Desistir Sem Tentar?


É preciso arrumar o guarda-roupa e doar todas as roupas velhas que não serão usadas.
Arrumar a bagunça do porta-malas, do porta-luvas e tirar tudo que não será utilizado.
É preciso arrumar tudo que está bagunçado, voltar a tocar as cordas de um violão e sentir os tons e semi-tons.

É preciso deixar de viver uma vida de placebo para tal.
Respirar fundo e sentir-se vivo. Sonhos, desejos, ambição. Querer o improvável lhe faz desanimar.
Arriscar tudo e virar o mundo do avesso por uma vontade maior do que apenas assistir a vida passar por debaixo da pele. Para tanto, é preciso tentar, é preciso arriscar e com certeza sofrer as consequências.

Temer antes de sentir não faz parte do plano. Falhar sem tentar, não existe. É preciso sentir na pele antes de desistir. Mas não é necessário perder para dar valor, pois tem que se sentir, a flor da pele. É preciso arrumar a bagunça da mente, a bagunça do quarto escuro, tirar toda a bagunça do fundo do armário. Organizar o seu mundo como você sempre quis.

Se passaram amores, perdas, amigos que se foram, se passaram tristezas e algumas alegrias, mas o que não pode passar é essa vontade irrefreável. Algo tão obstinado que pode ser confundido com o “destino”.
Melhor tentar do que viver a vida de arrependimento, sem saber quando terminará esse martírio.



“Se vai tentar 
siga em frente.

Senão, nem comece!
Isso pode significar perder namoradas
esposas, família, trabalho...e talvez a cabeça.

Pode significar ficar sem comer por dias,
Pode significar congelar em um parque,
Pode significar cadeia,
Pode significar caçoadas, desolação...

A desolação é o presente
O resto é uma prova de sua paciência,
do quanto realmente quis fazer
E farei, apesar do menosprezo
E será melhor que qualquer coisa que possa imaginar.

Se vai tentar,
Vá em frente.
Não há outro sentimento como este
Ficará sozinho com os Deuses
E as noites serão quentes
Levará a vida com um sorriso perfeito
É a única coisa que vale a pena.”

Charles Bukowski

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Círculo Vicioso.


Compra-se balas, armamento, fardas e coletes novos. Novos soldados são treinados, todos a postos para exercer seu trabalho. Eis que vem a policia reprimir o tráfico de entorpecentes.

Compra-se balas, armamento, cordão de ouro e bermuda nova. Novos soldados são treinados, todos a postos para exercer seu trabalho. Eis que os “Soldados do morro”, estão dispostos na linha de frente para bater de frente com a policia.

Com a venda do entorpecente, compra-se armas, que chegam clandestinamente pelos portos e pistas de aviões clandestinos. Armas que valem pequenas fortunas na mão de crianças e adolescentes prontos para morrer e tocar o terror pela glória reluzente de se parecer como o patrão do morro.

Com o financiamento do estado, compra-se armas que são fornecidas pela industria bélica nacional e as vezes com matéria-prima internacional. Armas que valem muito, na mão de soldados que se arriscam em uma guerra sem fim.

Na guerra, existe financiamento de todos os tipos para compra do armamento do “vilão”. Pode-se encontrar seres políticos de diversas instâncias, lobistas, empresários de fachada que lavam dinheiro e os próprios patrões e fornecedores de drogas. É um comércio lucrativo para quem entra no jogo.
Para os policiais que não estão no “jogo” fornecendo armas ou recebendo arrego, existe a bala como resposta rápida.

Parece que o sistema é sustentado para viver em um circulo vicioso. Mas a pergunta que fica é:
Qual empresa se sustenta sem lucro? E ao responder essa pergunta, tem se uma nova... Para haver lucro, deve existir demanda e clientes! O custo pelo serviço tem que ser menor do que o pagamento pelo serviço. Não importa o preço do serviço. Quem paga por isso?

O material pode ser adulterado, e ainda sim, há clientes. A concorrência é pouca, pois são fontes únicas que fornecem, o que pode haver é distribuidores em atrito, mas o que não interfere no lucro bruto do fornecedor maior. O mercado de armas está abastecido. Tudo segue uma convergência para quem detêm o material básico, sejam armas ou entorpecentes acabem lucrando. Como toda empresa, quem lucra de verdade são os acionistas majoritários.
Mas se não houvesse consumo, como se sustentaria tamanho sistema? Sem freguês, qual empresa funcionária?

Existem diversos tipos de consumidores; desde aqueles que estão desequilibrados mentalmente a aqueles que procuram sentir mais adrenalina, mas isso não isenta a culpa daqueles que compram o produto. Para cada bala disparada, a um cliente que põe a bala no pente. Não importa a policia do país, a quadrilha que vende, mas o cliente é sempre quem manda.Quem mata, é quem atira, mas não se isenta aquele que patrocina o atirador. És o motivo, a engrenagem inicial, o erro maior..... O motivo para sabermos como somos estúpidos e inconsequente.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

No "Meio da Vida".



Nascer, crescer, estudar, namorar, arranjar emprego... (pausa para fôlego), casar, ter filhos e morrer.
Nesse ínterim, buscamos nos divertir, nos adaptarmos aos conceitos e concepções que nos cercam. Buscamos ideologias, sejam novas ou velhas, respostas que nunca serão respondidas, e por fim, sempre tentando nos adaptarmos para viver em sociedade.

Muda-se pouco a pouco esse meio, e chega à geração que vence um desafio e aceita outro, como progressão natural da vida. Comprar um carro, adquirir uma casa, se tornar um profissional pleno e estabilizado em uma empresa. Poderíamos trabalhar em algo que nos deixe feliz ou nos traga retorno financeiro adequado ao bem-estar que procuramos. Poderíamos trabalhar em “piloto-automático” e com o cérebro “desligado”, fazermos todas as nossas atividades repetitivas do dia-a-dia, até a hora de ir embora.
Aprender novos idiomas, novas culturas e viajar, até torrar nosso dinheiro gasto com a labuta e a servidão eterna dos conceitos impostos pela sociedade. 

Fazemos tudo para ocupar esse “meio da vida”. Mas então nos perguntamos: “E agora, o que realmente me falta? Ser o que todos já foram um dia, escolher algo diferente? Importar-se com algo que ninguém se importa ou perguntar o que ninguém irá responder?”

Aprendemos tudo com que já fizeram gerações passadas e mesmo com as imersões de novas culturais em uma interligação intercontinental via rede, não apresentamos variações drásticas do que já se vem sendo realizados por milênios. Distúrbios sociais sempre existiram sendo classificados ou rotulados como párias, algo alienígena a todo o contexto da realidade que vivemos, mas por conta de diversos distúrbios, é que temos diversas inovações culturais em meio a nosso cotidiano.

Chegamos ao ponto que nos falta propósito. Pecamos em tentar nos reinventarmos. Desistimos de tentar inovar. Procuramos por algo que não existe, e ao descobrir essa incrível ideia (de que nada novo está sendo criado), não nos inovamos, não tentamos criar algo novo. 

Agarramos-nos as velhas idéias e as mesmas noções pré-existentes, sem saber para onde ir e o que fazer, apelando para respostas prontas de uma civilização que desiste de se reinventar a milênios, até que algum dia venha a sentir sua derrocada. Nesse “meio da vida”, fazemos a vida valer um sentido ideal que nunca chegamos a testar, ou morremos sem saber o que realmente nos faz viver.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

A Sociedade Enferma.



A sociedade foi desmoralizada. Não tem mais o respeito de outrora. Falam dela como se não fosse ninguém. Finge que ela ainda é importante em seu meio, mas fazem questão de deixá-la de lado das decisões mais importantes.                  
A sociedade está doente, e seus sintomas são graves, mas sem remédio para tratar de suas enfermidades, sofre gradativamente, esperando um colapso que não vêm. De vez em nunca, surge alguma melhora, para depois decair em suas dores eternas, na alma e no corpo.

Quando a sociedade não pode cuidar dos seus enfermos e indivíduos mais fracos, quando deixara de usar o nome "sociedade"?
Percebe-se a indiferença no olhar daqueles que vivem na rua, junto com uma visão de reprovação, pois de alguma forma imagina-se que eles fizera por merecer aquilo.
A sociedade esta rica, porem falida. Seus conceitos de moral e honra são falsos. O termo "ser humano" se tornou em algo utópico, inalcançável.

Enquanto homens perseguem diferentes deuses para se tornarem completos, esquecem do básico. Do primordial!  Não se vive em comunidade, apenas atura-se o vizinho, e momentos de comoção presenciamos a fome cega por justiça que logo se engole em luto e se dilacera entre ataques internos. Inimigo pior que o próprio não existe. Enquanto se vangloria de sua consciência e sapiência, destrói seja surreal como se existisse para esse propósito.
A sociedade é cega, surda e muda. Um aglomerado de milhares de egoístas, formando uma associação sinistra.

A sociedade está morta! Desfalecida, sangrando pelas calçadas da vida.
Foi morta com tiros a queima roupa por pessoas indiferentes aos seus valores utópicos. Quem passava por perto não se prestou a ajudar e teve medo de denunciar o infrator. Havia até alguns que falaram que foi justo esse ataque, e que fez por merecer esse fim. A sociedade nunca teve chance na vida, nasceu de lar em conflito e dentro desses conflitos criou os seus próprios dentro da cabeça. Odeia sua origem, ama com desconfiança seus semelhantes... um amor que muda para ódio que beira a bi-polaridade.

Como diria Hobbes: “O homem é o lobo do homem em guerra de todos contra todos.”