segunda-feira, 30 de julho de 2012

Os Jogos da Fome.

Não sou fã de olimpíadas. Não me demoro nem mesmo 5 segundos que seja para ver qualquer competição que não seja futebol masculino e quiça, as vezes, ver um pouco de basquete. Não estou seguindo e nem me importo de seguir as olimpíadas e o quadro de medalhas,
Mas acho estranho cobrarem dos atletas olímpicos algo! Eles estão lá contrariando o subdesenvolvimento clássico brasileiro, onde só esporte de massa tem incentivo. Vivem sei lá eu como, conseguem patrocínios escassos e ínfimos comparados a nações que vislumbram de forma séria a competição.

Aqueles que não possuem uma estrutura familiar com recursos financeiros que permitam ser um atleta de ponta, sofrem em ter que treinar/trabalhar/estudar, tentando conciliar tudo e mais um pouco, e as vezes sendo chefe de família. Patrocínio aparece quando você se destaca (e muito) sendo um atleta de ponta! Suplementação, alimentação acompanhada por nutricionistas, recuperação física acompanhada por fisiologistas com equipamentos de ponta só nos sonhos!

No Brasil terá olimpíadas. Somos umas das nações mais ricas do mundo ( e esse dado vem a mais de 20 anos), mas aparentemente essa riqueza não é uma riqueza da nação e sim de alguns brasileiros. O poder de compra aumentou, assim como a bolha de impostos, e a dúvida de que será feito para as próximas olimpíadas. Obras emergências, com isenção de edital, superfaturadas, em nomes de laranjas...como sempre acontece! É assim que a politica trata seus negócios, e quando precisar evoluir os serviços públicos, o fará apenas para proveito próprio e ainda supervalorizando seu feito que deveria ser por obrigação.

A saúde é tercerizada, para não dar gastos excessivos a saúde pública, que se encontra sucateada e jogada as traças mantida com o mínimo para sua existência, da mesma forma segue a educação que privilegia os mais abastados nas faculdades públicas e os mais “desprovidos” pagam curso onde faculdades obtêm lucros sobre a estigma de serem “sem fins lucrativos” para não pagarem impostos.

O esporte que deveria ser um canal para educação e saúde, é delegado, sofre da mesma forma, e nem mesmo tem um tratamento digno ou uma politica clara que favoreça alguém a praticar esporte. O problema não é apenas social ou politico...é ideológico. Quando cada empresário, politico ou cidadão pensar em se dar bem, independente de como seja, continuaremos tropeçando como sociedade, e reféns de politica de quarto mundo, que almeja ser emergente.
Produz muito dinheiro, mas não produz um índice de desenvolvimento humano adequado com seus anseios.


domingo, 29 de julho de 2012

Contagem Regressiva.

Bebo quando tenho sede;
Como quando tenho fome;
Durmo quando tenho sono;

Parece afirmações óbvias que vão perdendo a sua redundância com o passar das gerações. Existem ritos mais fortes que as vontades, necessidades mais urgentes que as básicas. Um sentido todo especial que ninguém sabe ao certo.

Ainda há tempo de se questionar e perguntar "porque?", "como", "onde"...mas o comodismo pode dizer mais alto. Para que questionar se a dúvida corrói? Porque se interessar se a ignorância é satisfatória?
Já se torna natural amar, mas sem poder confiar.

Na mente tens uma contagem regressiva, contando os dias para o big bang. É preciso estar dopado ou morrer para acordar como um zumbi pós-moderno caminhando em uma selva ilógica de concreto e aço.
Os dias são e soam como dúvidas e agora o que fazer com os sonhos?

É o vazio que mais perturba nessa vida superficial, cheio de pessoas superficiais, onde a lógica simula um raciocínio que contente a alma.
As vezes as perguntas não são suficientes e as resposta nunca aparecem, pois sempre se encontra uma dúvida persistente, razões fora da razão. Paradoxo vitalício em que somos imersos quando saímos das trevas para a luz.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Os Últimos Dias.

Como deve se sentir sabendo que são seus últimos dias? Tem gente que teme a morte como se fosse algo terrível! Fora as crendices milenares pouco se sabe da vida após morte, mas o que intriga é esse medo exacerbado da mortalidade e esse apego ao prazeres físicos. Independente de pensar em morte, como uma pessoa viveria seus últimos dias se soubesse do fato vindouro?

Alguns fariam o que nunca fizeram, aproveitariam cada dia como se fosse mesmo o último... mas o que não faz tal dia ser o ultimo? A certeza é apenas da incerteza. Os 100% de chance é que apenas há morte na vida. Mas porque se entrega um cotidiano maçante sem saber se esse será seu ultimo dia e não aproveitou da forma que imaginara? Como pode temer algo a ponto de suplantá-lo da mente, e imaginar que não acontecerá tão cedo? Cada dia pode ser ultimo, cada gole de água pode ser o último, cada minuto da ceia pode ser a última.

Só ligamos o aviso, de "viva a vida como se não houvesse amanhã" , quando se descobre que o amanhã não mais existe, e o fim do mundo se encontra no fim do mês. É difícil planejar um dia após o outro, e muitos não planejam nem mesmo a própria existência vivem como zumbis e se multiplicam como baratas. Copiam e colam o dia de hoje indefinidamente no futuro. Nunca estarão prontos para o apocalipse, pois o mesmo não está na agenda. Os 4 cavalheiros deverão agir com hora marcada.

O assaltante não atirará em seu crânio, pois não foi prevista a sua morte durante essa semana. O infarto será adiado até segunda ordem, e apesar de ser eternamente sedentário, nunca imaginou que algo desse tipo fosse ocorrer. O que faz diferença saber que hoje pode ser o último dia e se sabe disso, e por ventura, irá se aproveitar cada segundo, para quem não sabe que esses serão os últimos dias, e sua vida continua na monótona continuidade que se descontinuara a qualquer momento. Sem aviso, sem querer. Sem hesitar.